segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Poesia em forma de lugar

Oh my Belo Horizonte
You're the only light I see
Oh my Belo Horizonte
You're the only one for me
(Dick Dale - Belo Horizonte)

Poesia em forma de Lugar - Lucas Conrado (Flickr)


Belo Horizonte. Acho esse um nome lindo, imponente. Gosto muito mais do nome completo, Belo Horizonte, do que da sigla, Beagá. Belo Horizonte é pomposo, tem jeito de Belle Epoque, arquitetura mais para o estilo clássico. Beagá é simples demais, parecendo arquitetura contemporânea, reta, direta e sem graça.

Belo Horizonte. Ao pensar na cidade, são tantas lembranças, tantas pessoas, tantas emoções. São tantos lugares... O Parque das Mangabeiras, o Parque Municipal, a Lagoa da Pampulha, a Praça da Liberdade, a UFMG, o Mineirão... São tantos lugares nesta linda cidade, que hoje completa 114 anos, que estive e que gostaria de voltar todos os dias. São tantos sorrisos, lágrimas, dias de disposição e dias de doença que me deixaram de cama que me trazem um aperto no peito, uma saudade incontrolável, uma vontade de trancar a faculdade, pedir demissão e voltar para Belo Horizonte.

Belo Horizonte. Cidade de grandes contrastes, cidade de alegrias indescritíveis, de saudades, de amores correspondidos e não correspondidos, cidade grande com gostinho de interior. Cidade com o movimento infernal da Afonso Pena durante as tardes de semana, mas ao mesmo tempo, as noites calmas de interior do Teixeira Dias, silenciosas a ponto de você ouvir uma agulha cair do outro lado da rua. Cidade de gritos, cantos, de pensar que o coração vai explodir no peito nos domingos de jogos no Mineirão. Cidade de beijos, de abraços, de mãos dadas e de silêncio cúmplice em manhãs no Parque das Mangabeiras, tardes na Praça da Liberdade e noites na Pampulha. Cidade de madrugadas e madrugadas de videogame regadas à Coca Cola e cachorro quente que provocam uma queimação na barriga dias depois, queimação que vai embora para podermos nos entupir novamente de refrigerante, enquanto jogamos videogame.

Belo Horizonte. Cidade que justifica o nome. Cidade onde os prédios se misturam à Serra do Curral, que se mistura ao céu, formando um belíssimo horizonte. Cidade onde as águas da Lagoa da Pampulha se misturam à arquitetura modernista de Niemeyer, formando uma fluidez sem igual. Cidade onde as árvores do Parque Municipal surgem no meio da selva de concreto, uma ilha de tranquilidade e sossego no meio de uma cidade com cara de metrópole, mas alma de interior.

Belo Horizonte. Cidade dos meus sonhos. Cidade onde quero morar no futuro, onde quero me casar, onde quero criar meus filhos, onde quero fazer carreira e onde quero me aposentar. Cidade onde tive alguns dos melhores momentos da minha vida e onde quero ter ainda tantos outros bons momentos. Cidade que amo radicalmente, que eu quero ficar.

Belo Horizonte. Parafraseando Felipe Peixotto Braga Netto, poesia em forma de lugar.

Lucas Conrado

2 comentários:

Jonas Drumond disse...

Fi sem comentários...
EU AMO A MINHA CIDADE....

lanabois disse...

Li 6 textos seus. Se você for como escreve, eu me apaixonaria fácil, fácil. Mas brincadeiras a parte (tenho namorado :P) gostei muito do seu jeito de escrever e das coisas que você escreve. Desisti da engenharia civil pra fazer jornalismo e eu sou apaixonada por viajar. Mas como passei em um concurso da minha área, voltei pra engenharia (e depois faço jornalismo). Meu irmão é sua cara, além de se chamar Lucas, narraria a vida dele como você narra a sua. E sobre seu texto sobre o Chile, ele fez um blog desse jeito enquanto viajava pela América do Sul sozinho... mas finalmente ele volta amanha! \o/ Só uma coisa mais importante: graças a Deus somos cruzeirenses! =P E eu não sou como a sua ex-namorada, eu sei a escalação do Cruzeiro até do título da Libertadores de 97. Abraços!