quinta-feira, 16 de julho de 2009

A mídia brasileira é brasileira mesmo?

Final de Copa Libertadores da América, Cruzeiro contra Estudiantes. Pelo quinto ano consecutivo, um time brasileiro chega na final do principal torneio do continente. Sendo bem nacionalista e querendo falar bonito (e deixando futebolismo de lado, pra quem não sabe, sou atleticano), era a hora dos torcedores se unirem para torcer pelo representante brasileiro na copa. Era o momento de todos os torcedores, no país inteiro sentarem diante da TV, a ligarem para assistir ao... jogo do Fluminense?
Pois é... Já não basta as repetidas vezes que passaram jogos de times de Rio e São Paulo mesmo para estados que tem seus times jogando fora de casa, na final do campeonato mais importante do continente a mídia "brasileira" inventou moda e passou um jogo do Campeonato Brasileiro entre dois times do Eixo. A pergunta pra isso é: Por quê?
Já falei nesse blog e volto a bater na mesma tecla, na mídia que se diz brasileira há sim dois pesos e duas medidas! Quando é time do Eixo do Mal que chega lá, é destaque, é transmissão pro Brasil inteiro, é todos os programas, todos os jornalistas falando nisso. Quando é um time mineiro, gaúcho, nordestino, os jornalistas podem até falar, mas preferem dar destaque aos times do Eixo que não estão disputando nada... Aí vêm com aquele papo furado de "A gente dá destaque para os times do Eixo porque é lá que temos maior audiência".
Mas claro que é! Não poderia ser diferente! Qual mineiro, gaúcho, amazonense, goiano ou cearense em sã consciência que vai perder seu tempo vendo um programa que não fala de seus times? Quem, querendo ver notícias de Atlético Mineiro, Grêmio, Vitória ou Fortaleza vai querer ver um programa que só fala de Corinthians, São Paulo e Flamengo? Essa exclusividade não passa de um ciclo vicioso! Falam só do Eixo do Mal porque a maioria de seu público é de lá. A maioria de seu público é de lá só porque falam do Eixo do Mal!
Pior do que essa atitude da mídia do Eixo é a atitude da CBF (que está mergulhada num mar de merda) ao ceder à pressão dos canais de televisão e transferir os jogos que seriam disputados num fim de semana para uma quarta-feira, no horário da partida do Cruzeiro. Já não basta os outros podres da entidade máxima do futebol brasileiro, mais essa voltou a se acumular na montanha de merda que está se formando nos gramados brasileiros (e principalmente fora deles).
Não é a toa que desisti de trabalhar com Jornalismo Esportivo. Não quero ficar acobertando toda essa porcariada que predomina na CBF. Sei lá, ultimamente ando até me perguntando se é Jornalismo mesmo que eu quero pra minha vida. Nem é por causa da palhaçada do fim do diploma não, é por uma série de fatores aí...
Seja como for, Libertadores chegou ao fim, Estudiantes campeão, os canais de TV cheios de dinheiro por causa dos anunciantes de mais um jogo podre e quem saiu perdendo com tudo isso é o torcedor de fora do Eixo do Mal, que, mais uma vez, foi jogado para segundo plano.

Lucas C. Silva

domingo, 12 de julho de 2009

Música: Vander Lee

Uma das perguntas mais difíceis que já me fizeram foi qual é o tipo de música que meu cantor preferido, Vander Lee, canta. Confesso que não sei como classificá-las. Sei lá, é uma mistura de samba, pop romântico, MPB... na verdade, não importa qual é seu tipo de música. Não importa porque é de primeiríssima qualidade.
Sou, não nego, muito fã do Vander Lee. Conheci seu trabalho meio que por acaso. Enquanto navegava pela comunidade do Atlético Mineiro no orkut, me deparei com uma música chamada Galo e Cruzeiro. O samba conta a história de brigas de um casal formado por um atleticano e uma cruzeirense justamente por causa de seus times. Apesar de atleticano, Vander Lee jura que a música não tem nada a ver com sua vida, até porque sua esposa, a também cantora Regina Souza, não é cruzeirense.
Uma amiga minha da faculdade ouviu essa música no meu celular e quando eu lhe disse que não conhecia mais nada do Vander, ela me disse para procurar, afirmando que eu iria adorar. Nós não disconfiávamos que eu gostaria tanto de conhecer aquelas músicas.
Não é porque sou fã, mas não tem como não gostar. São poesia pura. São daquelas músicas que você nem precisa prestar atenção na letra (o que é um crime) para sentir a emoção que passam. Vander Lee já me fez rir com o Chazinho com Biscoito (nesse vídeo com a participação especial da Regina Souza) e o carro Sambado. Já me fez chorar que nem criança com Esperando Aviões (não tenho vergonha de admitir que essa música me fez chorar mesmo certa vez). Me fez perceber que, sim, sou um daqueles Românticos loucos e desvairados. E me fez morrer de saudade do meu talismã, meu sol, meu dia, meu dial com aquela que está entre as 5 músicas mais bonitas que já ouvi, Farol.
Música esta que está em seu novo CD, Faro. Nesse disco, Vander Lee apresenta 10 músicas próprias, além de 2 regravações, Ninguém Pode Tirar Você de Mim (do Roberto Carlos) e Obscuridade (do Cartola). Sou suspeitíssimo pra falar, mas o CD ficou incrível. Como eu disse acima, as músicas são poesia pura, elas passam toda emoção por elas mesmas. Mesmo sem conseguir acompanhar a letra, o ouvinte acaba se apaixonando por elas. Li hoje o Samuel Rosa, do Skank, dizendo que "para a música ser boa, ela tem que fazer o ouvinte se perguntar se ela está falando dele". Se isso for verdade, Vander Lee obteve muito sucesso com suas canções. Sucesso esse que, infelizmente (e inexplicavelmente) não é reconhecido. Não entendo como um músico como ele não tem uma divulgação maior.
Hoje, Vander Lee está em turnê, divulgando seu novo disco. O primeiro show foi no Canecão, aqui no Rio de Janeiro. Talvez também por ter sido meu primeiro show e por eu ter conseguido ir no camarim depois da apresentação, foi inesquecível. Especialmente na trinca Românticos, Esperando Aviões e Farol. Aqui fica minha sugestão. Se você estiver procurando por música brasileira de qualidade, procure pelo novo CD do Vander Lee, o Faro. E se tiver a oportunidade, não deixe de ir em seu show. É garantia de música da melhor qualidade do começo ao fim!
Aqui, aquele que vos escreve com Vander Lee logo após o show do Canecão

Lucas C. Silva