domingo, 11 de abril de 2010

Quem sabe isso quer dizer amor...

Vamos direto ao ponto: O que é amor?

Estive discutindo isso com alguns amigos meus, andei discutindo isso há algumas semanas/meses com minha ex-sabe-se-lá-o-quê, filósofos discutem isso, cientistas discutem isso, poetas, músicos, escritores e simples mortais tentam entender o que é amor. Será que dá para definir o que é amor? Aliás, será que ele existe?

O Dicionário Aurélio diz que amor é "afeição viva por alguém ou alguma coisa; sentimento apaixonado por pessoa de outro sexo". A Wikipédia afirma que é "a formação de um vínculo emocional com alguém, ou com algum objeto que seja capaz de receber este comportamento amoroso e enviar os estímulos sensoriais e psicológicos necessários para a sua manutenção e motivação". O filósofo e escritor espanhol Miguel de Unamuno certa vez afirmou que "o amor é filho da ilusão e pai de desilusão." Já Santo Agostinho sempre disse que "se não me perguntam o que é amor, eu sei. Se me perguntam, eu já não sei." Luiz de Camões e depois Renato Russo disseram que "Amor é fogo que arde sem se ver/ é ferida que dói e não se sente/ é um contentamento descontente/ é dor que desatina e não se sente." Pois é, a discussão já vem de longe e não está perto de uma resposta definitiva.

Eu, particularmente, acho que amor é quando nos preocupamos de verdade com alguém. Quando queremos o bem da pessoa, quando nos esforçamos para que ela seja feliz, de preferência, retribuindo o esforço. É querer estar perto, compartilhar experiências e, em alguns casos, troca de carinhos, com contato físico. Quem lê meus contos deve perceber que acredito, sim, em amor não correspondido, e é isso que me diferencia de meus amigos. Para mim, o amor pode ser uma mão de via única. Não é nem de longe o que eu considero ideal, mas creio que, sim, possa existir tal relação.

Neste momento, ouço uma música que explica o amor mais ou menos pela Lei de Lavoisier: "Cada um dá o que recebe/ logo recebe o que dá/ Nada é mais simples/ não há outra norma/ Nada se perde/ tudo se transforma." A música meio que segue a linha de pensamento dos meus amigos. Não existe amor perdido, amor não correspondido. Se você dá e não recebe, não é amor. Para meus amigos, amor não correspondido é uma forma de ilusão, uma enganação, uma estupidez. Será mesmo?


Eu, sinceramente, acho que muitas vezes o amor não correspondido é a forma mais pura e sincera de amor. Damos mais valor àquilo que não temos. Supervalorizamos e idealizamos a pessoa amada? Pode ser que sim. Mas isso não faz do sentimento menos amor, ou da pessoa uma estúpida. Certa vez li que existe uma certa nobreza no amor não correspondido. O amante, muitas vezes, mesmo que sofrendo, percebe que o melhor é deixar a pessoa amada seguir seu rumo, muitas vezes ao lado de outro. Existe prova de amor mais forte que essa, que é sofrer sozinho para evitar o sofrimento alheio?

É claro que não estou defendendo aqui o amor não correspondido sendo levado aos extremos. Sou contra humilhações provocadas por amor. Apesar de defender a existência do sentimento, não acho que as pessoas deveriam sofrer por quem não as valoriza. Até porque, na maioria das vezes, a pessoa amada não merece tal sentimento.

Sim, acredito na existência do amor, correspondido ou não. E acredito na existência de diferentes tipos de amor: O amor entre pais e filhos, entre irmãos, entre amigos, entre um cão e seu dono. Acredito no amor romântico (de via única ou dupla), fraternal, idealizado. Acredito no amor de um cidadão por sua cidade, estado ou país, de um atleticano pelo Atlético Mineiro e dos outros torcedores de futebol por seus times.

E você, acredita no amor? O que é amor para você?

13 comentários:

Vanessa S. Raposo disse...

Um dos seus posts mais bonitos, Luquinhas. Li do começo ao fim sem trocar de página em nenhum momento. Considere isso, no meu caso, uma demonstração inegável de interesse no que você escreveu! XD

Vc colocou diversas definições de amor, mas acho que vai ser difícil chegarmos a um consenso em algum momento. Meu conceito de amor é bem próximo do seu. Para mim, existem diversas faces que podem ser assumidas sob a mesma alcunha de "amor". O amor romântico, o amor entre amigos, o amor fraterno, o amor entre pai e filho... Todos são válidos e importantes, de modos diferentes mas equivalentes.

Eu, como a maioria sabe, não tenho religião e o principal motivo para isso é pq creio q todas falham em determinados pontos. Não quero cair num debate religioso pq o ponto aqui é outro: a minha crença de q, a única coisa sagrada no mundo é o amor. Só ele pode ser entendido por qlqr um, desde o aborígene australiano ao esquimó q nunca teve contato com religiões mais "pop".
Por isso, se eu fosse dizer o que é o amor para mim, eu diria q é a coisa sagrada q nos permite sair de nós mesmos para enxergarmos o próximo. Por isso é essencial e por isso não tem nada a ver com retribuição (o que não significa q eu defenda a modalidade platônica da coisa).

Ok, escrevi um testamento e acho q agora entendo pq meus amigos me acham quadrada demais para certas coisas.
Vou virar freira. Beijos!

Fernando André disse...

então eu não sou um dos seus amigos hehehehe

digo
=/

Jonas Drumond disse...

Nossa falar de amor e muito estranho, tem vários tipos de amor, como já foi citado ai em cima, mais o amor não correspondido e o mais chato de todos, você se doa de corpo e alma pra uma determinada pessoa, e nada....
Tenho vasta experiência nisso.

Fernando André disse...

Meu soneto? :D

Lucas Conrado disse...

Eu não disse em momento algum que TODOS os meus amigos pensavam assim.

Flávia Pupo Sad disse...

nada dito no seu texto está diferente das nossas conversas.. em partes concordo com vc, em outras acho ideias um tanto exageradas.. mas como sempre me coloco no lugar das pessoas.. acho que vc nao viveu historias, decepçoes suficientes pra tentar entender o que entendemos HOJE. Amor existe, nao correspondido ou nao.. a diferença é que pra uns esse sentimento pode ser mais forte do que pra outros.. ai para algumas pessoas o amor tona-se sofrimento..e o que nós tentamos fazer é nao querer sofrer. Na teoria é tudo muito bonito o que vc disse, só que as vezes precisamos ser mais sinceros, realistas com o mundo e com nós mesmo. E ser realista nao quer dizer que nao amamos ou nao podemos amar.. é ter precauçao pra nao sofrer. Afinal ja dizia Carlos Drumond de Andrade em um de seus belos textos.. "nos somos o amor e podemos nos apaixonar quantas vezes quisermos..Porque sou do tamanho daquilo que vejo, e não do tamanho da minha altura."
Preciso nem dizer mais nada né?
hahahahahaa

beeijao querido =*

Bruna disse...

Lindo post! Mas acho que o amor não pode ser definido...porque ele não é um só! Como você citou, existem milhares de tipos de amor. Então, pra mim, ninguém pode dizer 'amor é ISSO/AQUILO', porque isso é subjetivo. Cada pessoa sente de uma maneira, acha que amor é uma coisa, enquanto outra pessoa acha diferente. Eu também acho que o amor pode ser uma via de mão única, porque se cada pessoa tem direito de dizer o que é o amor, é porque ela sozinha sabe o que é amar, não importa se é correspondido ou não. Se ama, pode amar sozinho. Enfim, lindo post [de novo!] =*

GG disse...

Amor é o que acende o sol no início do dia, o que incendeia as estrelas à noite. É o que nos faz rir, o que nos faz chorar, o que nos faz viver, o que nos faz sonhar.
Amor é sentimento desigual, visto que cada um ama ao seu modo, mas uno, porque uma vez em sintonia, dois se tornam um, e a matemática perfeccionista dos filósofos não mais fica em vigor.
Amar é dar a vida em longa escala, é esforçar-se porque crê-se valer a pena tal esforço. É não iludir, mas deslumbrar, não saturar, mas jamais deixar de pensar no ser amado em questão.
Por fim, ainda creio na existência de um outro tipo de amor que você não mencionou. O amor que foi além da vida, que fez o sacrifício maior por nós, que muitas vezes o rejeitamos. O amor de Deus, perfeito, incondicional, indescritível. Esse é o amor ideal, o ponto máximo, a eternidade em alegria.
Belo post, cara, fique com Deus. Muitos mais assim por vir.

Debora Ferreira disse...

Eu concordo que as vezes o amor é uam via de mão única. É claro que ele é bem melhor quando é retribuído, mas por que não pode existir se não for correspondido?

Acho que a vez de cada um passa e muita gente não sabe aproveitar...

adorei o texto.
beijos!

Camille Perissé disse...

Concordo com vc. Só há uma coisa que às vezes podemos confundir: amor com limerância. Já ouviu falar?

Baby Shut up disse...

Sim, eu acredito no amor. Sempre acreditei, posso até me considerar uma eterna romântica. Concordo com você que amor é também preocupação e que dele podemos tirar várias derivações.
Gostei muito do seu texto e do modo que abordou o tema!
=D

Alyne Neves disse...

Second attempt:

Eu ja tinha lido o post antes de vc me passar o link u__u rsrsrs

Discordo parcalmente da Wiki, nem sempre o que amamos tem a capacidade de receber o que sentimos, mas amamos anda assim.

Amor por lei de Lavoisier? Amor nao respeita leis...

Mas concordo com você:amor tem a ver com essa afeição e preocupação e pode ocorrer entre amigos, eu creio no amor entre pessoas de sexos diferentes, mas simplesmente como amigos.

Também concordo com você quanto a amor não correspondido.Sem dúvida ele é amor e, ouso dizer, é o amor em sua forma mais pura, pois existe mesmo sem receber nada em troca, é altruísta, existe apesar da indiferença; fosse o tal fogo narrado por Camões, não precisaria de oxigênio nem combustível, arderia e ponto. Assim é o amor não correspondido, o amor que por excelência inspira os poetas, o amor que vive sem olhar retribuído, sem beijo. Esse sim é verdadeiro, contra todas as expectativas e mesmo sem o aval da pessoa amada, o coração bate mais rápido ao ver quem se ama.

Mais um texto mt bom, Lucas

bjs

Renata Fontanetto. disse...

O amante, muitas vezes, mesmo que sofrendo, percebe que o melhor é deixar a pessoa amada seguir seu rumo, muitas vezes ao lado de outro. Existe prova de amor mais forte que essa, que é sofrer sozinho para evitar o sofrimento alheio?


sou muito assim. muito mesmo.
amor pra mim é como Santo agostinho definiu... eu sinto, eu sei, eu entendo por dentro.. mas pra colocar pra fora é uma odisseia eterna.
belíssimo texto. sinceridade show.