sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

720 Dias com Ela

Depois de seis meses reclamando que faltavam meninas mineiras na minha faculdade, li a seguinte pergunta em algum chat de lá: "Ei, Mineiro, viu que vai entrar uma mineira na faculdade?". Não, eu não tinha visto. Curioso como sou, procurei por ela, e há exatamente dois anos enviei um scrap pedindo para ela me adicionar no orkut.

Ela me adicionou, e do orkut passamos a nos falar pelo msn. Uma conversa despretensiosa sobre apartamentos no Rio de Janeiro, aluguéis, restaurantes universitários e outras coisas a toa. Uma identificação instantânea apesar das nossas diferenças. Eu, atleticano, ela, cruzeirense; eu, na época apaixonado pela minha melhor amiga da faculdade, ela, uma menina que não se apaixonava; Eu, aqui, ela, lá... Uma amizade moderna, mediada por bits, bites, megabites, e uma conexão ruim, uma internet que caía toda hora... Uma amizade com tudo para ficar só na amizade, até porque ela acabou ficando por Minas...

sábado, 22 de janeiro de 2011

Season Finale

Se minha vida fosse um seriado de televisão, esta noite estaríamos assistindo a mais um season finale. Seria o fim da 21ª temporada, de longe a mais surpreendente e cheia de reviravoltas desde que a série começou, naquele distante 23 de janeiro de 1989...

Se minha vida fosse uma temporada, o episódio de hoje seria daqueles que decepcionaria muitos telespectadores e deixaria tantos outros grudados, esperando pelos episódios da 22ª temporada. Tal qual acontece com os seriados da TV (pelo menos assim imagino, já que não assisto a muitos) o principal enredo, que dá mais sabor à história, permanece em aberto. Sabe aqueles roteiristas sádicos que dão ao público (e ao personagem principal) um gostinho de "OK, agora vai dar tudo certo", mas no finalzinho atrapalha tudo pra manter a audiência? Então...

sábado, 15 de janeiro de 2011

Uma desabafo ao som do Aerosmith

4:43 da manhã, estou anestesiado. Não, anestesiado não, meu peito dói, dói com força. Dor física, não da alma, essa porra tá doendo, mas, sinceramente, cago e ando. Na verdade, a minha vontade é essa. Cagar e andar pra tudo e pra todos. Mandar o mundo tomar no cu. Chegar segunda-feira, pedir demissão, trancar a matrícula da faculdade, pegar umas roupas, minha D90, botar na mochila e sair por aí sem rumo e sem contato com ninguém.

Sabe, estou cansado de viver em função das outras pessoas. De ficar insatisfeito para satisfazer às outras. De ceder minha cama para visitas, de ter que dormir em lençol quando a visita dorme em colchão. Estou cansado de fazer favor para as pessoas só para que não fiquem insatisfeitas comigo, de segurar na garganta verdades que as pessoas precisam ouvir, para que eu não fique com a fama de rebelde, arrogante ou mesmo idiota. Estou cansado de adiar meus sonhos para realizar sonhos que imaginava ser conjuntos. Estou cansado de nadar contra a correnteza e de lutar sozinho uma guerra que deveria ser de um exército, cansado de carregar o time nas costas.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Filmes: Você vai conhecer o homem dos seu sonhos

Fãs de Woody Allen, por favor, não desistam do texto no lead.

Vou confessar uma coisa aqui: Até essa semana eu nunca tinha visto nada do Woody Allen. E, pasmem, eu nunca tive o menor interesse em ver qualquer filme dele. Meus amigos estavam trocando e-mails combinando de assistir a um filme do Allen e, como respondi, a princípio "filme com Woody que quero ver é apenas Toy Story". Seja como for, no meio da conversa eu, sem dar muita atenção ao que eles diziam, falei que queria ver o novo filme com a Freida Pinto (a apaixonante atriz indiana, famosa por interpretar Latika, em Quem Quer Ser Um Milionário?) e, para minha surpresa esse filme era justamente o que eles estavam combinando de assistir. Foi assim que, fui parar numa sala de um cinema cult aqui perto de casa para assistir ao Você vai conhecer o homem dos seus sonhos (You will meet a tall dark stranger - EUA/Espanha 2010)

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

O segredo para voar

O avião já se encontrava na altitude exata, a porta estava aberta, o chão lá embaixo e eu, sem pensar duas vezes, saltei no infinito. A gravidade começou a me puxar cada vez mais rápido, a medida que o chão se aproximava. Era para ser um salto normal, não fosse um pequenino detalhe: eu estava sem paraquedas.

Sim, saltei do avião sem paraquedas. O chão ainda estava distante, mas se aproximava cada vez mais rápido. O impacto seria doloroso e, muito provavelmente, me mataria. Mas, sabe duma coisa? Eu não estava preocupado. O frio na barriga, a adrenalina da queda eram mais fortes que qualquer preocupação. O prazer da queda era maior que a certeza da morte.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Quando ir a Belo Horizonte significava ir a Belo Horizonte

Era uma vez uma cidade, e um garoto que amava essa cidade. Amava a distância, mais idealizando do que vivendo a cidade. Amava mais ainda nas raras visitas que fazia, geralmente nas férias de fim de ano quando, se muito, passava uma semana. E que semana...

Dividia os dias entre passeios no centro, partidas intermináveis de Medal of Honor regada a Coca-Cola e cachorro-quente até duas ou três da manhã e idas ao estádio de futebol para ver seu time do coração jogar. Uma vida boa, apesar de tudo. Acordar cedo e olhar a serra pela janela, ouvir o silêncio do bairro durante a noite, sentar no quintal, olhar o céu bastante estrelado para uma capital brasileira, pensando nos amores impossíveis, que deixou no Rio...