sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Sobre amizades de um dia e meninas bonitas no metrô

Onde estão
Todas as crianças
Todas as pessoas
Que eu já chamei
Que eu procurei aqui
E que eu tanto amei?
Onde estão meus irmãos?
Onde estão?
(Samuel Rosa, Nando Reis - Onde Estão?)

Fim de expediente, hora de ir pra casa. Entro no ônibus com umas outras 30 pessoas e, no meio de toda essa gente, alguém em especial me chama atenção. Ela é loira, ou morena. Alta ou baixa. Seus olhos são verdes, azuis ou castanhos. A pele é morena, ou é clara. Ela é linda! Eu, bom nerd e metido a fotógrafo, fico apenas a olhá-la de longe, meio voyeur, tentando pescar cada detalhe de seu belo rosto. Então ela dá sinal, desce do ônibus e some da minha vida para todo o sempre. Em dois dias, já a terei esquecido.

Fila longa. No mercado, no aeroporto, no posto de saúde, no banco ou no parque de diversões. A pessoa a sua frente, de repente, começa a conversar com você. Sobre o dia quente, ou frio. Sobre o tamanho absurdo da fila. Sobre o jogo de domingo, ou a corrida de Fórmula 1. Sobre a vida, o universo e tudo mais. Surge uma afinidade entre você e a pessoa, mas, de repente, a fila termina. Cada um segue seu caminho sem sequer, em muitas das vezes, se lembrar da existência da outra pessoa. Talvez, se houvessem trocado contatos, poderia surgir ali uma grande amizade. Ou um amor pra vida inteira. Uma parceria que mudaria a humanidade? Talvez...

Sempre que vejo uma garota bonita no ônibus, ou que converso com alguém numa fila ou numa viagem, quero (e guardo esse desejo para mim) de saber mais sobre a pessoa. Gostaria de saber qual é o nome dela, onde vive, quais são os gostos em comum comigo, para onde vai e, em alguns casos, onde foi parar depois de todos esses anos? Será que as pessoas que conheci ainda estão vivas? Ainda estão no Brasil? Se lembrarão de mim caso os veja? E eu, me lembrarei delas?

Estou escrevendo isso porque uma grande amiga minha foi ao Chile, Peru e Bolívia em julho e disse que conheceu várias pessoas que ela nunca mais encontraria, mas que gostaria de saber mais sobre elas. Justamente o meu "drama". Quantas delas a minha amiga se lembrará no mês que vem? E no ano que vem, quantas dessas pessoas ela se lembrará de rosto, ou de nome? E eu, quantos amigos de um dia só e meninas lindas do ônibus ainda me lembro? Se forem 5, são muitos. E ainda assim, mal lembro dos rostos deles.

E você? De quantos se lembra?

5 comentários:

Maria Clara Modesto disse...

Também já vivi situação semelhante. Quantas pessoas achei interessantes, legais, mas que por algum motivo acabaram se distanciando. Não sei se é o destino. Perdi o contato com grande amigos assim. Sempre que começava a ficar muito amiga de alguém, algo acontecia e perdíamos o contato.

Sem falar na quantidade de vezes que conheci, como você falou, pessoas simpáticas numa fila, num ônibus. Pessoas que poderiam ser minhas amigas, mas que acabaram "desaparecendo".

Mas também acho que o oposto ocorre: quantas pessoas maravilhosas conheci em situações que ninguém daria nada, na internet, etc. E que hoje são especiais para mim

Mari Calil disse...

Lembro até hoje de uma velhinha que conheci num ônibus logo quando saí da casa dos meus pais... O nome dela é Tereza, disse que jamais se esqueceria de mim porque meu nome era o nome da mãe dela. E eu nunca vou me esquecer dela, porque Tereza é um nome em potencial para uma filha minha. Hahahahaha

Renata Fontanetto. disse...

Eu prefiro chamar isso de doces detalhes da vida. Pq, afinal, se tivesse explicação pra todas essas pessoas elas não seriam acasos. Acasos podem durar minutos ou algumas horas... tem acasos que vêm e ficam pra valer... Mas isso tudo faz parte e conta como história pra contar pros filhos, sobrinhos, netos e demais, certo?

Anônimo disse...

Gostei do teu blog Parabéns
Visite o meu SURPRESAS DA VIDA
http://madaschutze.blogspot.com
Vou te seguir

MUNTUERA disse...

Já tive amigos de um dia só, uma vez quando fui fazer a 2ª etapa da Olimpíada nacional de Matemática, eu estava na 7ª série, depois que eu terminei a prova, fiquei esperando minhã irmã terminar e enquanto isso conheci um grupo de pessoas de outro colégio, começamos a conversar e a brincar e realmente, não consigo me lembrar o roste de nenhum deles só o nome de um, Bruno, porque era o mesmo nome de um menino do meu colégio que eu gostava :P mas o resto nada. nos nos demos tão bem, pena que na época ainda não era comum se ter e-mail ou redes sociais... se não poderíamos ter mantido contato...
zuamos altos pela Unioeste rsrsr foi muito bom e depois que minhã irmã terminou a prova dela, acho que umas 2 h depois de mim (tá eu chutei tudo, não tava afim ¬¬) fomo para casa e nunca mais irei velos U.U não sei explicar mas da uma tristeza isso, algo inacabado sei lá...
muito bom o Blog parabéns o/