segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Minas tem gosto de que?

Minas tem gosto de jabuticaba apanhada do pé,
de goiaba roubada no quintal alheio,
de amora, acerola, limão capeta e ingá.

Minas tem gosto de café com leite e pão com manteiga,
tem gosto de pão de queijo e romeu e julieta.
Minas tem gosto de bolo de fubá, feijão tropeiro,
leitão a pururuca e frango a molho pardo.

Minas tem gosto de infância não vivida.
De esconde-esconde, pega-pega, polícia-e-ladrão.
Minas tem gosto de passeios de bicicleta,
de brincadeiras na rua a tarde inteira,
de mergulho no rio e banho de cachoeira.

Minas tem gosto de tranquilidade e sonho,
também tem gosto de saudade.
Tem gosto de sorvete na pracinha no domingo,
gosto de namoro na Lagoa da Pampulha,
de beijinhos no Parque das Mangabeiras.

Minas tem gosto de roda de viola, de Clube da Esquina.
Tem gosto da voz calma do Vander Lee,
da voz doce da Fernanda Takai
e do ritmo animado do Skank e Jota Quest.
Minas tem gosto de música boa.

Minas tem gosto de passarinho cantando,
de casinha de joão de barro,
de grilo fazendo festa a noite inteira,
de vagalume acendendo
e a vida acontecendo no cerrado.

Minas tem gosto de casinha colonial,
de igreja barroca, de sítio ao pé da serra.
Minas tem gosto de serra, de monhtanha,
de morro, de ladeira.
Minas não tem gosto de mar.

Minas tem gosto de História,
de luta, de sangue, suor e lágrimas.
Minas tem gosto de amor,
tem gosto de liberdade.

Minas é liberdade.

Lucas C. Silva

sábado, 24 de outubro de 2009

Meu vício

Merda!
Estou viciado!
Como todos os vícios, começou comigo experimentando, assim, sem compromisso, só um pouquinho, e quando percebi, a necessidade tomou conta de mim.
Percebi essa necessidade tarde demais.
Eu estava usando o dinheiro que ia usar pra comer na faculdade pra alimentar o vício.
Estava usando o dinheiro que ia usar numa viagem pra alimentar o vício.
Eu gastei boa parte da minha (pequena) poupança pra alimentar o vício.
E daqui a pouco vou usar o restinho de grana que me sobrou pra alimentar o vício.
Sim, preciso me tratar, mas não quero!
Por conta do meu vício, sem sair do meu quarto já fiz viagens incríveis!
Fui à Minas, fui à Europa, fui á Asia fui aos confins do universo e ao fundo do mar.
Estive no passado, estive no futuro, era como se eu estivesse num sonho e não quisesse acordar!
Ah, o que seria de mim sem meu vício?
O que seria de mim sem meus livros?

Lucas C. Silva

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Minas

Foi em Minas que aprendi a ser feliz. Acho que isso exlica meu amor por esse lugar, por suas montanhas por seu povo. A vaga tristeza que invade meu coração, quando tenho, por algum motivo, que partir, é uma tristeza mineira que sinto calado, uma tristeza que só não é maior porque levo comigo, escondida na alma, montanhas humildes e imensas, montanhas amigas onde me refugiarei nos dias tristes.
Felipe Peixoto Braga Netto



Lucas C. Silva

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Uma declaração de amor a uma senhora centenária


Belo Horizonte sempre foi pra mim um lugar mágico, idealizado e inalcançável. Talvez como uma Atlântida perdida no meio do mar de montanhas mineiras, como uma cidade perdida de Eldorado, ou mesmo a Pasárgada do poema de Manoel Bandeira, Belo Horizonte era um lugar lendário, uma terra de sonhos e belezas que eu apenas poderia imaginar.
Quando era guri, eu sempre chegava pra minha mãe e perguntava:
- Mãe, vamos pra Belo Horizonte?
- Nas férias a gente vai...
Férias vinham, férias iam e eu nunca ia pra Belo Horizonte... Aliás, falar que nunca tinha vindo para Beagá era mentira, mas sempre foram visitas rápidas aos parentes no Barreiro, nada que matasse minha vontade de turista de conhecer cada cantinho dos famosos pontos turísticos que eu tanto ouvia falar. Parque Municipal, Praça da Liberdade, Praça Sete, Mirante das Mangabeiras, Igrejinha da Pampulha e Mineirão... Ah, o Mineirão, casa daquele que foi por muito tempo meu amor maior em Belo Horizonte. Amor esse que agora tem que dividir o espaço no meu coração com uma linda moreninha de cabelos pretos, a única que consegue ser mais bela que o horizonte daqui...
Mas hein? Onde eu tava? Ah, sim, eu cresci ouvindo falar de todos esses lugares. Cresci imaginando todos esses lugares... enfim, cresci e ganhei a oportunidade de vir visitar Belo Horizonte.
A princípio a cidade se mostrou grande e intimidadora. Seu centro, planejado, cheio de cruzamentos que nunca vi em outro lugar se mostrou um labirinto digno de mitologia grega (sendo bem sincero, ainda não do conta de me virar no centro da cidade). Mas quando vi a Serra do Curral sorrindo pra mim, quando vi o Parque Municipal, um imenso jardim no meio da selva de pedras, quando, enfim comecei a conhecer melhor a cidade, não teve como não me apaixonar...
Mas, em Beagá, há dois lugares que me encantam de uma forma inexplicável. E, curiosamente, esses dois lugares estão em cantos opostos da cidade. Eles são a Lagoa da Pampulha e o Parque das Mangabeiras. Se você já foi lá, entende porque eu amo tanto esses cantinhos. Se você nunca foi, por mais que eu tentasse explicar o encanto desses lugares, eu não conseguiria alcanaçar 1% do que é estar lá... É só indo pra entender...
Aiai, Belo Horizonte querida. Cá estou e em breve te deixarei... Morrerei de saudade de cada cantinho que visitei, de cada boa lembrança que tenho daqui, de cada segundo que passei...
Obrigado por tudo, minha querida! Cuide bem de cada um desses cantinhos e especialmente daquela menina maravilhosa que te tornou ainda mais especial.
Em breve estarei de volta. E dessa vez sem partidas.



Lucas C. Silva