quarta-feira, 24 de agosto de 2011

aB dB

Semana passada, eu procurava uma foto específica, com uns amigos da faculdade. Não lembrava exatamente de quando a foto era, sabia que era de meados de 2009 ou 2010. Foi aí que me peguei pensando algo que ando pensando muito nos últimos tempos:

"Quando a gente tirou essa foto, eu já conhecia a B. Então a foto é de depois de junho de 2009."

Apesar de saber que meu relacionamento com a B. terminou de uma forma que não tem volta, apesar de hoje não sentir nada por ela (além daquele carinho que temos por nossos amigos), ela ainda é um parâmetro para minha vida. Um parâmetro temporal, mas um parâmetro. Vários acontecimentos da minha vida nos últimos anos são marcados por essa pergunta. "Quando eu fiz isso/ fui nesse lugar/ ouvia essa música, eu já conhecia a B.?". Ou pelo pensamento "Cara, da última vez que eu fiz isso/ fui nesse lugar/ ouvi essa música eu ainda não conhecia a B.!"

Sou um romântico inveterado, confesso. Tenho uma certa facilidade para me apaixonar. Mas nunca antes eu tinha dividido minha vida entre antes e depois de uma paixão. Claro que o que eu tive com a B. é diferente do que eu tive com as outras garotas. Estará aí o motivo de eu ter dividido minha vida em aB e dB?


Querendo embasar essa filosofia de buteco e dar uma de pseudo, vou  botar um teórico na história. Segundo Quezé (um sociólogo francês, se eu não me engano - joga no Google), um acontecimento é algo que abre possibilidades de futuro e muda a leitura do passado. Por exemplo, o 11 de Setembro mudou a história e, ao mesmo tempo, fez os especialistas em segurança perceberem uma série de erros de segurança que cometiam antes. Em resumo, mudou o futuro e a leitura do passado.

Passando para um exemplo menos trágico, o simples fato de eu ter conversado com a B., transformou todo o meu futuro. Desde o relacionamento que tivemos até o fato de eu ter conhecido a neve foi uma decorrência de falar com a B. Além disso, conhecer a B. mudou minha leitura do passado. Pelo menos do fato de ter conhecido a B. ou não quando os eventos aconteceram.

Bem, é isso. Não sei se falei, falei, falei e não falei nada, ou o quê. Só sei que queria compartilhar com alguém essa mania estranha que eu adquiri nos últimos tempos.

Até breve!

Lucas C. Silva

Um comentário:

Bruna disse...

É frequente a gente estabelecer marcos em nossas vidas e tomá-los como referenciais para a organização (e tbm reconstrução) de nossas memórias.

E eu acho que isso pode indicar que aquela experiência é um acontecimento (nos moldes de Quéré,o sociólogo francês)

Eu nunca tinha racionalizado os meus acontecimentos pessoais em etapas de aA e dA (antes e depois do acontecimento), mas sem dúvidas tbm me pego pensando: "ah, isso faz tanto tempo, foi antes do Coluni" ou "eu não sabia, mas tinha uns comportamento machistas antes da faculdade"

Que bom q a vida tem acontecimentos para nos afetar, revirar nossas concepções e abrir novas portas para o futuro!