"É cedo, ou tarde demais. Pra dizer Adeus, pra dizer jamais"
Titãs
Jonas estava para completar 11 anos e passava as férias no litoral com sua mãe, seu irmão e 3 primas. Seu pai passava a semana na cidade trabalhando e descia pro litoral apenas nos fins de semana. Naquele dia, depois do almoço, Jonas, Isa e Saulo tentavam brincar de rouba-bandeira, mas como estavam em 3, ficava meio difícil. Então chegaram duas belas irmãs e a mais velha pediu para brincar.
Marina, a mais velha das irmãs, apesar de ter a mesma altura de Jonas, era dois anos mais nova que ele. Terminadas as partidas de rouba-bandeira, Saulo e Isa subiram pro apartamento e Jonas ficou conversando com a nova amiga e, a medida que o tempo foi passando a amizade dos dois foi aumentando. Quando percebeu, Jonas estava apaixonado. Mas, assim como todas as outras na vida do garoto, aquela era uma paixão fadada ao fracasso.
Acontece que Marina morava há mais de 1000km do garoto e ele não sabia quando a veria novamente. Mesmo assim, decidiu aproveitar a amizade e, após muito pensar, contou a ela o que sentia. Eles brincavam de polícia-e-ladrão com outros garotos do prédio e, sendo bandidos, se esconderam em uma das escadas. Saulo, Isa e Jaqueline (irmã de Marina) saíram para procurar Mateus, outro membro da gangue. Aproveitando a deixa, Jonas se virou para a garota e perguntou:
"Marina, você continuaria falando com um menino que dissesse que gosta de você?" Uma garota parou de falar com Jonas por causa disso.
"Claro."
"É que... eu... gosto de você" disse o menino, tímido. "A gente pode continuar sendo amigos?"
"Podemos sim." disse Marina. Depois disso, nenhum dos dois falou mais nada até os outros chegarem.
Os dias foram passando e a amizade dos dois continuava firme e forte. A notícia tinha se espalhado entre a turma que costumava zoar. Mas Jonas não tinha a resposta que tanto esperava: Marina gostava dele ou não?
"Jonas, eu tava conversando com a Marina..." disse sua prima, Isa, numa noite.
"Ah, é?" perguntou Jonas interessado.
"É... e ela disse que também gosta de você."
Uma felicidade sem tamanho, tomou conta do garoto, que seria capaz de correr até a praia e voltar sem cansar. Estava ansioso para a amiga chegar, mas ela não apareceu naquela noite.
Os dois se viram no dia seguinte e começaram o "namoro". Era um relacionamento bem inocente, típico de crianças de 11 e 9 anos. Todas as manhãs, Jonas acordava cedo, escovava os dentes, corria para o banco perto da escada de Marina e ficava ali esperando, por horas as vezes, até ela aparecer. Então eles caminhavam pelo estacionamento do prédio conversando. As vezes sentavam-se naquele banco e Jonas dizendo que ia ver se o irmão já tinha acordado, se escondia e ficava chamando por Marina, que o procurava. Suas famílias iam à praia, onde raramente se encontravam, então costumavam só se rever a noite. Assim foi passando os dias, e o momento da despedida estava cada vez mais próximo. Então ele chegou.
Era uma manhã de sábado. Manoel, melhor amigo de Jonas, havia chegado para passar o fim de semana, mas nada animava o garoto. Ele só pensava em Marina, e que ela estava para ir embora. Ele desceu ao estacionamento e viu os pais da garota colocando as malas no carro. Marina e Jonas conversaram um pouco, então se despediram. Ela entrou no carro e foi embora.
Depois disso, as férias de Jonas não tiveram mais graça. Isa até que tentava consolar o primo, mas não tinha sucesso. O garoto pensava na amiga em todos os momentos. Se perguntava quando, ou se viria Marina novamente. Desejava ir até a cidade dela, vê-la mais uma vez e passar o dia com ela. Chorou muitas vezes pensando em Marina e a cada dia que passava, a saudade da amiga aumentava.
Dois anos depois, Jonas já andava com outra turma naquele prédio e, apesar de ter-se apaixonado por outras garotas, ainda tinha um grande carinho por Marina, e um grande desejo de reencontrá-la. Ao olhar para o lado, viu uma bela menina andando sozinha por ali. "Ela parece a Marina!" pensou Jonas com o coração disparado. E a seguiu.
Na hora que ela entrou em seu apartamento, a felicidade tomou conta de Jonas, que não perdeu tempo e a chamou. Como era seu último dia ali, Jonas quis aproveitar o dia com Marina, mas agora que moravam na mesma cidade, as esperanças de se reencontrarem aumentaram. Infelizmente, Jonas se mudou para outro estado naquele mesmo ano e, como ele não voltaria àquele prédio, muito provavelmente não se veriam mais.
Várias vezes, Jonas se perguntou se veria, ou pelo menos falaria com a amiga novamente e a idéia de isso não acontecer magoava o garoto. Não tinha telefone, endereço, e-mail ou qualquer modo de se comunicar com Marina, diminuindo ainda mais as esperanças de reencontrá-la. Pensava nas coisas que queria ter falado, que queria ter feito, mas raramente falava no assunto. Muitos podem pensar que ele queria esquecê-la, mas não. As lembranças de Marina, apesar de maravilhosas, o entristeciam. Assim como da primeira vez que se despediram, Jonas até que se apaixonou por outras garotas, mas Marina sempre foi especial para ele.
Passados cinco anos do último encontro, Jonas a reencontrou na internet. Conversaram sobre vários assuntos, mas nunca falaram naquele verão em que se conheceram, se apaixonaram e se desencontraram...
Texto dedicado àquela linda goianinha que marcou minha vida, esteve em meus pensamentos desde o dia que a conheci e que até hoje tem um lugar especial no meu coração.
Lucas C. Silva
Titãs
Jonas estava para completar 11 anos e passava as férias no litoral com sua mãe, seu irmão e 3 primas. Seu pai passava a semana na cidade trabalhando e descia pro litoral apenas nos fins de semana. Naquele dia, depois do almoço, Jonas, Isa e Saulo tentavam brincar de rouba-bandeira, mas como estavam em 3, ficava meio difícil. Então chegaram duas belas irmãs e a mais velha pediu para brincar.
Marina, a mais velha das irmãs, apesar de ter a mesma altura de Jonas, era dois anos mais nova que ele. Terminadas as partidas de rouba-bandeira, Saulo e Isa subiram pro apartamento e Jonas ficou conversando com a nova amiga e, a medida que o tempo foi passando a amizade dos dois foi aumentando. Quando percebeu, Jonas estava apaixonado. Mas, assim como todas as outras na vida do garoto, aquela era uma paixão fadada ao fracasso.
Acontece que Marina morava há mais de 1000km do garoto e ele não sabia quando a veria novamente. Mesmo assim, decidiu aproveitar a amizade e, após muito pensar, contou a ela o que sentia. Eles brincavam de polícia-e-ladrão com outros garotos do prédio e, sendo bandidos, se esconderam em uma das escadas. Saulo, Isa e Jaqueline (irmã de Marina) saíram para procurar Mateus, outro membro da gangue. Aproveitando a deixa, Jonas se virou para a garota e perguntou:
"Marina, você continuaria falando com um menino que dissesse que gosta de você?" Uma garota parou de falar com Jonas por causa disso.
"Claro."
"É que... eu... gosto de você" disse o menino, tímido. "A gente pode continuar sendo amigos?"
"Podemos sim." disse Marina. Depois disso, nenhum dos dois falou mais nada até os outros chegarem.
Os dias foram passando e a amizade dos dois continuava firme e forte. A notícia tinha se espalhado entre a turma que costumava zoar. Mas Jonas não tinha a resposta que tanto esperava: Marina gostava dele ou não?
"Jonas, eu tava conversando com a Marina..." disse sua prima, Isa, numa noite.
"Ah, é?" perguntou Jonas interessado.
"É... e ela disse que também gosta de você."
Uma felicidade sem tamanho, tomou conta do garoto, que seria capaz de correr até a praia e voltar sem cansar. Estava ansioso para a amiga chegar, mas ela não apareceu naquela noite.
Os dois se viram no dia seguinte e começaram o "namoro". Era um relacionamento bem inocente, típico de crianças de 11 e 9 anos. Todas as manhãs, Jonas acordava cedo, escovava os dentes, corria para o banco perto da escada de Marina e ficava ali esperando, por horas as vezes, até ela aparecer. Então eles caminhavam pelo estacionamento do prédio conversando. As vezes sentavam-se naquele banco e Jonas dizendo que ia ver se o irmão já tinha acordado, se escondia e ficava chamando por Marina, que o procurava. Suas famílias iam à praia, onde raramente se encontravam, então costumavam só se rever a noite. Assim foi passando os dias, e o momento da despedida estava cada vez mais próximo. Então ele chegou.
Era uma manhã de sábado. Manoel, melhor amigo de Jonas, havia chegado para passar o fim de semana, mas nada animava o garoto. Ele só pensava em Marina, e que ela estava para ir embora. Ele desceu ao estacionamento e viu os pais da garota colocando as malas no carro. Marina e Jonas conversaram um pouco, então se despediram. Ela entrou no carro e foi embora.
Depois disso, as férias de Jonas não tiveram mais graça. Isa até que tentava consolar o primo, mas não tinha sucesso. O garoto pensava na amiga em todos os momentos. Se perguntava quando, ou se viria Marina novamente. Desejava ir até a cidade dela, vê-la mais uma vez e passar o dia com ela. Chorou muitas vezes pensando em Marina e a cada dia que passava, a saudade da amiga aumentava.
Dois anos depois, Jonas já andava com outra turma naquele prédio e, apesar de ter-se apaixonado por outras garotas, ainda tinha um grande carinho por Marina, e um grande desejo de reencontrá-la. Ao olhar para o lado, viu uma bela menina andando sozinha por ali. "Ela parece a Marina!" pensou Jonas com o coração disparado. E a seguiu.
Na hora que ela entrou em seu apartamento, a felicidade tomou conta de Jonas, que não perdeu tempo e a chamou. Como era seu último dia ali, Jonas quis aproveitar o dia com Marina, mas agora que moravam na mesma cidade, as esperanças de se reencontrarem aumentaram. Infelizmente, Jonas se mudou para outro estado naquele mesmo ano e, como ele não voltaria àquele prédio, muito provavelmente não se veriam mais.
Várias vezes, Jonas se perguntou se veria, ou pelo menos falaria com a amiga novamente e a idéia de isso não acontecer magoava o garoto. Não tinha telefone, endereço, e-mail ou qualquer modo de se comunicar com Marina, diminuindo ainda mais as esperanças de reencontrá-la. Pensava nas coisas que queria ter falado, que queria ter feito, mas raramente falava no assunto. Muitos podem pensar que ele queria esquecê-la, mas não. As lembranças de Marina, apesar de maravilhosas, o entristeciam. Assim como da primeira vez que se despediram, Jonas até que se apaixonou por outras garotas, mas Marina sempre foi especial para ele.
Passados cinco anos do último encontro, Jonas a reencontrou na internet. Conversaram sobre vários assuntos, mas nunca falaram naquele verão em que se conheceram, se apaixonaram e se desencontraram...
Texto dedicado àquela linda goianinha que marcou minha vida, esteve em meus pensamentos desde o dia que a conheci e que até hoje tem um lugar especial no meu coração.
Lucas C. Silva
3 comentários:
Já te falei que sempre leio o seu blog,mas não tenho o costume de comentar...mas depois dessa historia,nem tem jeito de não deixar nada aqui neh?! rsrsrs
Aii,que engraçado ler sobre a própria historia...rsrsrs...mas gostei de saber o que vc pensou,achou e talz sobre qdo agente se conheceu!
Ahh,nós já conversamos sim sobre isso,só que vc falou q não gostava mto de comentar daí achei melhor deixar pra laa...naquele dia te disse que eu não lembrava de mtas coisas da minha infância...mas em compensação outras estão tão vivas na minha memória q as vezes ate acho que vivi a poucos minutos...e sem duvidas lembranças como.. as noites brincando de rouba-bandeira,vc me fazendo machucar o joelho =p [brincadeira!rsrsrs], as brincadeiras com seu irmão e sua prima, a única vez que nós nos encontramos na praia e minha mãe não deixou eu ficar lá com vcs =/, o dia que nos escondemos na escada e sua prima brigando com todo mundo pra não ir pra lá...hehehehe, qdo eu voltei pra lá depois de 2 anos e passei por vcs mas não conversei por medo de vcs não lembrarem de mim e minutos depois ouvir lá na janela “Marineee” e a saudade e tristeza de voltar lá e nunca mais encontrar vc,o Felipe,sua prima e todo o pessoal ...enfim, mtas lembranças que com certeza sempre ficarão guardadas aqui no meu coração!
E pode ter certeza que esse mineirinho ai tbem tem um espaço especial no coração da goianinha aqui! xD
BjO!
Marine
Se, a título de comparação, eu me chamasse Marina, você sorri se eu te contar que hoje, com 25 anos, namoro meu "Jonas"? Conhecidos desde a infância, juntos depois de uma série de desencontros de 3.000 km e 10 anos...
Ah, essas Marinas...
Eu, com 39 anos, tenho uma Marina na minha vida...
Só que ela surgiu quando eu tinha 38.
Não está fisicamente junto, mas sei que será, se não para sempre, por muito tempo
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