Perdemos nossa capacidade de nos indignar.
Indignar sobre o que mesmo?
Um povo sem memória não se indigna, apenas reclama.
Reclama sobre um roubo, sobre um assassinato.
Eita povo que só reclama.
Quem fica calado está certo. Bola pra frente. O que passou passou.
Vamos esquecer tudo isso. Amanhã será diferente.
Continua reclamando? Choro de perdedor.
Tá reclamando de que mesmo? Nem lembro.
E amanhã acontece tudo de novo.
Amanhã, porque não agimos, quem roubou continua roubando.
Quem matou continua matando.
Quem esqueceu, nem lembra. Reclama de novo.
Mas quem se indigna não esquece.
Não deixa barato. Não aceita. Bate o pé. Vai atrás.
Eita cara chato. Esquece isso.
Vamos comer uma pizza.
Ei, Mãe, liga a TV. Esse Wright não é aquele de 1981?
Aquele que usou um microfone?
Esse Márcio Resende não é aquele da final de 1995?
Ou seria da final do Campeonado Mineiro?
Ou será que são a mesma pessoa?
E eles estão comentando arbitragem?
Esse Simon não era aquele que criticou o Edilson Pereira?
Mas não foi ele que apitou o jogo do Brasiliense?
Ou foi o jogo do Atlético e Botafogo?
Ai, ai, nem me lembro mais.
Vou seguir as palavras de Fernando Pessoa.
Vou reclamar amanhã. Só amanhã.
Hoje quero preparar-me.
Quero preparar-me para reclamar amanhã.
Amanhã sentar-me-ei à secretária para botar a boca no mundo.
Hoje não. Hoje tenho vontade de chorar.
Depois de amanhã serei outro.
Hoje quero dormir. Reclamarei amanhã.
Ou quem sabe depois de amanhã.
Sim, só depois de amanhã.
Hoje tenho sono frio de um cão vadio.
Tenho muito sono.
Sei que um dia esse texto vai ser atribuído ao Cristovam Buarque.
Quem sabe um Luis Fernando Veríssimo ou algum deputado.
Ou será que foi o presidente que disse isso?
Nem me lembro.
Só espero que o que aconteceu ontem contra o Atlético não seja esquecido.
Mesmo que seja nas palavras de Chico Anysio. Ou seria Jô Soares?
Assis Aragão, Roberto Wright, Wilson de Souza, Márcio Resende, Carlos Simon.
Geninho, Mário Sérgio, Mancini e Cicinho.
Eu ainda lembro.
Getúlio Morato
Indignar sobre o que mesmo?
Um povo sem memória não se indigna, apenas reclama.
Reclama sobre um roubo, sobre um assassinato.
Eita povo que só reclama.
Quem fica calado está certo. Bola pra frente. O que passou passou.
Vamos esquecer tudo isso. Amanhã será diferente.
Continua reclamando? Choro de perdedor.
Tá reclamando de que mesmo? Nem lembro.
E amanhã acontece tudo de novo.
Amanhã, porque não agimos, quem roubou continua roubando.
Quem matou continua matando.
Quem esqueceu, nem lembra. Reclama de novo.
Mas quem se indigna não esquece.
Não deixa barato. Não aceita. Bate o pé. Vai atrás.
Eita cara chato. Esquece isso.
Vamos comer uma pizza.
Ei, Mãe, liga a TV. Esse Wright não é aquele de 1981?
Aquele que usou um microfone?
Esse Márcio Resende não é aquele da final de 1995?
Ou seria da final do Campeonado Mineiro?
Ou será que são a mesma pessoa?
E eles estão comentando arbitragem?
Esse Simon não era aquele que criticou o Edilson Pereira?
Mas não foi ele que apitou o jogo do Brasiliense?
Ou foi o jogo do Atlético e Botafogo?
Ai, ai, nem me lembro mais.
Vou seguir as palavras de Fernando Pessoa.
Vou reclamar amanhã. Só amanhã.
Hoje quero preparar-me.
Quero preparar-me para reclamar amanhã.
Amanhã sentar-me-ei à secretária para botar a boca no mundo.
Hoje não. Hoje tenho vontade de chorar.
Depois de amanhã serei outro.
Hoje quero dormir. Reclamarei amanhã.
Ou quem sabe depois de amanhã.
Sim, só depois de amanhã.
Hoje tenho sono frio de um cão vadio.
Tenho muito sono.
Sei que um dia esse texto vai ser atribuído ao Cristovam Buarque.
Quem sabe um Luis Fernando Veríssimo ou algum deputado.
Ou será que foi o presidente que disse isso?
Nem me lembro.
Só espero que o que aconteceu ontem contra o Atlético não seja esquecido.
Mesmo que seja nas palavras de Chico Anysio. Ou seria Jô Soares?
Assis Aragão, Roberto Wright, Wilson de Souza, Márcio Resende, Carlos Simon.
Geninho, Mário Sérgio, Mancini e Cicinho.
Eu ainda lembro.
Getúlio Morato
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