domingo, 26 de fevereiro de 2012

À procura da Felicidade

Que tal um pouco de filosofia, pra começar a temporada 2012 do blog? E quero ir direto a um assunto grande: Felicidade.

Depois de muito pensar sobre o assunto, cheguei a uma conclusão: Tudo o que fazemos na nossa vida, fazemos procurando a Felicidade. Quando eu falo em Felicidade, não estou falando daquele sentimento alegre, que conseguimos quando temos um trabalho legal, dinheiro ou o amor da nossa vida (ou até pode ser, dependendo do caso). Estou falando de algo bem maior, algo quase inexplicável e inalcançável. Tudo que fazemos é por esse bem maior.

Até as coisas que fazemos sem nos satisfazer, tipo um trabalho chato, vacinas, dietas, fazemos com o objetivo de alcançarmos a Felicidade. Felicidade que eu digo aqui, fui ler depois, é o que os filósofos gregos chamavam de Sumo Bem, um Bem maior. Na verdade, é uma linha de pensamento parecida, com a diferença de que, para eles, esse Bem Maior seria alcançado através da Filosofia. No meu pensamento, esse bem maior é alcançado de diversas formas. Na verdade, cada um tem sua própria Felicidade. E é aí que começam os problemas.

De uns tempos pra cá, o conceito de felicidade passou a ser uma carreira de sucesso, muito dinheiro no banco, um alto cargo numa grande empresa, uma casa num bairro chique de São Paulo ou do Rio de Janeiro. Colocando meu caso pessoal na história: Faço faculdade de Jornalismo. Para a sociedade, serei feliz no dia que eu for âncora do Jornal Nacional, com um casarão num condomínio de luxo da Barra da Tijuca, ou então o gerente de uma grande agência de assessoria de comunicação, atendendo a diversas empresas multinacionais, com contatos com os melhores jornalistas. Para isso, devo morar aqui no Rio de Janeiro ou em São Paulo, porque são os únicos lugares cujo mercado me permitiria isso.

Esse que é o problema. Batem tanto isso na nossa cabeça que acabamos nos convencendo que isso é o que vai nos fazer feliz. Quando eu digo que não, não quero ser um âncora de um grande canal de televisão, não quero ser o gerente de uma grande agência de comunicação, quando quero morar no interior de Minas Gerais, ou mesmo em Belo Horizonte, as pessoas me olham estranho, como se eu fosse um alienígena, um maluco, ou uma pessoa inocente que não consegue ver o mundo como é. Agora, eu me pergunto: Será que os inocentes não são eles, que se deixaram vender para esses valores, que, muitas vezes, abriram mão do próprio sonho para dar lugar ao sonho que todos batem na nossa cabeça para perseguirmos?

Não, não condeno quem procura isso. Não acho que as pessoas que vão atrás desse sonho de sucesso profissional numa grande capital brasileira e num cargo de respeito seja uma pessoa pior. Não condeno as pessoas cujo sonho seja dinheiro, um emprego de sucesso, um iPad ou uma camisa de marca. De forma alguma. O grande problema pra mim é quando começam a colocar esses valores na cabeça de outras pessoas, as forçando abrir mão de seus sonhos para perseguirem esses, vendidos para a sociedade. Esse é o problema.

Mas, afinal, o que é Felicidade? E vale tudo para ir atrás dela? Felicidade é variável. O que é Felicidade para mim pode não ser para você. Pra mim, Felicidade pode ser ganhar menos, mas morar em Belo Horizonte, que é a cidade que mais gostaria de morar. Para outra pessoa, vale a pena morar em Ipanema e receber um salário astronômico. Outra pessoa pode achar que abandonar a vida urbana e ir morar numa fazendinha simples no interior do país é Felicidade E tudo isso é muito justo! Tudo isso é Felicidade. É por isso que não condeno uma pessoa que, por exemplo, ouve Restart. Posso não gostar, mas se a pessoa gosta, o que eu tenho com isso? Se a pessoa é homossexual, se gosta de uma pessoa do mesmo sexo, vá atrás! Lute pelo seu amor! Se isso vai te fazer Feliz, viva sua vida! A pessoa quer ser hippie? Não está prejudicando outras pessoas? Então corra atrás do seu objetivo de vida. Na minha filosofia, tudo que não tem a intenção de prejudicar os outros é válido, para alcançarmos a felicidade.

Sim, que não tenha a intenção de prejudicar outros. Acredito que minha liberdade termina onde começa a liberdade do próximo. Um exemplo aleatório: Sou atleticano. Adoro assistir aos jogos do Atlético, vou para Minas todo fim de semana para ver o jogo no estádio. Estou prejudicando alguém? Não. Estou torrando meu dinheiro "a toa"? Posso até estar. Mas faço isso porque sou feliz assim e não prejudico ninguém fazendo isso. Isso não dá a ninguém o direito de me recriminar ou de tentar me convencer de que isso não é certo. Não estou fazendo mal a ninguém indo a Minas toda semana para ver jogos do Atlético. Agora, a partir do momento que eu passo a brigar com torcedores de outros times por causa disso, por mais que espancar um cruzeirense me faria "Feliz", isso não seria válido. Ainda mais se a pessoa não briga por causa disso, se a pessoa apanha de graça. A Felicidade de uma pessoa não pode violar a integridade de outra.

Aí caímos na seguinte situação: Eu e meu melhor amigo somos apaixonados pela mesma garota. Devo abrir mão desse amor, para não prejudicar esse meu amigo? Aí caímos na questão da intenção dos nossos atos. Se eu começar a namorar a menina porque eu quero, porque aquilo vai nos fazer bem, é válido. Por mais que isso cause um dano num amigo meu, não é minha intenção prejudicá-lo. Infelizmente, é a regra do jogo, um vence, o outro não. O mesmo poderia acontecer do outro lado, ele poderia começar a namorá-la e eu a perderia. Não há o que fazer. Mas, mais uma vez, isso é válido dependendo das intenções. Não seria válido, por exemplo, eu começar a namorá-la para sacanear o meu amigo. Trapacear, atrapalhar um namoro ou algo do gênero para conseguir isso. 

Essa questão do que é válido ou não na procura pela Felicidade é uma ciência inexata. Não existe uma regra, cada caso precisa ser analisado. Mas é mais ou menos como enxergo as coisas. O texto ficou imenso, mas é algo que eu pensava em postar aqui há muito tempo.

E que em 2012, venham mais textos!

Lucas Conrado

3 comentários:

Jonas Drumond disse...

A felicidade
Vinícios de Morais


Tristeza não tem fim
Felicidade sim

A felicidade é como a pluma
Que o vento vai levando pelo ar
Voa tão leve
Mas tem a vida breve
Precisa que haja vento sem parar

A felicidade do pobre parece
A grande ilusão do carnaval
A gente trabalha o ano inteiro
Por um momento de sonho
Pra fazer a fantasia
De rei ou de pirata ou jardineira
Pra tudo se acabar na quarta-feira

Tristeza não tem fim
Felicidade sim

A felicidade é como a gota
De orvalho numa pétala de flor
Brilha tranqüila
Depois de leve oscila
E cai como uma lágrima de amor

A felicidade é uma coisa boa
E tão delicada também
Tem flores e amores
De todas as cores
Tem ninhos de passarinhos
Tudo de bom ela tem
E é por ela ser assim tão delicada
Que eu trato dela sempre muito bem

Tristeza não tem fim
Felicidade sim

A minha felicidade está sonhando
Nos olhos da minha namorada
É como esta noite, passando, passando
Em busca da madrugada
Falem baixo, por favor
Pra que ela acorde alegre com o dia
Oferecendo beijos de amor

Natyelle disse...

Falando de Filosofia... Já pode dar aula na ECO. haha

O texto ficou ótimo. Tenta escrever mais. =)

Eu tenho tendência a pensar, como diria Alan Kardec, que "a felicidade não é desse mundo". Por mais feliz que a pessoa esteja, parece que sempre tá faltando alguma coisa, que a felicidade nunca é total (em todos os aspectos). Por isso que a gente perseguiria a tal felicidade o tempo todo. Há momentos felizes e pessoas felizes, mas será que existe alguém totalmente feliz? Isso é uma pergunta meio retórica.

Parabéns pelo texto!

Unknown disse...

Muito bom! Cada um que vá em busca de sua felicidade, sem modelos! O povo não é bobo! Hahahah
Bjs,
Ale