São José do Cordeirinho, Minas Gerais. 12 de abril de 1999
Cinco garotos, ainda com os uniformes da escola, estavam sentados no meio da Quadra Municipal. Um deles, rolava uma bola enquanto esperava a decisão dos amigos. Como estavam em cinco e ninguém queria ficar de fora, não dava para formar duplas para jogar futebol.
"Por que a gente não faz um campeonato de pênaltis?" perguntou o que estava brincando com a bola.
"Boa idéia, Cláudio! Vocês querem?" perguntou Lucas.
"Sim!" responderam os outros garotos.
"Tá legal, mas então vamos fazer tudo direitinho" disse Cláudio arrancando uma folha de seu caderno e tirando um lápis da mochila. "Que times vocês vão ser? Eu sou Grêmio!"
"Eu sou Inter!" disse seu irmão, Carlos.
"Eu sou Galo!" falou Marcos.
"E eu, Cruzeiro!" disse João.
"Não, Cruzeiro sou eu!" esbravejou Lucas.
"Mas eu falei primeiro!"
"Mas eu sou o mais velho! Por isso eu que tenho que ser o Cruzeiro!"
Marcos (que não se conformava como alguém poderia brigar para ser o Cruzeiro), Carlos e Cláudio acompanhavam a discussão sem dizer nada. Então Marcos disse:
"João, você não é fã do Pelé?"
"Sou."
"Então fica sendo o Santos! É melhor que essa bosta azul!"
"Ei! Olha como você fala do Zêro! Mas gostei da idéia, eu sou o Santos!"
Terminada a confusão dos times, a tabela dos jogos foi feita. O primeiro jogo seria entre Carlos e João, ou melhor, Internacional e Santos. Os meninos caminharam até uma das traves e tomaram suas posições.
"Mas, gente, vamos jogar esse campeonato até o fim! A gente sempre diz que vai terminar e nunca acaba!" disse Cláudio.
Os garotos aceitaram e a partida começou.
Por ser o mais novo da turma, Carlos, com seus sete anos, saiu derrotado por 3 a 0. Então veio o segundo jogo, Grêmio e Atlético Mineiro. Deu empate em 2 a 2. O Cruzeiro estreou contra o Santos com vitória de 4 a 0. Como Lucas era um bom goleiro, marcar gol nele era extremamente difícil.
Então chegou a rodada dos clássicos. O próximo jogo seria um Gre-Nal seguido por um Atlético e Cruzeiro. Para Cláudio e Carlos, aquilo era uma final de campeonato. Além da rivalidade entre gremistas e colorados, aquilo era a velha disputa entre irmãos.
Cláudio começaria chutando. Imaginou-se usando a camisa tricolor no Estádio Olímpico lotado. Ele pegou distância, o juiz apitara. Ele correu e...
"Cláudio! Carlos! Bah, então foi aí que vocês se meteram!" disse Lílian, a mãe dos garotos.
"É, mãe, a gente avisou que vinha jogar bola!" respondeu Cláudio.
"Vocês se esqueceram do médico! Vamos pra casa, já estamos atrasados!"
"Mas mãe..."
"Nada de mas! Vamos, se despedem dos seus amiguinhos."
Desapontados, os irmãos pegaram a bola, se despediram dos garotos e seguiram a mãe pela rua Olegário Maciel.
"A gente termina o campeonato outro dia!" gritou Lucas para os amigos, que já haviam atravessarado a rua.
Marcos, João e Lucas pegaram suas coisas e foram embora. Ao lado da trave, ficou a tabela daquele campeonato que, como muitos outros, nunca foi terminado.
Lucas C. Silva
"Por que a gente não faz um campeonato de pênaltis?" perguntou o que estava brincando com a bola.
"Boa idéia, Cláudio! Vocês querem?" perguntou Lucas.
"Sim!" responderam os outros garotos.
"Tá legal, mas então vamos fazer tudo direitinho" disse Cláudio arrancando uma folha de seu caderno e tirando um lápis da mochila. "Que times vocês vão ser? Eu sou Grêmio!"
"Eu sou Inter!" disse seu irmão, Carlos.
"Eu sou Galo!" falou Marcos.
"E eu, Cruzeiro!" disse João.
"Não, Cruzeiro sou eu!" esbravejou Lucas.
"Mas eu falei primeiro!"
"Mas eu sou o mais velho! Por isso eu que tenho que ser o Cruzeiro!"
Marcos (que não se conformava como alguém poderia brigar para ser o Cruzeiro), Carlos e Cláudio acompanhavam a discussão sem dizer nada. Então Marcos disse:
"João, você não é fã do Pelé?"
"Sou."
"Então fica sendo o Santos! É melhor que essa bosta azul!"
"Ei! Olha como você fala do Zêro! Mas gostei da idéia, eu sou o Santos!"
Terminada a confusão dos times, a tabela dos jogos foi feita. O primeiro jogo seria entre Carlos e João, ou melhor, Internacional e Santos. Os meninos caminharam até uma das traves e tomaram suas posições.
"Mas, gente, vamos jogar esse campeonato até o fim! A gente sempre diz que vai terminar e nunca acaba!" disse Cláudio.
Os garotos aceitaram e a partida começou.
Por ser o mais novo da turma, Carlos, com seus sete anos, saiu derrotado por 3 a 0. Então veio o segundo jogo, Grêmio e Atlético Mineiro. Deu empate em 2 a 2. O Cruzeiro estreou contra o Santos com vitória de 4 a 0. Como Lucas era um bom goleiro, marcar gol nele era extremamente difícil.
Então chegou a rodada dos clássicos. O próximo jogo seria um Gre-Nal seguido por um Atlético e Cruzeiro. Para Cláudio e Carlos, aquilo era uma final de campeonato. Além da rivalidade entre gremistas e colorados, aquilo era a velha disputa entre irmãos.
Cláudio começaria chutando. Imaginou-se usando a camisa tricolor no Estádio Olímpico lotado. Ele pegou distância, o juiz apitara. Ele correu e...
"Cláudio! Carlos! Bah, então foi aí que vocês se meteram!" disse Lílian, a mãe dos garotos.
"É, mãe, a gente avisou que vinha jogar bola!" respondeu Cláudio.
"Vocês se esqueceram do médico! Vamos pra casa, já estamos atrasados!"
"Mas mãe..."
"Nada de mas! Vamos, se despedem dos seus amiguinhos."
Desapontados, os irmãos pegaram a bola, se despediram dos garotos e seguiram a mãe pela rua Olegário Maciel.
"A gente termina o campeonato outro dia!" gritou Lucas para os amigos, que já haviam atravessarado a rua.
Marcos, João e Lucas pegaram suas coisas e foram embora. Ao lado da trave, ficou a tabela daquele campeonato que, como muitos outros, nunca foi terminado.
Lucas C. Silva
14 comentários:
poxa, muito bem escrita essa história, parabéns :D
legais essas coisas de criança e tal ^^
O.o
Vou por o danilinho do Atlético MG
obrigado por comentar
que ingênuo! legal!
eu lembro bem, que esse campeonatos nunca terminavam mesmo!
tá muito legal!
parabéns!
você é o lucas, certo?
opkaopfks
você se narra em terceira pessoa?
legal.
diferente :D
flw
cara, como vc escreve bem!!!!!!!!
adorei!
eu tbm escrevi um "texto", que é mais um 'poema-desgraça', bem legal!
hauah
beijos!
asauyshaus li la no meu !
porra ozzy O.oui ASHuihsiUS
ai vi o post anterior queria ser piloto ?? eu tambem mas to fora num tem lugar fixo mo merda dai eu jogo no flight simulator :D:D:D:D
to bomzao ja
Ah, gente, o Lucas não sou eu! Apesar de isso ter acontecido comigo milhares de vezes!
huahuaha... muito boa a história!!!!
Eu tbm fazia muito isso quando era criança... pior é quando estava sozinho, ou só com um outro amigo e a gente era um monte de times pra poder ficar disputando!!!!
valew!
Hahaha
Eu não joguei campeonatos que nunca acabaram, mas isso me fez lembrar das brincadeiras de boneca que a gente nunca tinha oportunidade de terminar. Era o tempo de organizar todo o "Cenário" e quando íamos brincar sempre surgia um imprevisto.
Oo Eu sei que não tem nada a ver
hehehe
Gostei dessa história, me fez lembrar uns livros que eu li, que têm narrativas parecidas com essa: "Titinho e os tênis mágicos" =)
BeijOo
Cara não sei se é em todos os blogs mas tá um pouco dificil comentar aqui. Esse seu post me lembro a propaganda da Penalty (Penalty faz o seu jogo) que mostra os caras jogando Rebatida, Gol a Gol, etc. Eu jogava muito essas coisas. Depois de ter desistido do meu sonho de ser jogador de futebol, eu quase nem acompanho mais futebol. Abraços
hauahuahuahauha
ninguém foi pelo São Paulo?! Fala sério! hehehehehe
infância...nostalgia na veia!
cara, eu tenho é uma TARA por meninas de cabelo cacheado
:D
Muito legal,
no meu tempo de garoto, geralmente, os pequenos q ficavam de fora, e as vezes vinham as mães deles reclamar.. heheh
mas jogo sempre saía!
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