sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Filme: Um Conto Chinês

Encontrar um filme sul-americano em exibição no Brasil é difícil. Tirando cinemas como os Estações Botafogo da vida, é raríssimo você ver alguma produção de fora dos Estados Unidos nas nossas salas de exibição. O que é uma pena sem tamanho.

Assim como o cinema brasileiro, o cinema da Argentina, Uruguai, Chile, Peru, entre outros países do continente está crescendo Há pouco tempo, li uma matéria no O Globo elogiando o novo cinema chileno. Os argentinos não estão atrás, prova disso está no filme que acabei de assistir: Um Conto Chinês.

O filme, que estreou em 2011, conta a história de Roberto, um coroa ranzinza, dono de uma loja de ferragens em Buenos Aires, totalmente sistemático. Roberto sempre dorme às 23h, não tem a menor paciência com seus clientes (apesar de atendê-los com uma simpatia forçada), procura notícias absurdas nos jornais e tem um hábito (que eu gostei bastante e que também teria) de ficar sentado na cabeceira da pista do aeroporto, vendo aviões subindo e descendo. Num desses dias vendo os aviões, Roberto vê uma cena estranha. Jun, um rapaz chinês, é jogado para fora de um taxi e, sem dinheiro e sem saber falar uma palavra em espanhol, tenta pedir ajuda a Roberto, para chegar a um endereço tatuado em seu braço. O argentino o leva ao endereço mas, chegando lá, a pessoa que o chinês procurava já não vivia mais ali, o forçando a ficar por uns dias na casa do sistemático Roberto.

Um Conto Chinês me lembrou, em alguns pontos, três outros filmes que eu adoro: O Terminal, Forrest Gump e Peixe Grande. O Terminal está no fato de contar a história de um estrangeiro que vai parar num país diferente do seu, sem falar uma palavra daquele idioma. Forrest Gump e Peixe Grande estão na parte extraordinária do filme. Apesar de abrir com a famosa frase "baseado em fatos reais", a história e as coincidências que a envolve são tão inacreditáveis, que parecem ter surgido da mente de um dos roteiristas desses filmes.

Seja como for, eu me apaixonei pela história. Gostei muito dos personagens, da trilha sonora, de tudo. É um daqueles filmes que você assiste e fica com um gosto de quero mais. Fã da América Latina como eu sou, fico muito feliz em ver um filme tão bom produzido por aqui, falado em espanhol. 

Para falar a verdade, é esse tipo de magia e de novidade que está cada vez mais raro em Hollywood.


É o melhor filme que eu vi em 2012!

Um comentário:

Mai disse...

É realmente uma pena não encontrarmos tantos filmes sul-americanos nos cinemas. "Um conto chinês" parece ótimo!