quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Num país muito distante daqui...

Estamos num país meio longe daqui.
Nesse país, o povo é trabalhador, sofrido, comandado por políticos desonestos, mas é feliz.
E grande parte dessa felicidade vem da maior paixão do país, o futebol.
O povo é apaixonado pelo esporte. Defende as cores do seu time do mesmo jeito que defenderia sua família, a mulher amada.
Enquanto isso, os políticos vão enriquecendo cada vez mais.
Inventam impostos absurdos, somem com milhões de Dinheiros (a moeda do país), compram vacas.
E o povo fica indignado...
Indignado com o juiz que não viu o pênalti claríssimo.
Indignado com o treinador que não colocou o craque do time pra jogar.
Indignado com o craque do time que não jogou nada.
Enquanto isso, os políticos continuam lá, sem serem tocados.
Com certa facilidade, a seleção desse país chegou à Copa do Mundo.
Chegou com favoritismo, quase com a taça nas mãos.
Mas ao enfrentar o maior algoz, jogou sem raça e foi eliminada.
Todos no país quiseram a cabeça do treinador.
Todos no país quiseram as cabeças dos craques.
Todos no país quiseram as cabeças dos adversários.
Enquanto isso, os políticos continuaram roubando.
Continuaram dando mesadas aos protegidos.
Continuaram escondendo dinheiro em cuecas, calcinhas, sutiãs e meias.
E ninguém quis suas cabeças.
Ninguém protestou nas ruas como protestaram com a eliminação da Copa do Mundo.
Ninguém apareceu na TV xingando os políticos.
E o pior.
Nas eleições daquele ano, os mesmos políticos foram reeleitos.
Enquanto o técnico da Seleção foi demitido.
Tenham um bom dia todos! E um bom dia especial para os atleticanos que estão indignados com a atual diretoria do "time"

Lucas C. Silva

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

O triste fim de Etevaldo

Quem teve a infância nos anos 90, como eu, certamente assistiu ao clássico da TV brasileira e (na minha humilde opinião) melhor programa infantil da história, Castelo Rá-Tim-Bum. O que pouca gente sabe é que o ator Wagner Bello que interpretava o simpático visitante das estrelas Etevaldo, faleceu ainda quando o programa era gravado.
Segundo pesquisa de Victor Bianchin, Bello (como era chamado pelos amigos) morreu de Aids em 12 de agosto de 1994, semanas depois de descobrir que tinha a doença.
Formado em artes pela EAD (Escola de Artes Dramáticas, da USP), Wagner Bello trabalhou em peças de teatro, chegando a receber o prêmio Apetesp de Melhor Ator de 1991, pela peça Enq, o Gnomo. Foi nessa peça, que Bello foi descoberto por Phillippe Barcinski, que o indicou para fazer um teste para o Castelo, que acabou sendo seu único trabalho na televisão.
Wagner faleceu antes de gravar aquela que seria a última aparição de Etevaldo na série. Para o episódio, foi chamada então a atriz Siomara Schroder, amiga pessoal de Bello, para interpretar Etecetera, irmã do ET. A atriz já havia interpretado em outra oportunidade Etelvina, mãe de Etevaldo.
Mesmo não estando mais entre nós, Wagner Bello, nosso eterno Etevaldo, sempre estará vivo nas mentes daqueles que cresceram assistindo seu trabalho no Castelo Rá-Tim-Bum.

Lucas C. Silva

domingo, 17 de agosto de 2008

O Cartão Postal

Acabei de chegar do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro. Apesar de todas aquelas maravilhosas vistas de um dos pontos turísticos mais famosos do mundo, a coisa que me chamou mais atenção foi um cartão postal. É, parece estranho, mas o postal que pode ser visto com mais detalhes clicando na figura abaixo foi o que mais me chamou a atenção hoje. E te explico porque.
O primeiro detalhe que me chamou atenção foram os jogadores com camisas alvi-negras. Ao olhar, brinquei "Ó, Atlético e Flamengo!". Mas, estando no Rio de Janeiro, me convenci de que era Botafogo e Flamengo... Isso até ver:
No alto do cartão há uma espécie de "sol" azul e branco com as iniciais C.A.M. Não sei se você sabe, mas essas são as iniciais de Clube Atlético Mineiro, que joga com camisas alvi-negras e tem um dos maiores rivais o Flamengo. As iniciais CAM se repetem na mala e na camiseta de um dos integrantes da comissão técnica to time alvi-negro.
Pois é, mas o fator determinante para o postal me chamar atenção, foi o placar.

Só dá uma olhadinha em quanto tá o jogo:














Nem precisa comentar, né?

Só foi olhar o placar, eu peguei o dinheiro e comprei o cartão postal do quadro "Partida de Futebol" do artista mineiro Zizi Sapateiro, que passou a ser o mais bonito da minha coleção.

Falou gente!

Lucas C. Silva

sábado, 9 de agosto de 2008

Um amor não correspondido

Quando me perguntam por que sou atleticano, mesmo com o time lutando contra o rebaixamento ou após sofrer uma goleada, respondo que ser atleticano é quase como amar uma garota que não nos ama.
Quem já passou por isso, sabe. Quanto mais a garota o despreza, mais o apaixonado a ama. Não importa o quanto as pessoas o mandam trocar de amor ou se aparecem garotas tão bonitas quanto, ou até mais bonitas que a amada, ele quer aquela em especial. Mesmo que a garota insista que não o ama e até ande por aí com outro rapaz, o apaixonado a quer e ponto final.
O mesmo acontece com o torcedor atleticano. As pessoas podem tentar convencê-lo a torcer pelo Grêmio, São Paulo ou Goiás. Os outros times podem ganhar Brasileiros, Libertadores e Mundiais. O Atlético pode ser rebaixado para a Série C e ainda ficar anos sem conquistar sequer um campeonato de pelada de fim de semana. Pode acontecer tudo isso e muito mais que o atleticano vai se arrepiar ao ouvir o hino do time, vai vestir sua camisa e vai lotar o Mineirão como se estivesse indo assistir a uma final de Copa do Mundo.
Certa vez, em uma dessas minhas viagens por Minas Gerais, conheci uma garota. Linda! Seu sorriso era o mais lindo de Minas (se não fosse do mundo), seus cachinhos eram os mais encantadores e cantava com uma voz doce, de anjo. O óbvio aconteceu e me apaixonei por ela. A mineirinha me via apenas com amigo e dizia sempre que só queria minha amizade. Sofri por ela não gostar de mim do jeito que eu gostava dela, mas não deixei de amá-la... por um tempo. Voltei para o Rio de Janeiro e decidi esquecê-la. Não olhava mais suas fotos, não mandava mensagens para ela na internet. Ao conversar com meus amigos, não perguntava por ela e se falassem sobre a garota, eu respondia como se estivesse falando de outra pessoa qualquer. Parecia que finalmente ela tinha saído de meus pensamentos. Então surgiu a oportunidade de visitar sua cidade e, por mais que eu negasse (até pra mim mesmo) eu estava louco para vê-la. Seu sorriso voltou a ser o mais lindo do mundo, sua voz, a mais doce de todas e sua companhia a que mais me fazia feliz.
Engraçado é que nesse período, o Atlético andou perdendo e só me dando desgosto. Assim como no caso da garota (que, infelizmente, torcia pelo time errado), decidi esquecê-lo. Não vestia mais minhas camisas alvi-negras, não procurava notícias sobre o time, parei de assistir aos jogos e sempre que conversava com meus amigos, dizia "não ligo mais para futebol". Então meu primo chegou com um par de ingressos para irmos ao Mineirão. Hesitei um momento, mas acabei aceitando o convite. Ao chegar no Gigante da Pampulha e ver a torcida mais fanática do mundo, o Atlético voltou a ser minha grande paixão. Seu uniforme voltou a ser o Manto Sagrado, minha segunda pele, seu hino voltou a ser a mais bela canção e tive a certeza de ser novamente o atleticano mais fanático do planeta.
Torcer pelo Galo é assim. É ser fiel, apaixonado, amar cada vez mais apesar de todas as dificuldades. A única diferença entre o apaixonado não correspondido e o atleticano é que o primeiro, cedo ou tarde, troca de amor até encontrar a pessoa certa. Já o segundo sabe que encontrou o time certo e espera com a certeza que tempos melhores estão por vir.

Lucas C. Silva

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Calouro

Hoje eu voltei pra casa todo pintado. Parecia um palhaço, ou um daqueles soldados que pintam a cara pra camuflar, sabe? As pessoas olhavam para mim como se eu fosse um extraterrestre, algumas até seguravam o riso. Se fosse em outra situação, eu estaria sentindo vergonha. Mas eu andava pintado pelas ruas do meu bairro com o maior orgulho do mundo. Afinal, não é sempre que temos nosso primeiro dia na universidade.
Na semana do meu aniversário recebi o melhor presente que eu poderia sonhar. Uma ligação do meu pai dizendo que eu era estudante de Comunicação Social na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Era a coroação dos mais de 10 anos de estudo.
Pois é, e hoje finalmente comecei o curso. Na verdade ainda não comecei... Essa primeira semana é só bagunça. Hoje, os veteranos nos pintaram todo e nos mandaram arrecadar grana, pra eles encherem a cara. Saí com a Carolina e a Flávia para arrecadar o dinheiro e aprendi umas lições importantes:
A primeira: Até que as pessoas são mais solidárias que eu pensava. Imaginei que fosse mais difícil conseguir o dinheiro. Juntamos muito mais que poderíamos imaginar.
A segunda: Quer arrumar dinheiro? Peça para turistas, casais de namorados e senhoras de idade! Funciona, juro! Com os turistas, gastei todo o inglês que eu aprendi nos últimos anos. Fomos para o Pão de Açúcar pedir grana pros gringos que por ali passavam e, em sua maioria, eles até colaboraram e tiraram fotos conosco! As idosas, sabe-se la por que, são bem solidárias. Tá certo que uma ou outra reclamava que os jovens de hoje em dia deveriam trabalhar ao invés de pedir dinheiro, mas a maioria é muito simpática. E os namorados... ai os apaixonados. Tomados pelo coração mole da paixão, eles nos ajudam, e muito!
A terceira: Ô mineirada, que decepção! Gente, os mineiros só nos deram 5 centavos! Ianques nos deram pelo menos 4 reais (não sei direito quanto foi), Alagoenses nos deram 2 reais e os 2 mineiros só 5 centavos! E não foi 5 centavos cada um não, foi 5 centavos e pronto! O que é isso, gente?! Bem que dizem que mineiro é pão duro, tô tendo que concordar...
Ah, mas faculdade é muito bom... Pelo menos o começo. Vamos ver quando o bicho pegar!

Queria postar a foto de como fiquei aqui no Meus Pensamentos, mas não consegui. Se você tiver orkut, clique aqui pra ver meu estado.

Valeu gente!
Lucas C. Silva