sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Sobre Einstein, Ouro Preto, italianos e um amor que só eu não sei que não sinto.

2:41 da madrugada de sexta-feira. A semana demorou um mês pra passar. Sabe quando você espera sua vida toda por algo e, a medida que ela vai se aproximando, mais o tempo demora a passar? Pois é...

Li, certa vez, o básico do básico da Teoria da Relatividade de Einstein. Ela diz que, quanto mais rápido você se move nas três dimensões (altura, largura e profundidade), mais devagar você se move na quarta dimensão, o tempo. Até tem uma explicação razoável para isso, mas é longa demais pra um blog não científico! A questão é, sim, Einstein estava certo, o tempo é relativo. Minhas manhãs de segunda e quinta passam numa lerdeza incrível enquanto que, para outras pessoas, pode passar numa velocidade incalculável. O que determina a velocidade do tempo é sua ansiedade, a vontade que você tem de não estar ali. Aulas de filosofia e a vontade de viajar para Minas fazem meus relógios quase girarem em sentido anti-horário.

domingo, 10 de outubro de 2010

Uma carta para Roberto Drummond

Não te conheci pessoalmente. Na verdade, só fui apresentado a você quase cinco anos depois de você ter nos deixado. Não te conheci pessoalmente, mas, sem querer ser pretencioso, acho que poderíamos ter sido bons amigos. Pelo menos de minha parte, existiria... não, existe uma grande admiração e respeito.

Você era mineiro, como eu sou. Amava Minas Gerais e Belo Horizonte loucamente, como eu amo. Morou no Rio de Janeiro por muito tempo, como eu moro. Sonhou sempre com a volta à terra amada, como eu sonho. Você também pensava que todos os aviões que passavam por aqui estavam indo para Minas? E também queria estar num deles? E eu sei que você também era atleticano. Amou o Galo como ninguém mais, torceu contra o vento como ninguém mais...


sábado, 28 de agosto de 2010

Cinderela Descalça

Por Tássia Veríssimo

O texto de hoje seria classificado pelo Lucas (o dono de blog que gentilmente me cedeu este espaço) como um texto “menininha” e ele é, mas não só. O motivo de eu ter tido vontade de publicar um texto foi que estou cansada dessa padronização das lojas que adotaram um modelo médio de fabricação de roupas e calçados que exclui todos que não se enquadram nele.

Sou do time das “baixinhas”, mas acredito que não são só as meninas pequenas que tem tido dificuldades com esse modelo vigente. Os altos(as) demais, Gordinho (as) e as meninas de pés acima da média também possuem dificuldades para se enquadrarem no modelo P,M,G que nos cerca.


quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Luzes no céu

Já era noite quando ele chegou do trabalho. Pegou a câmera recém comprada, o tripé e subiu na cobertura do prédio, para fotografar a noite. Gostava de brincar com a longa-exposição e, já havia alguns dias, queria tirar fotos noturnas do bairro.

30 segundos de exposição, abertura 29, 30. Suficiente para pegar os rastros dos aviões que pousavam no Rio de Janeiro, cujos prédios se iluminavam para ele. Após algumas fotos, afixou a câmera no tripé e apontou para o Cristo Redentor. Naquela noite em especial, o céu estava fantástico. A lua nova, já havia descido no horizonte. O ponto mais brilhante, um planeta, talvez Júpiter, Saturno ou Vênus estava brilhando bem perto do monumento.


sexta-feira, 16 de julho de 2010

A tristeza do coração, de Drummond e do mar

Hoje, 16 de julho, é Dia de Minas Gerais. Para marcar a data, republicarei essa crônica que escrevi no começo do ano passado.

Hoje meu coração acordou triste. Ele batia lamentando, batia com saudade, mas saudade de que?

Seria da menina ruiva? Sim, a menina ruiva. Aquela que quando sorri, faz ele bater alegre, como se fosse explodir de felicidade. Não, aquela saudade não era da menina ruiva.


sexta-feira, 11 de junho de 2010

Dia dos Namorados

12 de junho de 2009. Entre 9:30 e 10 horas da manhã.

Era uma manhã fria, apesar de ensolarada. Muita gente aproveitava o feriado prolongado de Corpus Christi pra fazer caminhada ao redor da Lagoa do Parque Municipal de Belo Horizonte. Ao passar por um casal, que aproveitava aquele Dia dos Namorados, sentado num banquinho perto da Ilha dos Amores, uma mulher com roupa de ginástica disse:
- Quanto amor!
O casal sorriu para ela, que mal sabia, mas aqueles eram os primeiros momentos dos dois juntos.
Uma série de coincidências os levou até ali. Ele, mineiro, morador do Rio de Janeiro. Ela, mineira, que passou no vestibular da universidade que ele estudava no Rio, mas que ficou por Minas mesmo. Duas pessoas que começaram a se falar via msn, meio que por acaso, e foram se aproximando e se apaixonando.

domingo, 23 de maio de 2010

A Menina do Arranha-Céu

Por Roberto Drummond.

Aline tinha 12 anos e queria falar com Deus. Todos a conheciam como a menina do arranha-céu, pois Aline morava num edifício tão alto, debruçado sobre uma favela, que tinham a impressão de que, se ficasse na ponta dos pés, podia estender a mão e colher uma estrela para transformá-la num broche. Aline era uma menina cheia de vaidade, usava piercing no nariz, maquiava o rosto, e não queria saber de namorados da mesma idade. Nas noites de lua, Aline tentava falar com Deus e gritava no alto da cobertura onde morava:
- Você está me ouvindo, Deus? Me arranja um namorado bonito como o galã da novela das oito!
- Jesus, Maria José - ralhava a empregada Lulude, que veio do interior de Minas - Isto são modos de se falar com Deus, Aline?
- Deixa de ser tonta, Lulude - dizia Aline. - Deus é da minha tribo, sua boba.
- Vou contar pra sua mãe, Aline - ameaçava Lulube. - que você está chamando Deus de índio.
Aline tinha uma luneta com a qual esperava ver Deus. Aline olhou a favela fizinha do arranha-céu com a luneta e viu, na porta de um barraco, uma menina de sua idade.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Distância

Ela não aguentava mais aquele sofrimento. Desesperada por um amor não correspondido, ela queria, acima de tudo, esquecer o homem que tanto a fizera sofrer. Largou o emprego, trancou a matrícula naquela tradicional universidade. Desligou o telefone, cancelou a linha do celular, apagou seus perfis do orkut, twitter, msn e facebook. Não respondia aos e-mails ou a qualquer outra forma de comunicação. Acreditava que, incomunicável, estaria isolada em seu mundinho particular, isolada de todo sofrimento que a perseguia.
Mesmo isolada, ainda era seguida por todos os seus tormentos. Sentia que, morando naquela cidade, estava próxima demais do homem que não a amava. Decidiu então vender quase tudo que tinha, mantendo apenas algumas roupas e objetos pessoais. Tal qual os pássaros que migravam para o Norte, fugindo do inverno, ela comprou a primeira passagem para Belo Horizonte, deixando o Rio de Janeiro para trás naquela mesma noite.

domingo, 2 de maio de 2010

Montanha russa

Você está no alto, no topo do mundo. Acima de você, só nuvens, pássaros e aviões. Você é o rei, o cara, o homem, a lenda, o mito. Tudo está como deveria estar, nada pode dar errado. De repente, o frio na barriga. Você despenca.

Quase em queda livre, você vê o chão chegar cada vez mais perto e os pássaros e as nuvens cada vez mais longe. A velocidade aumenta enquanto a altura diminui. Você pensa que vai morrer, pensa que está tudo acabado. É o fim!

Layout novo!!!

Pois é, gurizada, depois de muita briga com o computador, depois de muito xingar e de muito errar, apresento o novo layout do Meus Pensamentos!
Baseado nesse template, fui modificando algumas coisinhas aqui, outras ali, até chegar nesse resultado. Agora é só colocar a lista de links e está tudo acabado!

Espero que tenham gostado!

Lucas C. Silva

BLOG EM MANUTENÇÃO

Caso você entre aqui e encontre tudo em rosa, ou se o seu blog não tiver mais aqui na lista de links, não se assuste. Estou travando uma guerra contra o Blogger, HTMLs e otras cositas más para melhorar isso aqui.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Escada Rolante

Dois amigos subiam a escada rolante de um shopping qualquer. Na frente deles, um casal namorava.
- Dói, né? - perguntou um dos amigos.
O outro assentiu com a cabeça.

Lucas C. Silva

domingo, 11 de abril de 2010

Quem sabe isso quer dizer amor...

Vamos direto ao ponto: O que é amor?

Estive discutindo isso com alguns amigos meus, andei discutindo isso há algumas semanas/meses com minha ex-sabe-se-lá-o-quê, filósofos discutem isso, cientistas discutem isso, poetas, músicos, escritores e simples mortais tentam entender o que é amor. Será que dá para definir o que é amor? Aliás, será que ele existe?

O Dicionário Aurélio diz que amor é "afeição viva por alguém ou alguma coisa; sentimento apaixonado por pessoa de outro sexo". A Wikipédia afirma que é "a formação de um vínculo emocional com alguém, ou com algum objeto que seja capaz de receber este comportamento amoroso e enviar os estímulos sensoriais e psicológicos necessários para a sua manutenção e motivação". O filósofo e escritor espanhol Miguel de Unamuno certa vez afirmou que "o amor é filho da ilusão e pai de desilusão." Já Santo Agostinho sempre disse que "se não me perguntam o que é amor, eu sei. Se me perguntam, eu já não sei." Luiz de Camões e depois Renato Russo disseram que "Amor é fogo que arde sem se ver/ é ferida que dói e não se sente/ é um contentamento descontente/ é dor que desatina e não se sente." Pois é, a discussão já vem de longe e não está perto de uma resposta definitiva.

Eu, particularmente, acho que amor é quando nos preocupamos de verdade com alguém. Quando queremos o bem da pessoa, quando nos esforçamos para que ela seja feliz, de preferência, retribuindo o esforço. É querer estar perto, compartilhar experiências e, em alguns casos, troca de carinhos, com contato físico. Quem lê meus contos deve perceber que acredito, sim, em amor não correspondido, e é isso que me diferencia de meus amigos. Para mim, o amor pode ser uma mão de via única. Não é nem de longe o que eu considero ideal, mas creio que, sim, possa existir tal relação.

Neste momento, ouço uma música que explica o amor mais ou menos pela Lei de Lavoisier: "Cada um dá o que recebe/ logo recebe o que dá/ Nada é mais simples/ não há outra norma/ Nada se perde/ tudo se transforma." A música meio que segue a linha de pensamento dos meus amigos. Não existe amor perdido, amor não correspondido. Se você dá e não recebe, não é amor. Para meus amigos, amor não correspondido é uma forma de ilusão, uma enganação, uma estupidez. Será mesmo?

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Música: Eco - Jorge Drexler

Na premiação do Oscar de Melhor Canção Original em 2005, Prince anunciou que o vencedor era Jorge Drexler, pela canção Al Otro Lado Del Río, do filme Diários de Motocicleta. O cantor e compositor uruguaio subiu ao palco e, ao invés de fazer algum discurso, só fez valer o seu direito e cantou a canção a capella.


Isso porque, momentos antes, quando foram apresentar as músicas que concorriam ao prêmio, a Academia colocou Antonio Banderas e Carlos Santana para apresentar a canção. Como justificativa, disseram que Jorge Drexler era pouco conhecido e, de olho na audiência, deram um tapa no bom senso.

Naquele momento o mundo conhecia Jorge Drexler, um dos mais talentosos cantores e compositores da América do Sul. Nascido em Montevidéu, no Uruguai, em setembro de 1964, Jorge começou a vida profissional como otorrinolaringologista. Mas o que o médico gostava de fazer mesmo era cantar. E, seguindo o conselho do cantor Joaquín Sabina, trocou os consultórios pelos palcos. Hoje, com 10 discos lançados e 1 Oscar na prateleira, vive na Espanha casado com a atriz Leonor Watlingm com quem tem um filho.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Com vocês: Pablo Neruda.

Confesso que nunca fui muito fã de poesia. Mas tem uma que, desde que a li pela primeira vez, eu gostei. E a cada vez que leio, gosto ainda mais. Sei que já a postei no blog, mas pra não deixá-lo parado, postarei novamente.

Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Escrever, por exemplo: "A noite está estrelada,
e tiritam, azuis, os astros lá ao longe".
O vento da noite gira no céu e canta.

Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Eu amei-a e por vezes ela também me amou.
Em noites como esta tive-a em meus braços.
Beijei-a tantas vezes sob o céu infinito.

Ela amou-me, por vezes eu também a amava.
Como não ter amado os seus grandes olhos fixos.
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Pensar que não a tenho. Sentir que já a perdi.

Ouvir a noite imensa, mais imensa sem ela.
E o verso cai na alma como no pasto o orvalho.
Importa lá que o meu amor não pudesse guardá-la.
A noite está estrelada e ela não está comigo.

Isso é tudo. Ao longe alguém canta. Ao longe.
A minha alma não se contenta com havê-la perdido.
Como para chegá-la a mim o meu olhar procura-a.
O meu coração procura-a, ela não está comigo.

A mesma noite que faz branquejar as mesmas árvores.
Nós dois, os de então, já não somos os mesmos.
Já não a amo, é verdade, mas tanto que a amei.
Esta voz buscava o vento para tocar-lhe o ouvido.

De outro. Será de outro. Como antes dos meus beijos.
A voz, o corpo claro. Os seus olhos infinitos.
Já não a amo, é verdade, mas talvez a ame ainda.
É tão curto o amor, tão longo o esquecimento.

Porque em noites como esta tive-a em meus braços,
a minha alma não se contenta por havê-la perdido.
Embora seja a última dor que ela me causa,
e estes sejam os últimos versos que lhe escrevo.

Já ouviu uma música que diz o que você pensa?

terça-feira, 9 de março de 2010

O Anão, o Pirata e o Palhaço

Texto de Fernando Pereira André.

Já contei pra vocês a história do Anão, do Pirata e do Palhaço?
Não?

Pois então: era uma vez um Anão, um Pirata e um Palhaço que moravam em uma bela cidade do interior. Apesar dos três se conhecerem, nutriam um pelo outro um sentimento de desconfiança e, por que não dizer, ódio. Sim, eram amigos e freqüentadores das mesmas rodas sociais,mas não conseguiam realmente serem simpáticos entre si.

O motivo da desconfiança entre os eles era o amor de uma jovem dançarina que os três tão avidamente disputavam. Seu nome era Darya, mas era conhecida entre os amigos como Dolly. Era uma linda mulher cujos detalhes físicos não valem a pena serem citados, pois já basta o Anão, o Pirata e o Palhaço correndo atrás da moça.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

O avião

A Lagoa da Pampulha, com o Mineirão e o Campus da UFMG ficaram para trás. As ruas projetadas do centro da cidade passavam quase 1000 metros abaixo daquele avião que rumava para o Sul, na direção da Serra do Curral.
Quem estava no Parque das Mangabeiras, na Praça do Papa ou mesmo em qualquer uma das ruas do Alto das Mangabeiras não imaginava o que se passava dentro daquele pequeno monomotor que voava cada vez mais baixo pelo bairro. Eles apontavam para o alto, adimirados, vendo o avião desaparecer e reaparecer de trás da Serra do Curral, fazendo curvas sobre o Funcionários e indo cada vez mais próximo das montanhas.
As torres dos aeroportos da Pampulha, Carlos Prates (de onde o avião decolara, quase meia hora antes) e Confins tentavam em vão entrar em contato com o piloto. Helicópteros das polícias Civil e Militar acompanhavam tudo a distância, enquanto viaturas da Polícia, Bombeiros e ambulâncias corriam para lá. Todos esperavam o pior.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Digo ou não digo?

Texto de Felipe Peixoto Braga Netto extraída do livro: As coisas simpáticas da vida.

“Não passam de traidoras nossas dúvidas, que às vezes nos privam do que seria nosso se não tivéssemos o erro de tentar”
William Shakespeare

Posso desabafar? Escrevi esse texto há tanto tempo que nem lembrava dele. Hoje o reli. Achei ingênuo, mas também bonito. É crônica? Acho que não. Parece página perdida em caderno velho. Vai exatamente como está, com essa citação metida a besta, que não conhecia na época. Vamos ao texto adolescente:

As duvidas nos paralisam. Contar ou não contar que a ama? Vale o risco, com a sempre possível nuvem do desprezo? Por outro lado, não agir, covardemente não agir é reservar para si uma vida feita de não-acontecimentos. Na dúvida, prefira o erro à omissão.

Se pudéssemos saber o que os outros pensam, muitas dessas dúvidas estariam magicamente resolvidas. Mas aí, onde a graça da conquista, onde o mérito de vencer a dúvida, o medo, a timidez? Uma declaração de amor é sempre um ato de coragem, um salto no escuro sem que se possa saber o que nos aguarda lá embaixo. Lembro de uma frase que li certa vez: “Leve em consideração que grandes amores e grandes conquistas envolvem grande risco”. Não há vida sem riscos. Viver é muito perigoso, conclui o poeta.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Games: Rainbow Six Lockdown

Comprei ontem pela revista Fullgames o jogo de 2005 Tom Clancy's Rainbow Six Lockdown, quarto jogo da série baseada nos livros homônimos do escritor estadunidense Tom Clancy, autor de, entre outros, A Soma de Todos os Medos.
Tenho os dois primeiros jogos da série e, na vontade que eu estava de arrumar um First Person Shooter (jogo de tiro em primeira pessoa) pro meu computador, quis apostar nesse para ver quais foram as modificações que aconteceram nas últimas versões. E as modificações não foram poucas.
Antes, deixe-me contar uma pequena sinopse do jogo. O jogador assume o papel de Domingo Ding Chavez, líder da Rainbow Six, uma organização internacional criada pelos membros da OTAN para combater redes terroristas pelo mundo. Em Lockdown, através de 16 fases, a organização viaja pela África e Europa para combater um grupo terrorista que está criando um vírus altamente mortal, cumprindo missões como sabotagem de computadores, resgate de reféns, desativação de bombas e eliminação de terroristas perigosos.