sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

O último texto

Sinto sua falta, sabia?
Tentei te esquecer, juro, mas não consegui.
Por vezes me enganei, dizendo que não me importava mais com você,
Quando no fundo eu sabia que realmente me importava.
Sinto falta da nossa amizade, das nossas conversas, das nossas risadas.
Sabia que ainda não encontrei mais ninguém com quem eu possa conversar sobre os astecas?
E mesmo que eu encontrasse, não seria tão legal.
Moça, ninguém mais me fez sentir tão bem quanto você fez.
Ninguém mais me elogiou como você.
Ninguém me fez ansiar tanto pelo dia seguinte, nem me preocupar tanto quando não aparecia.
Ninguém para eu dedicar meus desenhos.
Queria voltar no tempo, pra antes de eu dizer o que eu sentia.
Acho que foi isso que atrapalhou tudo.
Se não foi, por que você mudou tanto?
Aliás, não quero saber por que você mudou,
Só quero você de volta,
Ou te esquecer completamente...
Espero poder te ver um dia
E dizer essa frase que está presa na minha garganta.
Te amo

Um grande beijo de alguém que pedalaria 1500 km só pra te ver feliz, que nunca faria nada pra te ver sofrer e que se importa com você de verdade.

Ah, to deixando esse vídeo aqui pra você. Não é Bee Gees, que você tanto gosta, mas a música é deles.
Espero que goste.


A música abaixo diz exatamente o que sinto:

Skank - Tanto (I want you)

Coveiros gemem tristes ais
E realejos ancestrais juram que
eu não devia mais querer você.
Os sinos e os clarins rachados
Zombando tão desafinados
Querem, eu sei, mas é pecado
Eu te perder

Tanto, é tanto
Se ao menos você soubesse
Te quero tanto.

Políticos embriagados
Dançando em guetos arruinados
E os profetas desacordados
A te ouvir
Eu sei que eles vem tomar
Meu drinque em meu copo a trincar
E me pedir pra te deixar partir.

Tanto, é tanto
Se ao menos você soubesse
Te quero tanto.

Todos meus pais querem me dar
Amor que a tempos não está lá
E suas filhas vão me deixar
Por isso não me preocupar.
Eu voltei pra minha sina
Contei pra uma menina
Meu medo só termina estando ali
Ela é suave assim
Sabe quase tudo de mim
Sabe onde eu queria estar enfim

Tanto, é tanto
Se ao menos você soubesse
Te quero tanto.

Mas seu dândi vai de paletó chinês
Falou comigo mais de uma vez
Não, eu sei, não fui muito cortês
Com ele, não
Isso porque ele mentiu,
Porque te ganhou e partiu
Porque o tempo consentiu
Ou senão, por que?

Tanto, é tanto
Se ao menos você soubesse
Te quero tanto.

Lucas C. Silva

sábado, 15 de dezembro de 2007

A formatura

Muito antes de conhecer Fernanda, muito antes de conhecer Letícia, houve outra menina na vida de Jonas, que mexeu muito com ele. Assim como as outras, ela era inteligente, gente boa e fã de Star Wars. Camila sabia dos sentimentos do garoto, mas não os correspondia. Aquela seria a última chance de Jonas se aproximar da menina.
Depois de três anos estudando juntos, eles estavam em sua formatura. Aquela era a última chance de Jonas se aproximar dela, e não poderia ser desperdiçada. Depois de todas as formalidades, os alunos e alguns de seus familiares e professores estavam na pista dançando e comemorando o fim dos estudos. Camila estava linda e Jonas sempre estava perto dela. Queria chamá-la pra dançar e quem sabe, não começaria algo a mais naquela noite?
Mas, como em outras vezes, lhe faltava coragem. Será que era tão difícil assim chamá-la pra dançarem juntos? Ele já a chamara para sair tantas vezes...
"Como vou conseguir criar coragem? O tempo está acabando!" Então viu algumas pessoas bebendo. "Não, nem eu nem ela bebemos. Se eu beber, ela vai sentir o bafo e não vai aceitar... Tenho que criar coragem sem bebida." pensou Jonas
E assim foi passando o tempo. Jonas sempre perto de Camila fisicamente. Mas em outros campos, estava a milhares de quilômetros. Até o professor de matemática do garoto, que em todo ensino médio conversara com ele apenas uma vez, perguntou a ele se gostava da Camila. Se estava tão na cara assim, ele não poderia deixar a chance escapar...
Era uma hora da manhã quando a diretora disse que a festa havia terminado. As pessoas começaram a se despedir e a ir para casa. Jonas caminhou até uma mesa no canto do salão onde estava Camila.
"É, então esse é o fim..." disse o garoto.
"Pois é." respondeu Camila.
Jonas pegou uma flor do vaso em cima da mesa e a entregou a Camila. Era o único jeito que arranjou de dizer que gostava dela.
"É para você."
Ela sorriu para ele e o agradeceu. Então Jonas pegou outra flor e tentou colocá-la no cabelo da amiga, mas acabou caindo. Sorrindo, Camila agradeceu novamente.
"Foi muito bom estudar com você." disse Jonas.
"Também gostei muito de estudar com você." respondeu Camila.
Os dois se abraçaram e Jonas beijou o rosto da amiga. Ambos seguiram seus caminhos e ficaram um bom tempo sem se verem.
Coincidentemente ou não, Jonas e Camila se encontraram no dia dos namorados para estudarem. E nesse dia, Jonas percebeu que Camila era apenas uma amiga, e nada mais...

História totalmente fictícia, porém totalmente baseada em fatos reais.

Lucas C. Silva

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Ser pai

Hoje, o Meus Pensamentos vem com um pouco de filosofia:
Ser pai é sempre desejar o melhor para o filho

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Histórias de Cordeirinho

Um órfão pelo bem da nação

São José do Cordeirinho, Minas Gerais. 10 de novembro de 1999

No bar Canto do Galo, numa parede em meio de pôsteres do Atlético Mineiro e de fotos do dono do bar, Seu Samuca, com ídolos do time há uma foto em destaque. A foto, gasta pelo tempo, mostrava um casal segurando uma criança numa pracinha. Naquele dia de pouco movimento, ele estava sozinho no bar, olhando para o casal e chorando enquanto se lembrava de um acontecimento ocorrido exatamente 30 anos antes, que mudou sua vida.
Naquela manhã do distante mês de novembro de 1969, Samuca estava em seu quarto, brincando com sua mãe. Apesar de ter apenas 8 anos na época, o garoto sabia que algo de ruim estava acontecendo. A cada dia, Anita ficava mais séria, enquanto seu pai, Walter passava mais tempo longe de casa e quando chegava, geralmente estava armado e falava pouco.
“Mamãe, o papai é agente secreto?” perguntou Samuca após criar coragem por dois meses.
“Não.” respondeu Anita.
“Então por...?”
O garoto nunca terminou a pergunta. Naquela hora, Walter chegou e caminhou diretamente para o quarto. Ao entrar, disse:
“Anita, os homens nos descobriram e estão vindo.”
A mulher olhou assustada para o marido, que segurava o revólver e abraçou o filho dizendo:
“Samuel, me escuta. Seu vô tá te esperando na pracinha. Vai correndo até ele e não volte por nada nesse mundo. Mamãe te ama e sempre vai estar contigo, tá?”
Samuca começou a chorar e tentou perguntar o que estava acontecendo. Sua mãe o interrompeu, o beijou e lhe entregou uma foto que tiraram no último aniversário do garoto.
“Samuca, se cuida. Espero que quando você tiver nossa idade, você tenha liberdade.” Walter beijou o filho e disse “Te amo. Agora vá.”
Anita acompanhou o garoto até a porta de casa e pediu para ele correr até a praça. Samuel beijou sua mãe e, chorando, correu sem olhar para trás. Um pouco depois de virar a rua de casa, viu duas viaturas da polícia, cheias de militares armados, passarem na direção oposta. Assustado, o garoto parou e voltou sorrateiramente até a esquina de sua rua.
De sua casa, um casal saia algemado direto para o carro. Quando ia correr atrás de seus pais, duas mãos o agarraram pelos braços e uma voz grave disse:
“Eu sabia que você voltaria. Ainda bem que vim atrás de você.”
Era Sílvio, seu avô. Samuca o abraçou e perguntou:
“Vô, o que tá acontecendo?”
“Seus pais estão pagando o preço por serem boas pessoas.”
E sem dizer mais nada, os dois entraram na Rural do senhor e seguiram na direção de São José do Cordeirinho.
Anos depois, Samuca descobriu que seu pai não era um agente secreto. Walter era comunista, palavra que o garoto nem conhecia quando o governo, pelo “bem da nação” torturou e matou seus pais. O garoto cresceu sem confiar na polícia, no exército ou no governo. Ainda assim, se tornou um cidadão de bem, um marido exemplar e em pouco tempo, se tornaria um grande pai. Estela, sua esposa, estava grávida de gêmeos e Seu Samuca queria passar o maior tempo possível ao lado dos filhos. Queria que seus meninos tivessem aquilo que o governo lhe tirara: um pai e uma mãe.

Lucas C. Silva

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Histórias de Cordeirinho

Seu Batistela e os óculos redondos

São José do Cordeirinho, Minas Gerais. 3 de fevereiro de 2002

Num casebre simples da rua Rio Grande do Sul mora o Seu Batistela. Desde 1953, o simpático senhor de 72 anos fabrica óculos artesanalmente. Por décadas a lojinha que ele mantinha em sua casa fez sucesso entre consumidores de todas as idades. Os óculos vendidos ali, todos redondos e cheios de detalhes, como o B dourado na haste, eram verdadeiras obras de arte, apreciadas por todo tipo de consumidor, desde o mais simples empregado até o prefeito da cidade. Aqueles eram bons tempos...
Então, em 1989 abriu, no centro da cidade, a Ótica Havaí. Seus óculos, mas modernos e de designs diferentes, atraíram a maioria dos consumidores de Seu Batistela. Em pouco tempo, o velho fabricante só faturava o suficiente para manter sua lojinha aberta. O golpe final veio no início dos anos 90, quando o presidente do Brasil decidiu reter o dinheiro que as pessoas tinham no banco, obrigando Seu Batistela a fechar seu comércio.
Durante quase uma década, Seu Batistela e sua esposa, Dona Clara, viveram às custas das aposentadorias, dos reparos de de lentes e armações e dos doces que ela vendia. Raramente, ele fabricava seus charmosos óculos e quando o fazia, ou era para mandar de presente para um velho amigo, ou era para guardá-lo como recordação de uma época que o trabalho manual e cuidadoso de uma pessoa era mais valorizado que o trabalho repetitivo e automático de uma máquina.
Então, naquele dia de fevereiro de 2002, Seu Batistela estava em sua sala polindo a lente do primeiro óculos que ele fez quando a campainha tocou. "Deixa que eu atendo" disse Dona Clara caminhando até a porta. Segundos depois, entraram na sala, além da senhora, uma mulher e seu filho, que ele sempre via brincando na praça que ficava na frente de sua casa.
"Bom dia, Seu Batistela, o senhor ainda fabrica óculos?"
"Para dizer a verdade, não os fabrico há muito tempo. Mas se a senhora fizer um pedido, eu faço."
"Então o senhor pode fazer um para o Pedro?" perguntou a mulher, com as mãos nos ombros do filho.
Surpreso com o pedido, ainda mais para uma criança, Seu Batistela coçou sua careca e disse que fabricava. Naquela semana, mais três pedidos de seus óculos redondos para crianças foram feitos e nas semanas seguintes mais gente, até mesmo de cidades vizinhas fizeram encomendas.
Seu Batistela estava feliz, de um jeito que não ficava havia quase 15 anos. Reabriu a lojinha e todas as crianças usuárias de óculos levavam seus pais pedindo pelos óculos redondos. O senhor não entendia o repentino interesse das crianças pelos óculos - duas até pediram sem lentes - muito menos porque alguns pais comentaram sobre um tal bruxo.
Então, num dia frio de abril, ele estava caminhando por uma importante avenida da cidade quando viu algo na vitrine da livraria O Farol que chamou sua atenção. Havia alguns livros cuja capa tinha o desenho de um menino usando óculos redondos, iguaizinhos àqueles que ele fabricou por décadas e entendeu o repentino interesse das crianças pelo produto. Muito grato, Seu Batistela sorriu e agradeceu ao personagem, que nunca ouvira falar na vida, por ter salvo sua lojinha de óculos.

Lucas C. Silva

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Uma lição de imoral

Jonas entrou em seu quarto e, silenciosamente, sentou-se em sua cama para assistir a seu irmão, Saulo, tentar passar de uma fase num jogo de computador. Para avançar, o jogador precisaria atravessar um canyon, mas a ponte estava lotada de inimigos, obrigando o personagem a procurar outra passagem. Sem saber disso, Saulo avançava pela ponte e acabava morrendo sempre.
Querendo ajudar, Jonas, que havia passado daquela fase na semana anterior, disse:
"Não vá pela ponte. Você vai acabar morrendo assim."
"Cala a boca, idiota! Ninguém te perguntou nada!" respondeu Saulo com rispidez.
Se tem três coisa que Jonas não suportava, era quando queria ajudar uma pessoa e essa pessoa o tratava com falta de educação, quando o mandavam calar a boca e quando o chamavam de idiota. Saulo, como sempre, conseguiu fazer as três de uma vez.
"Quer saber duma coisa? Então continua indo por esse caminho e vai se foder!"
Dizer aquelas palavras foi o erro capital de Jonas. Seu pai passava pelo corredor naquela hora e perguntou:
"O que você disse?"
"Ele me deu uma má resposta quando eu tentei ajudar!" justificou-se Jonas.
"Mas ele xingou?"
"Não, mas..."
"CALA A BOCA! VOCÊ DEVE RESPEITO AO SEU IRMÃO!" gritou seu pai.
"Mas eu só..."
"Cala a boca, menino! Aqui não é lugar de ficar falando essas coisas! Por que você falou isso com o Saulo?"
"Uai, ele tava morrendo no jogo e eu quis ajudar. Então ele veio me mandar calar a boca, e me chamou de idiota! Por que você não chama atenção dele por isso?"
"Porque você não me deixa! Ao invés dagente chamar atenção dele, a gente vem chamar sua atenção por causa dos palavrões que você diz!"
Então a mãe dos meninos chegou no quarto e Jonas disse:
"Pô, mãe, eu só queria ajudar o Saulo e ele vem me tratar com falta de educação! Será que não dá pra ter um pouco mais de respeito, não?"
"E será que não dá pra você deixar de ser bobo e parar de ajudar ele? Você sabe como ele é, e ainda é bobo de ajudar! Deixa ele se ferrar sozinho! Agora a gente vai pra sala, qualquer coisa que a gente ouvir, os dois vão ficar de castigo!"
E resmungando, os pais foram pra sala, enfurecidos com Jonas, que só tentou ajudar seu irmão.

I
moral da história: Para seus pais, Jonas está errado pois tentou ajudar o irmão, que o tratou com falta de educação e ainda saiu bem na fita... Engraçado, né?

História totalmente fictícia, porém totalmente baseada em fatos reais...

Lucas C. Silva

domingo, 2 de dezembro de 2007

5 Livros

Fui indicado pela Jéssica do Devaneios Bobos pra falar sobre 5 livros que eu gosto. Então decidi fazer um super Sugestão do Meus Pensamentos, um 5 em 1. Aqui estão os livros:

1 - Raça e Amor, a saga do Clube Atlético Mineiro vista da arquibancada - Ricardo Galuppo
Este livro da coleção Camisa 13 era para ser escrito por Roberto Drummond. Infelizmente ele faleceu antes de terminar o projeto, e o jornalista Ricardo Galuppo vestiu a camisa e escreveu de uma forma maravilhosa a história do Galo Mineiro. Não sei se essa é a melhor característica ou a maior fraqueza do livro, mas ele conta a história pelo ponto de vista atleticano. O modo que foi escrito nos faz querer lê-lo até o fim sem parar e uma das coisas mais legais é que o autor não escreveu a palavra "Cruzeiro" em nenhum momento da história. Para se referir ao time, ele usava a expressão "Ex" em referência às várias vezes que a Raposa mudou de nome.
Apesar de contar a história do Atlético, é um ótimo livro para todos os fãs de futebol que querem saber um pouco mais da história do maior clube do futebol nacional.

2 - A Volta ao Mundo em 80 Dias - Júlio Verne
Já escrevi sobre esse livro aqui. Pra mim é o melhor que o Júlio Verne escreveu. Phileas Fogg, um rico senhor inglês aposta com alguns amigos que é capaz de dar a volta ao mundo no tempo recorde de 80 dias, algo quase impensável em meados de 1870. Mas na semana que ele parte, um banco é assaltado na Inglaterra e a polícia disconfia que Phileas é o assaltante e mandam o inspetor Fix perseguí-lo. O mais interessante do livro é o final. Para lerem o melhor trecho do livro, na minha opinião, selecionem o texto abaixo como se fossem copiá-lo.

"Assim, Phileas Fogg havia empregado todos os meios possíveis para viajar ao redor do mundo: trens, navios, carruagens, escunas, cargueiros, trenós, elefantes... E o que ganhara com isso? 'Nada', alguém dirá. Nada, a não ser uma encantadora mulher, que o transformou no mais feliz dos homens... Na verdade, por menos que isso não vale a pena dar a volta ao mundo."

3 - Harry Potter - J.K. Rowling
Vou indicar a saga inteira, apesar do meu favorito ser A Ordem da Fênix. Esses são os maiores livros que eu já li e foram os que fizeram milhões de crianças ao redor do mundo começarem a ler. O modo que eu escrevo foi baseado nos livros de Harry Potter, mesmo que depois acabei desenvolvendo meu estilo próprio. Algo que achei superinteressante na história são os paralelos com a Segunda Guerra Mundial, a semelhança de Voldemor com Hitler e de seu regime com o Nazismo. (Sim, sou fascinado pela Segunda Guerra). Se você é do tipo emotivo, se prepara pro sétimo livro, porque lágrimas vão rolar... São rolaram comigo porque sou meio durão pra essas coisas...


4 - Estórias Gerais - Wellington Srbek e Flavio Colin
Esse livro entrou na lista de última hora. Comprei ele ontem e hoje a tarde terminei de ler suas 158 páginas. Estórias Gerais é uma história em quadrinhos que conta a saga de dois jagunços que disputam o poder em Buritizal, cidade fictícia no norte de Minas, de um coronel do exército mandado pelo presidente Bernardes (a história é na década de 20) pra acabar com a guerra entre jagunços e de um repórter mandado pra cobrir a guerra. Com roteiro de Wellington Srbek e desenhado por Flávio Colin, a história tem personagens cativantes e mostra bem a religiosidade do povo do sertão mineiro.
A história foi lançada originalmente em 1998, mas foi em edição limitada. Agora em 2007 o livro foi relançado pela editora Conrad em uma tiragem muito maior. A história foi inspirada em Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa, mas tem influencias de Ariano Suassuna, Chico Buarque de Hollanda, Cabral de Melo Neto, com um jeitão de O Bem Amado, Sítio do Picapau Amarelo, Gabriela Cravo e Canela, Roque Santeiro entre tantos outros. E dessa salada saiu essa maravilhosa história, que já é um clássico dos quadrinhos brasileiros.

5 - Da Terra à Lua - Júlio Verne
Júlio Verne é considerado um dos pais da ficção científica, é um visionário, um gênio. E sua genialiade pode ser comprovada também nesse clássico da literatura, que até inspirou o primeiro filme da História: Le Voyage Dans La Lune - George Méliès.
Como eu já disse antes, esse livro conta a história do Clube do Canhão, um clube de canhoeiros estadunidenses que não têm mais trabalho após a Guerra da Secessão. Então eles decidem montar um canhão que disparará uma bala até a Lua. Então chega Michel Ardan, um aventureiro francês que quer porque quer ir à Lua. Então constroem uma bala capaz de carregá-lo mais duas pessoas.
O legal do livro são as coincidências com a suposta viagem que os EUA fizeram a Lua no fim dos anos 60. O local onde o canhão foi montado no livro fica a 30 km do lugar onde o foguete Saturn V foi lançado na vida real; A tripulação mandada a Lua foi de 3 pessoas, assim como na vida real; O nome do astronalta Michel Ardan se assemelha muito ao nome do astronauta Michael Collins e com o sobrenome de Edwin "Buzz" Aldrin. Por essas e outras coincidências (ou não) esse livro fica na minha lista dos 5 livros.
Com muita tristeza deixei o 20.000 Léguas Submarinas fora dessa lista.

Lucas C. Silva

ps. depois indico 5 pessoas pra essa lista

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Literatura e Futebol

Vocês sabiam que o escritor Aníbal Machado foi jogador de futebol e marcou o primeiro gol da história de um importante clube brasileiro?
Tudo começou no distante ano de 1908, mais precisamente no dia 25 de março, quando um grupo de 22 garotos de 13 e 14 anos mataram aula e se reuniram no coreto do Parque Municipal de Belo Horizonte para criarem um time de futebol. Nascia assim o Atlhetico Mineiro Football Club.
Quase um ano depois, esses meninos foram jogar sua primeira partida. Era contra o Sport Club Football, o time mais tradicional da capital mineira na época.
Pingo, como era chamado Aníbal, era um menino franzino, mas bom de bola e marcou o primeiro gol da história do Atlético, naquela vitória de 3 a 0. O Sport pediu revanche e perdeu de 2 a 0. No terceiro jogo deu 4 a 0 pro Galo.
Depois disso, o Sport deixou de existir e muitos de seus torcedores e jogadores se tornaram atleticanos.
Depois de ter jogado pelo Galo e ter dado tantas alegrias a torcida atleticana, Aníbal, deu aulas de História Mundial, foi crítico de artes no Diário de Minas, promotor público e professor de Literatura, além de escritor modernista.
É, mas acho que ele foi mais feliz usando o Manto Sagrado...

Saudações Atleticanas!

Lucas C. Silva

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Filme Cult

Jonas havia ido ao cinema com os amigos naquela noite de sexta-feira. Havia recebido, com muita felicidade, o raro convite de ir ao cinema e aceitou sem pensar duas vezes.
Ao chegar, o garoto percebeu que aquele não era seu ambiente. Ali estavam dezenas de pessoas intelectualizadas, daquelas apreciadoras de arte que ele não entendia. Discutiam com fervor quadros que não mostravam nada, poesias de poucas palavras e esculturas de formatos incompreensíveis.
De saco cheio daquela conversa e sem dizer sequer uma palavra, Jonas saiu do grupo e começou a andar por ali. Sentada em um banco, uma menina linda folheava um livro. Assim como ele, a garota parecia ter-se separado de seu grupo para esperar por seus ingressos. Jonas se sentou ao seu lado e perguntou.
"Que livro é esse?"
"A volta ao mundo em 80 dias, do Júlio Verne" respondeu a menina sem tirar os olhos do livro.
"É um dos melhores que eu já li. Você tá em qual parte?"
A menina olhou para ele e, com um sorriso, disse:
"Acabei de comprar. Nem comecei a ler ainda..."
"Ah, desculpa por te atrapalhar."
"Que nada! Não ia conseguir ler aqui mesmo. Qual é o seu nome?"
"Jonas, e o seu?"
Quando a menina ia responder, um amigo de Jonas chegou com os ingressos e disse.
"Jonas, pelo visto você conheceu a Letícia! Ela veio ver o filme com a gente. Lê, aqui seu ingresso."
Letícia pegou os ingressos, entregou um a Jonas e, ao verem que ainda faltava mais de uma hora para o filme começar, ficaram conversando ali naquele banco. Eles tinham muita coisa em comum. Gostavam dos mesmos filmes, dos mesmos livros, dos mesmos assuntos. Mesmo com essa afinidade, Jonas não disse a Letícia que estava odiando aquele lugar. Na hora do filme, entraram juntos e se sentaram lado a lado.
Meia hora depois, na tela passava um filme croata cujo nome era impronunciável e era dirigido por um cara com nome mais estranho ainda. A história, de um ferrado na vida, era sem graça, sem ação e sem diálogos. Mesmo assim, as pessoas na sala pareciam estar tocadas, muitas até choravam. Todas, menos duas bem no meio da sala. Jonas olhou para o lado e viu uma Letícia mais entediada que ele.
"Ué, não tá gostando do filme?" cochichou Jonas
"Não é por nada não, mas esse tipo de filme não é o que eu gosto. Não sou do tipo de menina, como eles dizem aqui, intelecutalizada..."
"Hehehehe... somos dois! Estou de saco cheio desse filme! Vamos procurar outro melhor pra ver?"
"Vamos sim!" disse Letícia sorrindo.
Os dois se levantaram e, sem dar satisfação a mais ninguém correram pra fila, compraram dois ingressos e foram assistir Star Wars.

Lucas C. Silva

domingo, 25 de novembro de 2007

Há um ano atrás...

Sábado, 25 de novembro de 2006. Minha primeira vez...

Primeira vez é inesquecível. E a minha foi totalmente excelente! Eu tava em Belo Horizonte, mal tinha conseguido dormir naquela noite. Aquele sábado chegou ensolarado, prometendo um dia lindo para a festa que a cidade esperava há uma semana.
Meus primos conseguiram os ingressos por, digamos "caminhos alternativos" e a gente pegou o ônibus saindo do Barreiro, zona sul da cidade, rumo ao centro, onde pegaríamos outro pra Pampulha. Eu mal podia me controlar, estava muito ansioso! Esperei por aquele dia por muitos anos, mal podia acreditar que tinha chegado. Então entramos num ônibus fretado e seguimos, cantando e festejando, rumo ao Mineirão!
O Galo tinha caído pra Série B no ano anterior e em 2006 fez uma campanha digna de um time da grandeza e tradição do Atlético. Antes que algum espírito de porco venha encher o saco, ser campeão da Série B não é vergonha nenhuma. Vergonha é ser campeão da Série A ou da Libertadores com ajuda de juiz! Mas voltando a história, o Galo tinha sido campeão na rodada anterior, então aquele último jogo seria festa. Os 75 mil ingressos que foram colocados a venda se esgotaram em 7 horas! A gente só conseguiu os nossos no dia do jogo, a 50 reais na mão de um cambista (sim, estávamos muito desesperados!)
Mas cada centavo do ingresso valeu a pena! Na hora que eu vi o gramado verdinho e as arquibancadas vermelhinhas pela primeira vez senti um arrepio que poucas vezes na vida eu tinha sentido. Naquela hora tive a certeza de que o Mineirão é o estádio mais lindo desse mundo! E ele ficou ainda mais lindo quando a massa compareceu em peso e o lotou. Antes do jogo começar, houve um grande show de Beth Carvalho, Wilson Sideral (com participação de Daniel de Oliveira) e do Bloco Bica Galo, de Juiz de Fora. Então chegaram os jogadores. O primeiro que eu vi entrar foi o goleiro Diego (DIEEEEEEEEGOOOOOO!!!!) e Édson para fazerem o aquecimento. Depois voltaram ao vestiário e mais tarde entraram em campo os outros jogadores.
Que festa aquela. 75 mil vozes gritando "É CAMPEÃO!!!! É CAMPEÃO!!!!" e depois cantando o hino do Atlético! Faz até o mais radical dos cruzeirenses cogitar trocar de time. Mas como tudo que é bom, aquilo durou pouco.
105 minutos e 4 gols depois (ficou 2 a 2 e o América de Natal se classificou para a série A) o jogo acabou... Mas a festa estava apenas começando. Os jogadores receberam a taça, deram a volta olímpica e Beth Carvalho voltou pra cantar o segundo hino do Galo, Vou Festejar.
Festejamos até a noite. No dia seguinte, voltei ao Rio, à minha vida normal. Só que muito mais feliz!

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Se não a amo mais...

...Por que as vezes acordo sentindo tanta falta dela?
Por que as vezes me dói ouvir as músicas que a gente tanto gosta?
Por que ninguém mais me faz sentir tão bem quanto ela fazia?
Por que sinto tanta saudade das nossas conversas, risadas, de senti-la aqui do meu lado mesmo estando a 1500 km daqui?
Por que diabos ainda dou um sorriso, quase imperceptível, ao ouvir o sotaque gaúcho?
Por que eu gosto do sotaque gaúcho?
Por que eu estava lendo hoje sobre a Revolução Farroupilha?
Por que, sempre que estou bolando uma história, coloco algo relacionado ao Rio Grande do Sul?
Por que sempre penso em personagens que querem fugir pra lá?
Por que as vezes tenho vontade de pegar minha mochila, colocar umas roupas e fugir pra lá?
Por que ainda procuro nas revistas aquele avião com o nome dela?
Por que ainda olho suas fotos e penso "Essa é a menina mais linda desse mundo"?
Por que fico triste ao ver que não tenho ninguém mais pra falar sobre Star Wars comigo?
Por que me arrependo de não ter falado tanta coisa a ela ou de ter falado outras tantas que eu não deveria?
Por que eu leio A guria com um aperto tão grande no peito?
Por que escuto Hey There Delilah pensando nela?
Por que ainda penso nas coisas legais que a gente poderia ter feito?
Por que?

Lucas C. Silva

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Minas Gerais e o Estado do Triângulo

Estão falando por aí que querem criar novos vários novos estados no Brasil. Do Norte ao Sul do país, inúmeras novidades aparecerão no mapa, se o projeto for aprovado.
Como mineiro, fico preocupado com o que pode acontecer com minha amada Minas Gerais. Dizem que vão criar um estado do Triângulo. Então, sem o triângulo mineiro, como ficará Minas?
Nas áreas da política, da infra estrutura, economia ou qualquer outra coisa dessas, fica difícil imaginar como ficará os estados. A única coisa que imagino como pode ficar diferente são as novas bandeiras:

Estado do Triângulo:Minas Gerais:
Interessante, não?

Não deixem de visitar o Brasil Fora do Eixo.

Lucas C. Silva

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Sugestão do Meus Pensamentos

Harry Potter e a Ordem da Fênix (Harry Potter and the Order of the Phoenix - EUA/Inglaterra - 2007)
Nessa semana chega às lojas o DVD do quinto filme da saga de Harry Potter. Na história, Harry conhece Ordem da Fênix, uma organização secreta organizada por Alvo Dumbledore para combater Lord Voldemort e seus seguidores, os Comensais da Morte. Mas é ao chegar na escola que os problemas de Harry começam. Para vigiar a escola, o Ministério da Magia manda Dolores Umbridge, uma auxiliar do ministro, pra dar aulas de Defesa Contra as Artes das Trevas e, pra variar, Harry se dá mal com isso.
Apesar de ser o melhor filme da saga, quem leu o livro pode ficar um pouco desapontado. A história, apesar de estar interessante, saiu meio atropelada. Sabe aqueles diálogos que têm umas 3 páginas? Pois é, no filme se resumem a umas duas falas de cada personagem. Tudo bem que se fizessem um filme que contasse as 702 páginas do livro, deveriam fazer uma trilogia... Mas isso não tira a graça do filme não. Os efeitos especiais estão excelentes, a trilha sonora dá de dez na anterior e os atores melhoraram muito. Apesar de eu ser um grande fã da Emma Watson, o destaque fica para a iniciante Evanna Lynch, que faz o papel (e muito bem, diga-se de passagem) de Luna Lovegood.
Se você procura um bom filme pra assistir nesse fim de ano, aqui fica a dica para Harry Potter e a Ordem da Fênix. Agora, se você tiver tempo (e saco) leiam o livro. O filme é bom, mas o livro é melhor!

Harry Potter e as Relíquias da Morte - J.K. Rowling

Após 10 anos, a saga de Harry Potter chega ao fim. No capítulo final da saga, Harry, Rony e Hermione vão atrás das horcruxes de Voldemort, para que finalmente possam derrotá-lo. Mas, durante a viagem, acabam enfrentando desafios que nunca imaginaram enfrentar e descobrem segredos que fazem a história dar uma revira-volta.
O final do livro é o mais emocionante (tanto de fazer chorar, quanto de prender a atenção dos leitores - não chorei, mas ontem fiquei até as 3 da madrugada lendo o livro) da saga, mas, particularmente, o capítulo que mais prendeu minha atenção foi o 23 (A mansão dos Malfoy). Outra coisa interessante é o fato de muita coisa que aparece no livro ser muito parecida com o nazismo. Não, gente, não sou nazista, mas a autora disse certa vez que uma das inspirações para criar Voldemort foi Adolf Hitler e se você estudou o assunto na escola recentemente, vai perceber que algumas coisas que acontecem, parecem muito com os países europeus durante os anos 30 e 40. E isso faz até algum sentido, J.K. Rowling morou em Portugal, que foi assolado pelo regime Salazarista (daí o nome Salazar Slytherin).
Se você esperou pelo fim da saga e por respostas sobre o que aconteceu nos livros anteriores, não percam seu tempo e vão ler As Relíquias da Morte!

Lucas C. Silva

"Comentem, ou sentirão o poder da minha varinha!"

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Fernanda

Fernanda, vem do teutônico Fradenandus, união de Frad (Inteligente, Protetor) com Nand (Ousado, Corajoso). É muito popular na Espanha, usado várias vezes pelas famílias reais Aragão e Castela e há algum tempo faz sucesso no Brasil.
Gosto muito desse nome. Não sei direito porque, mas acho "Fernanda" lindo (não tem erro de concordância, nem digitação, aqui não, antes que algum espírito de porco venha encher o saco!). Tão lindo que é assim que batizei minha amada bicicleta (vejam na foto como a Nandinha é linda!), além das personagens de pelo menos 2 contos meus: Histórias de Cordeirinho e A Saga de Jonas. Muita gente me pergunta por que gosto desse nome, já imaginando que é por causa de alguma Fernanda que eu possa ter conhecido. Com sinceridade, digo que não é por isso. Se fosse para eu gostar de um nome por causa de alguma menina que eu tivesse me apaixonado, seria... é... bem... não, esse não... tem a... É não gosto de nenhum nome por causa de alguma paixão minha.
De qualquer jeito, se caso vocês me virem (daqui a pelo menos 10 anos) passeando com minha filha e me ouvirem a chamando de Fernanda, ou encontrarem esse nome em algum conto meu, não se surpreendam. A não ser que case com uma ou que minha esposa realmente não queira, esse será o nome da minha guria...
Ah, e por falar nisso, alguém já viu uma Fernanda velha? Parem pra pensar, a gente vê uma pá de meninas com esse nome e várias mulheres também. Mas, pelo menos eu, nunca vi uma idosa chamada assim. Aí alguém aí diz "Tem a Fernanda Montenegro!" mas o verdadeiro nome dela é Arlete Pinheiro Monteiro... Eu reparei isso (o lance das Fernandas idosas, não da Montenegro) numa propaganda de celular, num desses natais passados, que era um jogo de amigo secreto (ou amigo oculto, se preferirem. Por falar nisso, essa história da adedOnha que deu uma polêmica...) de uma família que a matriarca, já de idade, dizia "Meu presente vai pra Fernanda!" Aí vinha um cara, provavelmente seu filho e dizia "A Fernanda é a senhora!" e todos riam... Tá, mas onde eu queria chegar mesmo? Ah, é, foi depois dessa propaganda que eu percebi que não existem muitas Fernandas velhas...
Se vocês conhecerem, comentem aqui. Se não conhecerem, comentem também! Estou escrevendo isso pra avisar que se aparecerem outras Fernandas nas minhas histórias, não se surpreendam e não me venham com essa história que é por causa de alguma garota em especial. Ah, e se minha futura esposa tiver lendo isso, já fica avisado que quero colocar esse nome na nossa guria e que não precisa sentir ciúmes não, tá legal?

ps1. No conto que eu linkei 2 vezes acima, chamado Adedanha, muita gente veio dizer que ou chamava a brincadeira de Stop (OOOOEEEEEEESTOP!) ou de AdedOnha. Vou ser sincero, nunca ouvi adedonha e acho a pronuncia um tanto estranha. Em São Paulo, onde cresci, a brincadeira se chama Stop e em Minas, onde nasci, se chama Adedanha. Como a história se passa na cidade fictícia de São José do Cordeirinho, coloquei o nome da brincadeira que dão no estado, ou pelo menos na região que nasci.

ps2. Outros nomes de menina que gosto são Letícia e Mariana. Pra meninos, acho legal Gustavo e Mateus (sem H mesmo).

ps3. Quanto ao nome da bicicleta, não sou louco e tenho uma explicação plausível pra isso: Na Segunda Guerra Mundial, os pilotos costumavam dar nomes de mulheres para seus aviões. Infelizmente, não tenho um avião. No meu aniversário ganhei uma bicicleta, daí pra batizá-la, foi um pulo! E tem mais gente cujas bicicletas têm nomes.

Lucas C. Silva

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Questionários...

Hoje vou postar aqui 2 questionários. Um que eu vi no programa "Inside the Actors Studios" e se vocês quiserem, podem respondê-lo nos seus comentários. Se eu fosse ao programa, o diálogo seria:

Qual é a sua palavra favorita? - Divinópolis
Qual é a palavra que você menos gosta? - Hemograma completo
Qual é o seu som favorito - Um avião a hélice passando
Qual é o som que você mais odeia? - Aspirador de pó
Qual é o seu palavrão favorito? - Puta que pariu!
O que te anima? - Andar de bicicleta ou desenhar
O que te repugna? - Traição
Qual profissão, diferente da sua, você gostaria de ter? - Piloto de avião
Qual profissão você nunca gostaria de ter? - Policial
Se existir o Paraíso, o que você gostaria de ouvir Deus te dizendo quando você chegasse na porta do Céu? - Ei, Lucas, Santos Dumont tá te esperando pra vocês poderem dar uma volta de avião.

Agora vem o segundo questionário. Recebi ele do Antonio:

Uma hora: 18:45
Um astro: Juliana Lohmann
Um móvel: Minha cama
Um líquido: Água
Uma pedra preciosa: Ouro
Uma árvore: Eucalípto
Uma flor: Dama da noite (seu cheiro me lembra minha terra)
Uma cor: Verde
Um animal: Ornitorrinco
Uma música: High - Lighthouse Family
Um livro: Volta ao Mundo em 80 Dias - Julio Verne
Um lugar: Carmo do Cajuru, Minas Gerais
Um verbo: Voar
Uma expressão: Que a Força esteja com você
Um mês: Janeiro
Um número: 23
Um instrumento musical: Gaita
Estação do ano: inverno
Um filme: Star Wars Episódio 3, A vingança dos Sith

Estou indicando as seguintes 5 pessoas pra responderem: Luidi, Cris, Bernardo, Solitáro, Wanderson

sábado, 10 de novembro de 2007

Histórias de Cordeirinho

Adedanha

São José do Cordeirinho, Minas Gerais. 1 de maio de 2002

"A-DE-DA-NHA!" disseram 5 crianças ao mesmo tempo. Então a única menina da turma começou a contar:
"A - B - C... tá valendo!"
Além de Fernanda, Marcos, Lucas e João estavam na casa de Mateus naquele feriado chuvoso. Eles estavam combinando de ir ao Laguinho, mas como começou a chover, decidiram ficar e esperar a chuva passar. Para passarem o tempo, as crianças começaram a jogar adedanha.
Por aproximadamente um minuto e meio, ninguém falou. Todos estavam escrevendo nos papéis o máximo de coisas que lembravam com a letra C. Fernanda foi a primeira a terminar. Mateus terminou logo em seguida. João e Lucas terminaram juntos. Como Marcos era o último, ele teve que parar onde estava.
"Tá legal, que nome vocês colocaram?" perguntou Mateus "O meu foi Carla."
"Cláudio" disse Fernanda, se lembrando do amigo que foi embora anos antes.
"César" disse Lucas.
"Cecília" respondeu João.
"Ciça" disse Marcos.
Cada um tinha marcado 10 pontos. Chegou a hora de dizer a cidade.
"Chicago" disse João.
"Canoas" falou Fernanda, se lembrando novamente de Cláudio.
"Carmo do Cajuru" disse Mateus. "Uai, gente, fica perto de Divinópolis, podem olhar no mapa. Fui num churrasco lá!" disse o garoto após o olhar de "que cidade é essa?" de seus amigos.
"Chicago também... 5 pontos pra gente" disse Lucas.
"Cordeirinho" respondeu Marcos.
"Não, Cordeirinho não vale!" disse Lucas.
"É, Marcos, a cidade se chama São José do Cordeirinho!" disse Fernanda.
"Mas a gente chama a cidade de Cordeirinho!" defendeu-se Marcos.
"Não, mas a gente tem que colocar o nome completo da cidade, e não o apelido!"
"Fernanda, pode perguntar pra qualquer um. Todos chamam a cidade de Cordeirinho."
Sandra, a mãe de Mateus passou pela sala naquela hora e Marcos perguntou.
"Tia - era assim que as crianças chamavam as mães dos amigos - em qual cidade você mora?"
"Cordeirinho, por que?"
"Viram! Cordeirinho!"
"Ah, não, se ele receber os pontos, eu paro de jogar agora!" disse Mateus que, até ali, estava calado.
"E se eu não receber, eu paro de jogar!"
Uma grande discussão começou e só foi cessada quando Sandra interveio.
"Olha só, crianças, se é pra vocês brigarem, então é melhor pararem de jogar!"
Com raiva, todos largaram os papéis e lápis na mesa e cada um seguiu para um canto da sala. Meia hora depois, todos estavam jogando Banco Imobiliário, como se nada tivesse acontecido...

Lucas C. Silva

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

C3PO x R2D2, quem é o melhor?

R2D2 e C3PO são os únicos personagens da Saga Guerra nas Estrelas que aparecem em todos os filmes. Os robôs estão sempre na companhia dos heróis, sendo muitas vezes decisivos. Mas qual dos dois foi mais útil?
Ps 1. esse texto tem alguns detalhes que quem não assistiu aos filmes, pode ficar "boiando".
Ps 2. O texto contem Spoilers da saga.
Ps 3. Se, por algum motivo, você não estiver interessado nesse texto, fique a vontade para ler e comentar os outros!

R2D2:
- Salvou todo o mundo quando consertou o cruzador da Rainha Amidala (Star Wars Episódio 1 - A Ameaça Fantasma)
- Salvou a Padmé na fábrica de dróides ao desligar a máquina que despejava metal derretido e consertou a cabeça do C3PO na arena de Geonosis. (Star Wars Episódio 2 - O Ataque dos Clones)
- Destruiu um dos robozinhos que destruia a nave do Anakin na batalha de Coruscant, pôs fogo naqueles robôs da Federação do Comércio e ainda deu choque em outro. (Star Wars Episódio 3 - A Vingança dos Sith)
- Levou a mensagem da Léia pro Obi Wan Kenobi. Foi "destruído" pelo Vader. Disse onde a Léia tava presa na Estrela da Morte, desligou o compactador de lixo, salvando Han, Léia, Luke e Chewbacca. (Star Wars Episódio 4 - Uma Nova Esperança)
- Consertou a hiperpropulsão da Millennium Falcon, avisou o C3PO que a hiperpropulsão tava defeituosa, lançou aquela fumaça pros Stormtroopers não exergarem os heróis na Cidade das Nuvens, em Bespin. (Star Wars Episódio 5 - O Império Contra Ataca)
- Deu a mensagem do Luke pro Jabba, lançou o sabre pro Luke no poço do Sarlaac e ia abrir a porta do gerador do escudo da Estrela da Morte em Endor, só não abriu porque o Stormtrooper atirou nele. (Star Wars Episódio 6 - O Retorno de Jedi)


C3PO:
- Não fez nada e ainda estava pelado (Star Wars Episódio 1 - A Ameaça Fantasma)
- Também não fez nada e ainda quis que o R2 ficasse na nave de Padmé em Geonosis . Detalhe, se o R2 tivesse ficado, a Padmé teria morrido na fábrica de robôs. Isso sem contar que perdeu a cabeça, literalmente, na fábrica. (Star Wars Episódio 2 - O Ataque dos Clones)
- Não fez nada. (Star Wars Episódio 3 - A Vingança dos Sith)
- Convenceu o Tio Owen a comprar o R2. Desligou o câmbio quase matando o Luke, o Han, o Chewie e a Léia no compactador de lixo. (Star Wars Episódio 4 - Uma Nova Esperança)
- Não fez nada, atrapalhou o Han na hora que finalmente beijou a Léia, levou um tiro do Stormtrooper, ignorou o aviso do R2 que a hiperpropulsão da Millennium Falcon estava desligada, pediu para que não tivessem raiva do Lando, que entregou Han Solo de bandeja pro Darth Vader, e quando o R2 foi consertar a hiperpropulsão, reclamou. (Star Wars Episódio 5 - O Império Contra Ataca)
- Conversou com os Ewoks, mas não conseguiu convencê-los a libertar os heróis. Mesmo assim foi muito útil. (Star Wars Episódio 6 - O Retorno de Jedi)

R2 vence esse duelo fácil fácil. Não odeio o C3PO, mas que ele não ajuda muito, isso é verdade!

Que a Força esteja com você!

Lucas C. Silva

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

AS AVENTURAS DE DANILINHO

Episódio de Hoje: Danilinho na África

Danilinho um dia foi caçar na savana africana. Ao anoitecer deu de cara com um leão faminto.
Sem pensar foi com a mão direto no rifle. O que ele não esperava é que o rifle estava sem munição.
O leão percebendo que Danilinho estava desarmado partiu para o ataque. Danilinho não perdeu tempo. Quando o leão abriu a boca, Danilinho puxou a lingua dele. Assim ele conseguia manter a boca do leão aberta. Ficaram assim por três dias...
Danilinho começou a ficar cansado. E o leão ainda com mais fome. Quanto mais o leão tentava morder, Danilinho puxava mais a lingua dele. Até que Danilinho teve uma ideia brilhante. Pegar o rifle descarregado e colocar dentro da boca do leão, assim ele conseguiria ir embora.
O rifle estava logo atrás de Danilinho. E ele tentava pegar com o pé. Mas qto mais ele mexia o pé... mais poeira levantava... e Danilinho teve uma vontade insustentavel de espirrar.
Quando espirrou aconteceu o inesperado:
Ele espirrou com tanta força que acabou puxando a lingua do leão mais do que devia...
E virou o leão do lado do avesso!!!

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Uma tarde, na livraria...

Segunda Feira, 5 de outubro de 2007. Taí um dia que não vou esquecer...
Depois de um fim de semana horrível, daqueles que devem ser esquecidos, enterrados para nunca serem lembrados, o sol brilhou de novo para mim.
Antes de continuar a história, preciso fazer 2 observações pessoais:

A primeira é que eu tenho uma lista de coisas que quero fazer. Por enquanto, são 37 itens classificados em Fácil, Médio, Difícil, Muito Difícil e Impossível. Quanto mais difícil, mais feliz eu ficaria ao realizá-lo.

A segunda é que nunca fui de acompanhar novelas, ou de idolatrar artistas, mas tenho algumas exceções. Sou fã assumido da Juliana Lohmann, que fez O Beijo do Vampiro, Malhação, Vidas Opostas entre outros trabalhos na TV (por falar nisso, quem tiver o episódio da Diarista "A Chuva", me diz, por favor!). Ela é minha atriz nacional favorita e era um grande sonho meu conhecê-la, tirar uma foto com ela, ou mesmo apenas um autógrafo. E na lista, esse sonho estava classificado como Muito Difícil.

Voltando a história, eu estava na livraria do Botafogo Praia Shopping com meu irmão, Felipe e um colega de sala dele, o Leandro. A gente estava lendo o livro 100 coisas para fazer antes de morrer quando entra na livraria uma menina muito bonita. Eu olhei para ela e pensei "Engraçado, ela parece a Juliana Lohmann." e continuei olhando o livro com os caras. Só que eu não conseguia parar de olhar para ela. A menina se parecia demais com a atriz. Era inacreditável que a Juliana Lohmann estivesse ali, na minha frente. Então eu falei "Gente, acho que aquela moça ali de costas é atriz de TV." O Leandro passou perto dela e voltou dizendo "É sim. É aquela menina que fez malhação há algum tempo..."
Era a confirmação. Mal podia acreditar que eu estava perto dela. Não poderia deixar a chance de pedir um autógrafo, ou mesmo de falar com ela, escapar. Chamei meu irmão num canto e pedi a ele uma caneta e um papel (ele tinha acabado de sair da escola). Tímido e com a garganta seca, cheguei perto dela e disse "Oi, você é a Juliana Lohmann?". Ela olhou para mim e, sorrindo, respondeu "Sou eu sim."
"É que eu sou um grande fã seu, e você poderia me dar um autógrafo?" perguntei. "Obrigada, claro!" disse a Juliana pegando o caderno e autografando. Meu irmão, logo atrás, também pediu um e ela autografou. "Vocês querem autógrafo pra mais alguém?" ela perguntou depois de assinar o caderno pela segunda vez. Então eu disse. "Posso tirar uma foto com você?" Simpática, ela respondeu, "Pode sim" e a gente posou para a foto. Sabem, aqueles poucos segundos que ficamos juntos, foram uns dos melhores da minha vida, sem dúvida nenhuma. Não é todo o dia que a gente realiza um sonho. Na minha lista de coisas a fazer, o item 6 era exatamente aquele, tirar uma foto com ela. Foi muito melhor que eu sonhei que seria. Ao tirarmos a foto, fomos ver como tinha ficado. Eu pisquei na hora e a Juliana disse "Ah, você ficou de olhos fechados. Vamos tirar outra." Nossa, foi muito melhor que eu tinha imaginado! Não tirei apenas 1 foto com ela, tirei 2! Tá, uma foi apagada, mas, nossa, foi muito bom! Depois a gente tirou uma foto dela com meu irmão. Nos despedimos e seguimos nossos caminhos.
Além da alegria de ter encontrado uma "ídala" minha, fiquei muito feliz com a simpatia dela. Ao contrário de muito ídolo por aí, a Juliana foi super educada e atenciosa conosco. Deu os autógrafos, tirou as fotos, conversou conosco, tudo isso na maior boa vontade. Isso sem contar que ao vivo, ela é muito mais linda que na TV ou nas revistas...

Mas, como tudo de bom na vida, foi tudo muito rápido... É engraçado, agora fico lembrando de quando eu era menor, tinha meus 11, 12 anos e a via na TV ou naquelas revistas femininas que minhas primas colecionavam. Ficava me imaginando conhecendo ela, talvez numa praia do Rio (eu ainda morava em SP) ou numa festa... Sei lá. Imaginava que na hora eu não teria coragem de falar com ela. Empacaria e ela iria embora. Na vida real foi bem diferente. Foi mais legal, vê-la de perto, falar com ela, olhar em seus olhos...
Certamente, esse 5 de novembro será um dos meus dias inesquecíveis...

Lucas C. Silva

sábado, 3 de novembro de 2007

A "verdade" sobre Divinópolis - Minas Gerais

Divinópolis é a capital não oficial do Brasil. Com uma população estimada em 15 milhões e uma renda per capta de aproximadamente 100 mil dólares, é a mais importante cidade do Universo. O PIB é de 150 bilhões de dólares. A espectativa de vida é de 130 anos, por isso recebe imigrantes de 293 países do mundo. Por falar nisso, lá estão localizadas embaixadas de 312 países. No Google Earth só mostra o centro da cidade, pois, se fosse mostrar tudo, seriam necessários 3 Google Earths.
Lá estão localizadas as principais rios do país, o Rio Itapecerica e Pará; a principal rua de negócios do Brasil, a Rua Goiás; o principal aeroporto; o maior edifício, o Costa Rangel; e o maior estádio do mundo, que sediará a final da Copa de 2014, o Estádio Farião. As mais belas mulheres do Brasil nascem em Divinópolis. São ganhadoras de Miss Universo há 4000 anos consecutivos. A última não-divinopolitana que venceu o Miss Universo foi Cleópatra-mãe. Nossa Festa da Cerveja é imitada no mundo inteiro. A imitação mais famosa é a Oktoberfest
A mais bela praia do litoral mineiro está localizada a poucos quilômetros do centro da cidade-estado.
A Barragem de Cajuru é conhecida por sua água com propriedades curativas.
Por questão de segurança, a imprensa não divulga a importância da cidade. Se fosse divulgada, todos os países do mundo tentariam invadir Divinópolis. Claro que nenhum ia conseguir, seus exércitos seriam mortos pelo Exército Imperial Divinopolitano, que não sofreria sequer um arranhão. Chuck Norris, Capitão Nascimento e Danilinho seriam chamados para invadir a cidade, mas seriam derrotados sem dó. Para evitar esse massacre mundial, o governo brasileiro esconde a importância de Divinópolis.

Outro motivo pra Divinópolis ser a cidade mais importante do Universo, é que foi lá que eu nasci.

Lucas C. Silva

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Saudade de um time que não vi jogar

Esse campeonato brasileiro de 2007 é um dos piores que eu já vi. Só perde praquela palhacada que foi o de 2005. Vendo esses times fracos e esses jogadores mercenários jogando, não consigo deixar de pensar no futebol dos anos 80. Principalmente na seleção do Galo daquela época. E, apesar de não ter visto eles jogando, confesso que sinto muita saudade daquele time...
Nos anos 80, o Galo não tinha um time, tinha uma seleção. Com Reinaldo, Éder Aleixo, Nelinho, João Leite, Toninho Cerezo e tantos outros, só os juizes eram capazes de nos parar (né, senhor José Rouberto Wright?). Naquela época, os jogadores jogavam com amor à camisa, não amor ao dinheiro. Pergunte a João Leite, Éder ou Reinaldo qual é o time do coração deles. Com certeza responderão "Galo, é claro!"
São são iguais a uns Ronis da vida por aí que, enquanto jogavam no Galo, diziam "Posso receber os maiores salários do mundo, mas nada se compara a jogar pelo Atlético." e depois vão para o Cruzeiro, marcam gol contra o Galo e ainda comemoram... Claro, isso acontece com vários jogadores de vários clubes, mas como sou atleticano, vou falar do que eu sei.
Naquela época, os bons jogadores ficavam no Brasil, defendiam suas cores até o fim de suas carreiras. Hoje em dia, o cara começa a se destacar aí vem os times europeus querendo comprar eles... Enquanto o futebol europeu está lá, indo muito bem, obrigado, o brasileiro está assim, os times classificados para a Libertadores brigando para não caírem pra segundona...
Imagina um Atlético dos anos 80, ou até um Flamengo mesmo (Claro, sempre jogaram com 12 em campo - 1 goleiro, 4 zagueiros, 4 meias, 2 atacantes e 1 juiz. Dizem que o maior ídolo do Flamengo na época foi um tal de José Rouberto Wright...) jogando hoje em dia. Até o fim do campeonato, Reinaldo, Éder, Zico e outros estariam jogando na Europa.
Dizem que sou saudosista, sou museu, que gosta de ficar lembrando do passado e essas coisas. Com certeza! Gosto de futebol arte, jogado com raça e amor à camisa. Sinto muitas saudades de uma época que infelizmente não pude acompanhar...

Lucas C. Silva

terça-feira, 30 de outubro de 2007

A outra Fernanda.

No episódio anterior

"Não lute uma batalha se não ganhar nada ao vencê-la."
Erwin Rommell.

Por semanas, Jonas e Fernanda não se falaram. O único contato que tiveram foi pelos recados que mandaram um ao outro. O garoto estava abalado. Todo esse tempo sem conversar com Fernanda, suas dúvidas e o recado que ela recebeu, faziam Jonas se perguntar se realmente deveria investir naquele sentimento.
Jonas continuava a olhar as fotos de Fernanda, e a lembrar de suas conversas. Ele ainda a achava a menina mais linda do mundo e ainda tinha um carinho especial por ela. Jonas ainda queria conhecê-la pessoalmente, mas não se sentia mais apaixonado. Não tinha mais aqueles frios na barriga ao lembrar da garota e não conseguia mais sonhar com ela. Será que aquele sentimento estava morrendo?
Por um lado, Jonas queria lutar por Fernanda, queria ficar ao seu lado. Afinal, ela era a menina que ele sempre sonhou, tinha tudo que ele mais gostava. Se ele desistisse, talvez nunca mais encontrasse outra. Por outro lado, ele estava preso à Guanabara. Não tinha a menor condição de ir atrás dela. Muitos disseram "se você a ama de verdade, distância não é problema!" Realmente não é quando se tem um transporte ou grana pra comprar passagens. E mesmo que ele fosse atrás dela, onde iria ficar? Teria coragem de chegar e pedir pra ficar na casa dela? E será que Fernanda (ou melhor, os pais dela) confiaria num cara que nunca viu na vida?
Então, depois de tanto tempo, finalmente Fernanda apareceu. Jonas mal podia controlar a ansiedade, estava doido pra falar com ela. Não sobre o recado, não sobre suas dúvidas! Decidira que não iria falar nada daquilo. Só queria conversar com ela, do jeito que faziam antes de tudo acontecer.
"Oi Fê, como vc tá?" perguntou Jonas
Nada...
Jonas esperou, esperou, esperou e nada.
Será que ela não ouviu? Talvez esteja ocupada... Ou será que ela está ignorando?
Não, não poderia estar ignorando, Jonas não fez nada de errado. Mas ela sempre respondia, por que agora não?
Ele esperou mais um tempo, mas Fernanda foi embora, calada, do jeito que chegou. O que era mais estranho é que ela havia respondido aos recados, por que não conversaria?
Decepcionado e com o amor por Fernanda ainda mais abalado, Jonas foi dormir. Não conseguiu. Ficou revirando na cama, com mais dúvidas na sua cabeça, já cheia. Será que Fernanda era aquela garota ideal que ele imaginou que fosse, ou ela era mais uma menina comum? Talvez no dia seguinte ela aparecesse e esclarecesse tudo.
No dia seguinte, Fernanda apareceu e não disse nada. Jonas esperou por alguma reação, mas a garota ficou quieta. Estava estudando, ou fingia estar. Ele chegou manso, não queria atrapalhá-la. Mostrou uns desenhos a ela, mas Fernanda não disse nada novamente. Nem sequer olhou para os desenhos. Em outros tempos, ela olhava, e até elogiava antes de voltar a estudar. Ainda dizia "você não me atrapalha" quando o garoto se desculpava por tê-la interrompido. Dessa vez não. Não disse nada. Era como se ele não estivesse ali.
Decepcionado, Jonas decidiu então sair de perto dela. Talvez estivesse a sufocando demais. Seja como for, o garoto não a amava mais. Pelo menos não a garota que estava ali. Aquela não era a Fernanda que ele conheceu e que se apaixonou. A Fernanda que estava ali era fria, distante. Parecia ter sido dominada pelo lado sombrio, ou algo assim.
Aquele era o fim. Jonas não queria que terminasse assim. Queria ter ficado ao lado dela, tê-la conhecido pessoalmente, ter se tornado seu grande amigo, seu namorado e, quem sabe, num futuro distante, os dois estariam juntos e umas criancinhas ao redor brincando e gritando "uai" e "tchê"... (tá, foi viagem demais!)
Por mais que Jonas não gostasse, o amor por Fernanda estava morto. Pelo menos parecia estar. A ele, não restou outra opção, senão voltar a desenhar garotas de cabelos cacheados. Enquanto não a encontra...

Por enquanto, fim

Se você perdeu, aqui está a saga completa:
1 - Meninas sem rosto e de cabelos cacheados
2 - Fernanda
3 - Tão, tão distante
4 - Tudo que sobe...
5 - A outra Fernanda

Lucas C. Silva

domingo, 28 de outubro de 2007

Tudo que sobe...

No episódio anterior

"Oi, tudo sim" respondeu Fernanda. Jonas começou a conversar com a garota, queria quebrar o gelo. Então chegou a hora, não agüentava mais esperar. Como ele sabia que acabaria se enrolando se falasse, havia escrito uma declaração à ela e a entregou.
Cinco minutos depois, Jonas perguntou a Fernanda o que ela achou. Fernanda gostou, disse que gostava de conversar com ele e o elogiou. O garoto não sabia direito o que ela tinha pensado, estava em dúvida se ela sentia o mesmo que ele. Mesmo assim, estava muito feliz por ter se declarado a ela.
Quando terminaram de conversar, Jonas foi dormir. Feliz, como não se sentia havia muito tempo. Na noite seguinte, Jonas esperou por Fernanda no mesmo lugar. Sabia que ela apareceria, e ele queria muito conversar com a garota.
Antes dela aparecer, Jonas decidiu deixar um recadinho. Ao chegar no quadro de recados dela, leu o de outro rapaz, que dava a entender que os dois, ou tinham algo, ou estavam muito próximos de ter. Toda a felicidade de Jonas foi transformada em desgosto e raiva! Não era possível! Por que as coisas nunca davam certo para ele?
Não, não estava certo, não podia estar! Afinal, se aquilo estivesse acontecendo, por que ela falou aquelas coisas com ele? Jonas sabia o que fazer. Quando ela chegasse, ele perguntaria se estava acontecendo alguma coisa.
Não, ele não poderia perguntar... não poderia se meter assim na vida dela. Afinal, eles estavam muito distantes um do outro, ela não o esperaria pelo resto da vida. Mas e se ele não perguntasse, não saberia se aquilo era sério ou não. Poderia haver ainda uma esperança... Mas a esperança poderia ser falsa... Jonas estava completamente perdido.
Fernanda não apareceu naquele dia. Não apareceu na semana seguinte, nem na outra... Em todo esse tempo, Jonas ficou se perguntando o que estaria acontecendo e se um dia estaria junto de Fernanda...

Continua

Lucas C. Silva

sábado, 27 de outubro de 2007

Tão, tão distante...

No episódio anterior

Jonas sempre via Fernanda ir e vir e queria falar com ela. Por vezes, caminhou até perto dela, mas se distanciou antes da garota perceber sua presença. Ele não queria ser incoveniente, não queria forçá-la a conversar.
Num dia frio, ela apareceu. Jonas criou coragem e decidiu conversar com ela de novo. Chegou até ela e falou um tímido "Oi, tudo bem?". "Oi, tudo sim, e contigo?" perguntou Fernanda. Os dois começaram a conversar e se conheceram melhor. Fernanda, além de linda, era muito inteligente e alguém muito boa para conversar. Depois daquela conversa, Jonas teve certeza que os dois seriam grandes amigos, talvez poderia haver até algo a mais... Só havia um problema, uma pedra no meio do caminho.
Essa pedra tinha pelo menos 1500 km. Fernanda morava nos Sete Povos, muito longe de Jonas, que não tinha como ir até lá, já que estava na Guanabara. Mesmo assim, eles continuaram conversando. A medida que as semanas passavam, Jonas percebia que não a via do mesmo jeito.
Ele esperava ansiosamente para conversar com ela e quando os dois conversavam, tudo parecia estar na mais perfeita harmonia. Cada vez que eles conversavam, Jonas gostava mais de Fernanda e tinha mais certeza que ela era a garota que ele sempre sonhou. Ela o entendia, falava sobre coisas interessantes, não era como as pessoas que conviviam com Jonas e só queriam saber de vestibular. Fernanda não achava que antigas civilizações, curiosidades e outras coisas eram "cultura inútil".
O sentimento de Jonas passou a atormentá-lo. Ele não agüentava mais esconder o segredo. Ele estava louco para contar a ela o que sentia, queria arriscar tudo. À noite ele não conseguia dormir, ficava virando de um lado para o outro da cama só imaginando qual seria a reação dela. Será que ela sentia o mesmo? Ou será que ela era igual às outras meninas e fugiria dele?
Para aumentar seu desespero, pesadas chuvas desabaram em Sete Povos. Fernanda ficou sem aparecer por duas semanas.
Então, num sábado, Fernanda apareceu. Aquele era o dia. Jonas caminhou até ela e disse "Oi Fê, tudo bem?"

Continua

Lucas C. Silva

Fernanda

No episódio passado...

Jonas desenhou muito mais meninas de cabelos castanhos e cacheados. Com o tempo, os narizes foram melhorando. Não ficaram como ele queria, mas Jonas desistiu de apagar os desenhos.
Um dia, meio que por acaso, o garoto a viu pela primeira vez. Ela havia respondido uma pergunta dele. Era linda, tinha os mesmos cabelos cahceados das garotas dos desenhos, mas o rosto era diferente, muito mais bonito que ele havia imaginado.
"Devo falar com ela?" pensou. "Não, se eu chegar assim, de repente, ela vai ficar assustada, não vai querer falar comigo." E com esse pensamento, Jonas ficou a observando de longe, vendo suas perguntas e respostas e, por vezes, chegou a falar com ela, mas como outra pessoa qualquer.
Certo dia, criou coragem e foi falar com ela. Tudo que ele sabia é que a garota era chamada de Fê, que ela gostava do mesmo filme que ele e que ela era a garota mais linda dali.
Num fim de semana, eles se falaram pela primeira vez. Tímido e com medo de estar sendo chato, Jonas não se soltou muito. A garota ideal, além dos cabelos castanhos e cacheados, agora tinha rosto e um nome, Fernanda.
Mas Jonas achava que ela não tinha gostado dele e, por medo de forçar a barra, voltou a apenas olhar pra ela de longe. E ficou assim por meses...

Continua

Lucas C. Silva

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Meninas sem rosto e de cabelos cacheados

Jonas estava em seu quarto desenhando. Se não fosse pela fome, pelo sono ou pelo vestibular, o garoto desenharia por dias sem parar. Era seu modo de escapar dos problemas do mundo e de poder chegar mais perto de seus sonhos.
Seu tema favorito era aviação. A parede de seu quarto estava coberta de Boeings, Airbus, Tucanos, Dorniers, Spitfires e tantos outros aviões preto e brancos, já que Jonas não coloria seus desenhos. Mas há algumas semanas, o garoto não desenhava mais aviões.
O garoto passava horas desenhando, apagando, redesenhando e xingando quando errava. Queria fazer os traços perfeitos, queria fazer a garota perfeita. Sentia muita falta de uma, então decidiu criá-la. "Quem sabe assim não posso encontrar uma?" pensava o garoto. Nas folhas dos cadernos, nas capas dos livros e nos papéis sulfite multiplicavam meninas de cabelos cacheados e sem rosto.
Todas tinham os mesmos longos cabelos cacheados que, na imaginação do garoto, eram castanhos. Ao contrário da maiora dos rapazes, que preferiam cabelos lisos e loiros, Jonas, há muitos anos, gostava mais dos castanhos e cacheados. Sua garota ideal deveria ter os cabelos assim.
Ao terminar os cabelos, e os traços da cabeça, Jonas partiu para o rosto. Queria que fosse bonito como o da menina que sempre sonhava e ainda tinha esperança de encontrar. Começou traçando a boca, passou para os olhos, sombrancelhas, cílios. Estava ficando linda, como ele queria. Agora só faltava o nariz, o mais difícil.
Desenhou as narinas e a ponta do nariz. Ficou estranho. Apagou e recomeçou. Passando levemente o lápis, redesenhou aqueles detalhes... ainda não ficou legal. Apagou e refez os traços. O rosto ficara tão lindo, o nariz não poderia ficar feio. Foi-se passando o tempo, e a paciência do garoto foi-se esgotando. Ainda não estava bom, não estava simétrico. Ele apagou novamente. Só que dessa vez, o desenho ficou manchado. Tomado pelo cansaço e pela raiva, o garoto apagou todo o rosto e jogou o papel com a menina ideal junto com tantas outras, que também tinham cabelos cacheados, mas não tinham rosto...

Continua

Lucas C. Silva

Sugestão do Meus Pensamentos

20 Mil Léguas Submarinas - Júlio Verne
Ainda não terminei o livro, mas já recomendo. Em 1866 um monstro marinho começa a atacar vários navios por todo o mundo. Uma expedição da marinha dos EUA sai a procura do monstro e o professor Aronnax, um famoso pesquisador da vida marinha é convidado para a expedição. Então conhecem o misterioso capitão Nemo e a tripulação do submarino Nautilus.
Assim como outros livros de Júlio Verne, 20 Mil Léguas é uma excelente aventura, com uma linguagem prazerosa e muitas coisas que vimos na escola, tipo eletricidade, pilhas e geografia, mas não se preocupem. Não precisa decorar isso pra provas nem nada...
Se estão procurando um ótimo livro, Meus Pensamentos recomenda 20.000 Léguas Submarinas.

Ah, e por falar nisso, vejam esse trecho do livro:
"E capitão Nemo encarou-me como querendo ler meus pensamentos..."

Se já tiverem lido o livro, ou se tiverem interessados, comentem aqui. Se não tiverem, também podem comentar...

Lucas C. Silva

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Brasil Fora do Eixo

Hoje estou começando um novo blog, o Brasil Fora do Eixo.
Nesse blog estarei dando notícias, falando sobre curiosidades, fatos e coisas legais sobre os Brasil de fora do eixo Rio-SP.
Espero poder colocar dicas de viagem, vídeos, fotos e um pouco de tudo que acontece nesse Brasilzão de Deus e a imprensa bairrista não mostra.
Então, se você mora fora do eixo, ou se tem alguma curiosidade de lá, me manda um scrap.

Estou também querendo a colaboração de pelo menos um blogger de cada região do país. Se você estiver interessado, comenta aqui.

Valeu! Abração!

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Domingo à tarde, na praça

Estamos sentados num banco da praça numa tarde de domingo. Só nós dois. Os únicos sons que ouvimos são nossas conversas, os pássaros nas árvores, os carros que cortam a BR 116 e a música no fone de ouvido que compartilhamos. Nada podia estar melhor.
Conversamos sobre tudo. Desde antigas civilizações até o Gloster Meteor* que está no meio da praça. Falamos sobre nosso passado, os antigos amigos, a escola, as viagens. Falamos sobre nosso futuro, nossas espectativas, nossos sonhos. Sobre nossas alegrias, tristezas, medos e realizações. Ficamos horas ali, sentados naquele banco, nos conhecendo melhor e tentando aproveitar os poucos instantes que temos para ficar juntos.
Enquanto estamos lado a lado, rindo juntos, percebo que não preciso de mais nada no mundo para ser feliz. Aliás, só preciso de mais uma coisa para ser verdadeiramente feliz. A gente está se olhando. Meu estômago está gelado, meu coração, disparado. Meio tímido, pego sua mão e acaricio. Já cheguei até aqui, não vou desistir agora. Não. Estendo a outra mão e afago seu lindo cabelo. O que será que ela está pensando? A gente está se olhando e...
É... para evitar mais sofrimento, vou parar de sonhar aqui. Parece que o inevitável aconteceu e o que estava distante, se distanciou mais ainda...
Só queria olhar nos olhos dela e dizer (e ouvir) 2 palavrinhas, que juntas dão apenas 5 letrinhas. Apesar de pequenas, elas têm um grande significado.

Lucas C. Silva

* para saber o que é Gloster Meteor, clique aqui

POSTAGEM DEDICADA A MEU TIO, PADRINHO E AMIGO GENTIL!

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Você é um bom amigo, mas...

Se tem uma coisa que a vida me ensinou é que, quando uma menina vem com essa história de que "Você é um bom amigo..." se prepara, porque aí vem merda! Essa é daquelas frases que a gente não quer ouvir, mas sabe que acabará ouvindo. E muito do que eu sou hoje se deve a essa frase.
As meninas do meu antigo colégio são muito estranhas. Na verdade a maioria das meninas do mundo (gente, reparem bem o que eu disse, a maioria) são estranhas. Dizem que querem um cara legal, fiel, inteligente e que as faça rir. É, mas sempre acabam escolhendo um bonitão sem cérebro, ou um feioso com lábia. Os caras que realmente se preocupam com elas, que as querem ver feliz, ouvem "Ah, gosto muito de você, você é muito legal mas é só amizade."
Elas não sabem como dói ouvir isso.
O que dá mais raiva são os caras que escolhem! Geralmente é um bonitão sem cérebro, ou um mal caráter completo. Daqueles que jogam terra na sua cara para conquistar a menina e ainda tiram sarro disso. Eu passei por isso! O pior é que elas, ou não percebem isso, ou fazem de bobas. Afinal, não são elas que estão sozinhas mesmo! Parecem não gostar do cara que as quer bem de verdade, daquele que é fiel, que tem algum conteúdo.
Não sou perfeito, longe disso! Mas sei que posso fazê-las muito mais feliz que esses caras que elas escolhem. E estou disposto a fazer isso... Só falta esperar que elas abram os olhos e percebam isso...

É o que dizem:
"Amor é um negócio horroroso e terrível praticado por tolos. Vai partir seu coração e te deixar na pior.
E o que sobra pra você, no final?
Nada além de incríveis lembranças que não se esquecem.
A verdade é que haverá outras garotas por aí. Quero dizer, espero eu."

E tenho dito!

Lucas C. Silva

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Histórias de Cordeirinho

O Campeonato Brasileiro de Pênaltis

São José do Cordeirinho, Minas Gerais. 12 de abril de 1999
Cinco garotos, ainda com os uniformes da escola, estavam sentados no meio da Quadra Municipal. Um deles, rolava uma bola enquanto esperava a decisão dos amigos. Como estavam em cinco e ninguém queria ficar de fora, não dava para formar duplas para jogar futebol.
"Por que a gente não faz um campeonato de pênaltis?" perguntou o que estava brincando com a bola.
"Boa idéia, Cláudio! Vocês querem?" perguntou Lucas.
"Sim!" responderam os outros garotos.
"Tá legal, mas então vamos fazer tudo direitinho" disse Cláudio arrancando uma folha de seu caderno e tirando um lápis da mochila. "Que times vocês vão ser? Eu sou Grêmio!"
"Eu sou Inter!" disse seu irmão, Carlos.
"Eu sou Galo!" falou Marcos.
"E eu, Cruzeiro!" disse João.
"Não, Cruzeiro sou eu!" esbravejou Lucas.
"Mas eu falei primeiro!"
"Mas eu sou o mais velho! Por isso eu que tenho que ser o Cruzeiro!"
Marcos (que não se conformava como alguém poderia brigar para ser o Cruzeiro), Carlos e Cláudio acompanhavam a discussão sem dizer nada. Então Marcos disse:
"João, você não é fã do Pelé?"
"Sou."
"Então fica sendo o Santos! É melhor que essa bosta azul!"
"Ei! Olha como você fala do Zêro! Mas gostei da idéia, eu sou o Santos!"
Terminada a confusão dos times, a tabela dos jogos foi feita. O primeiro jogo seria entre Carlos e João, ou melhor, Internacional e Santos. Os meninos caminharam até uma das traves e tomaram suas posições.
"Mas, gente, vamos jogar esse campeonato até o fim! A gente sempre diz que vai terminar e nunca acaba!" disse Cláudio.
Os garotos aceitaram e a partida começou.
Por ser o mais novo da turma, Carlos, com seus sete anos, saiu derrotado por 3 a 0. Então veio o segundo jogo, Grêmio e Atlético Mineiro. Deu empate em 2 a 2. O Cruzeiro estreou contra o Santos com vitória de 4 a 0. Como Lucas era um bom goleiro, marcar gol nele era extremamente difícil.
Então chegou a rodada dos clássicos. O próximo jogo seria um Gre-Nal seguido por um Atlético e Cruzeiro. Para Cláudio e Carlos, aquilo era uma final de campeonato. Além da rivalidade entre gremistas e colorados, aquilo era a velha disputa entre irmãos.
Cláudio começaria chutando. Imaginou-se usando a camisa tricolor no Estádio Olímpico lotado. Ele pegou distância, o juiz apitara. Ele correu e...
"Cláudio! Carlos! Bah, então foi aí que vocês se meteram!" disse Lílian, a mãe dos garotos.
"É, mãe, a gente avisou que vinha jogar bola!" respondeu Cláudio.
"Vocês se esqueceram do médico! Vamos pra casa, já estamos atrasados!"
"Mas mãe..."
"Nada de mas! Vamos, se despedem dos seus amiguinhos."
Desapontados, os irmãos pegaram a bola, se despediram dos garotos e seguiram a mãe pela rua Olegário Maciel.
"A gente termina o campeonato outro dia!" gritou Lucas para os amigos, que já haviam atravessarado a rua.
Marcos, João e Lucas pegaram suas coisas e foram embora. Ao lado da trave, ficou a tabela daquele campeonato que, como muitos outros, nunca foi terminado.

Lucas C. Silva

sábado, 13 de outubro de 2007

Queria ser piloto...

Sabem aqueles nossos sonhos de infância que, quando crescemos, ficamos chateados por não termos realizado? Pois é, ser piloto é o meu. Nossa, pra mim não tem coisa mais legal que voar! Poder ver o mundo lá de cima, vestir aquele uniforme superlegal, sentir o friozinho na barriga na decolagem, ter a sensação que não existe limites... Ser pago para voar! Dá pra imaginar isso? Deve ser muito bom ser piloto!
Me lembro de quando eu tinha 5 anos e as tias da pré-escola me perguntavam "o que você quer ser quando crescer?" e eu respondia "quero ser piloto de caça supersônico!" Não fazia a menor idéia do que queria dizer "supersônico", mas sabia muito bem o que era um caça e queria estar no comando de um!
Acho que queria ser piloto porque cresci cercado de aviões. Meu pai trabalhou por muitos anos na Varig (trabalhava em solo, mas era numa empresa aérea) e sempre trazia revistas e contava histórias do aeroporto. Até os 3 anos de idade, sempre meus pais me levaram ao Domingo Aéreo, um show aéreo que sempre ocorre no fim de outubro no Campo de Marte (SP). Depois disso, me mudei para a Zona Leste de São Paulo, há uns 10 km do aeroporto de Cumbica. Então passei 11 anos vendo aviões subirem e descerem. Isso sem contar com os filmes, vídeos, jogos de computador e brinquedos (muitos aviõezinhos que ainda tenho guardado em uma caixa de sapato).
Infelizmente descobri que não posso pilotar. Tive traumatismo craniano aos 9 anos de idade e, por causa da cirurgia que fiz na época, a ANAC não me deixa voar... O estranho é que na Segunda Guerra houve um grande ás, que voou sem as duas pernas. Ele usava pernas mecânicas e deixaram ele voar. Já eu, por causa de um traumatismo, que não deixou seqüelas, não posso...
Ah, tudo bem... Fazer o que, né? Bem, é isso... Agora me dêem licença, porque vou pilotar um pouquinho aqui no meu simulador de vôo.

(cmte) Lucas C. Silva