"Não lute uma batalha se não ganhar nada ao vencê-la."
Erwin Rommell.
Por semanas, Jonas e Fernanda não se falaram. O único contato que tiveram foi pelos recados que mandaram um ao outro. O garoto estava abalado. Todo esse tempo sem conversar com Fernanda, suas dúvidas e o recado que ela recebeu, faziam Jonas se perguntar se realmente deveria investir naquele sentimento.
Jonas continuava a olhar as fotos de Fernanda, e a lembrar de suas conversas. Ele ainda a achava a menina mais linda do mundo e ainda tinha um carinho especial por ela. Jonas ainda queria conhecê-la pessoalmente, mas não se sentia mais apaixonado. Não tinha mais aqueles frios na barriga ao lembrar da garota e não conseguia mais sonhar com ela. Será que aquele sentimento estava morrendo?
Por um lado, Jonas queria lutar por Fernanda, queria ficar ao seu lado. Afinal, ela era a menina que ele sempre sonhou, tinha tudo que ele mais gostava. Se ele desistisse, talvez nunca mais encontrasse outra. Por outro lado, ele estava preso à Guanabara. Não tinha a menor condição de ir atrás dela. Muitos disseram "se você a ama de verdade, distância não é problema!" Realmente não é quando se tem um transporte ou grana pra comprar passagens. E mesmo que ele fosse atrás dela, onde iria ficar? Teria coragem de chegar e pedir pra ficar na casa dela? E será que Fernanda (ou melhor, os pais dela) confiaria num cara que nunca viu na vida?
Então, depois de tanto tempo, finalmente Fernanda apareceu. Jonas mal podia controlar a ansiedade, estava doido pra falar com ela. Não sobre o recado, não sobre suas dúvidas! Decidira que não iria falar nada daquilo. Só queria conversar com ela, do jeito que faziam antes de tudo acontecer.
"Oi Fê, como vc tá?" perguntou Jonas
Nada...
Jonas esperou, esperou, esperou e nada.
Será que ela não ouviu? Talvez esteja ocupada... Ou será que ela está ignorando?
Não, não poderia estar ignorando, Jonas não fez nada de errado. Mas ela sempre respondia, por que agora não?
Ele esperou mais um tempo, mas Fernanda foi embora, calada, do jeito que chegou. O que era mais estranho é que ela havia respondido aos recados, por que não conversaria?
Decepcionado e com o amor por Fernanda ainda mais abalado, Jonas foi dormir. Não conseguiu. Ficou revirando na cama, com mais dúvidas na sua cabeça, já cheia. Será que Fernanda era aquela garota ideal que ele imaginou que fosse, ou ela era mais uma menina comum? Talvez no dia seguinte ela aparecesse e esclarecesse tudo.
No dia seguinte, Fernanda apareceu e não disse nada. Jonas esperou por alguma reação, mas a garota ficou quieta. Estava estudando, ou fingia estar. Ele chegou manso, não queria atrapalhá-la. Mostrou uns desenhos a ela, mas Fernanda não disse nada novamente. Nem sequer olhou para os desenhos. Em outros tempos, ela olhava, e até elogiava antes de voltar a estudar. Ainda dizia "você não me atrapalha" quando o garoto se desculpava por tê-la interrompido. Dessa vez não. Não disse nada. Era como se ele não estivesse ali.
Decepcionado, Jonas decidiu então sair de perto dela. Talvez estivesse a sufocando demais. Seja como for, o garoto não a amava mais. Pelo menos não a garota que estava ali. Aquela não era a Fernanda que ele conheceu e que se apaixonou. A Fernanda que estava ali era fria, distante. Parecia ter sido dominada pelo lado sombrio, ou algo assim.
Aquele era o fim. Jonas não queria que terminasse assim. Queria ter ficado ao lado dela, tê-la conhecido pessoalmente, ter se tornado seu grande amigo, seu namorado e, quem sabe, num futuro distante, os dois estariam juntos e umas criancinhas ao redor brincando e gritando "uai" e "tchê"... (tá, foi viagem demais!)
Por mais que Jonas não gostasse, o amor por Fernanda estava morto. Pelo menos parecia estar. A ele, não restou outra opção, senão voltar a desenhar garotas de cabelos cacheados. Enquanto não a encontra...
Por enquanto, fim
Se você perdeu, aqui está a saga completa:
1 - Meninas sem rosto e de cabelos cacheados
2 - Fernanda
3 - Tão, tão distante
4 - Tudo que sobe...
5 - A outra Fernanda
Lucas C. Silva
Jonas continuava a olhar as fotos de Fernanda, e a lembrar de suas conversas. Ele ainda a achava a menina mais linda do mundo e ainda tinha um carinho especial por ela. Jonas ainda queria conhecê-la pessoalmente, mas não se sentia mais apaixonado. Não tinha mais aqueles frios na barriga ao lembrar da garota e não conseguia mais sonhar com ela. Será que aquele sentimento estava morrendo?
Por um lado, Jonas queria lutar por Fernanda, queria ficar ao seu lado. Afinal, ela era a menina que ele sempre sonhou, tinha tudo que ele mais gostava. Se ele desistisse, talvez nunca mais encontrasse outra. Por outro lado, ele estava preso à Guanabara. Não tinha a menor condição de ir atrás dela. Muitos disseram "se você a ama de verdade, distância não é problema!" Realmente não é quando se tem um transporte ou grana pra comprar passagens. E mesmo que ele fosse atrás dela, onde iria ficar? Teria coragem de chegar e pedir pra ficar na casa dela? E será que Fernanda (ou melhor, os pais dela) confiaria num cara que nunca viu na vida?
Então, depois de tanto tempo, finalmente Fernanda apareceu. Jonas mal podia controlar a ansiedade, estava doido pra falar com ela. Não sobre o recado, não sobre suas dúvidas! Decidira que não iria falar nada daquilo. Só queria conversar com ela, do jeito que faziam antes de tudo acontecer.
"Oi Fê, como vc tá?" perguntou Jonas
Nada...
Jonas esperou, esperou, esperou e nada.
Será que ela não ouviu? Talvez esteja ocupada... Ou será que ela está ignorando?
Não, não poderia estar ignorando, Jonas não fez nada de errado. Mas ela sempre respondia, por que agora não?
Ele esperou mais um tempo, mas Fernanda foi embora, calada, do jeito que chegou. O que era mais estranho é que ela havia respondido aos recados, por que não conversaria?
Decepcionado e com o amor por Fernanda ainda mais abalado, Jonas foi dormir. Não conseguiu. Ficou revirando na cama, com mais dúvidas na sua cabeça, já cheia. Será que Fernanda era aquela garota ideal que ele imaginou que fosse, ou ela era mais uma menina comum? Talvez no dia seguinte ela aparecesse e esclarecesse tudo.
No dia seguinte, Fernanda apareceu e não disse nada. Jonas esperou por alguma reação, mas a garota ficou quieta. Estava estudando, ou fingia estar. Ele chegou manso, não queria atrapalhá-la. Mostrou uns desenhos a ela, mas Fernanda não disse nada novamente. Nem sequer olhou para os desenhos. Em outros tempos, ela olhava, e até elogiava antes de voltar a estudar. Ainda dizia "você não me atrapalha" quando o garoto se desculpava por tê-la interrompido. Dessa vez não. Não disse nada. Era como se ele não estivesse ali.
Decepcionado, Jonas decidiu então sair de perto dela. Talvez estivesse a sufocando demais. Seja como for, o garoto não a amava mais. Pelo menos não a garota que estava ali. Aquela não era a Fernanda que ele conheceu e que se apaixonou. A Fernanda que estava ali era fria, distante. Parecia ter sido dominada pelo lado sombrio, ou algo assim.
Aquele era o fim. Jonas não queria que terminasse assim. Queria ter ficado ao lado dela, tê-la conhecido pessoalmente, ter se tornado seu grande amigo, seu namorado e, quem sabe, num futuro distante, os dois estariam juntos e umas criancinhas ao redor brincando e gritando "uai" e "tchê"... (tá, foi viagem demais!)
Por mais que Jonas não gostasse, o amor por Fernanda estava morto. Pelo menos parecia estar. A ele, não restou outra opção, senão voltar a desenhar garotas de cabelos cacheados. Enquanto não a encontra...
Por enquanto, fim
Se você perdeu, aqui está a saga completa:
1 - Meninas sem rosto e de cabelos cacheados
2 - Fernanda
3 - Tão, tão distante
4 - Tudo que sobe...
5 - A outra Fernanda
Lucas C. Silva