“Não passam de traidoras nossas dúvidas, que às vezes nos privam do que seria nosso se não tivéssemos o erro de tentar”
William Shakespeare
William Shakespeare
Posso desabafar? Escrevi esse texto há tanto tempo que nem lembrava dele. Hoje o reli. Achei ingênuo, mas também bonito. É crônica? Acho que não. Parece página perdida em caderno velho. Vai exatamente como está, com essa citação metida a besta, que não conhecia na época. Vamos ao texto adolescente:
As duvidas nos paralisam. Contar ou não contar que a ama? Vale o risco, com a sempre possível nuvem do desprezo? Por outro lado, não agir, covardemente não agir é reservar para si uma vida feita de não-acontecimentos. Na dúvida, prefira o erro à omissão.
Se pudéssemos saber o que os outros pensam, muitas dessas dúvidas estariam magicamente resolvidas. Mas aí, onde a graça da conquista, onde o mérito de vencer a dúvida, o medo, a timidez? Uma declaração de amor é sempre um ato de coragem, um salto no escuro sem que se possa saber o que nos aguarda lá embaixo. Lembro de uma frase que li certa vez: “Leve em consideração que grandes amores e grandes conquistas envolvem grande risco”. Não há vida sem riscos. Viver é muito perigoso, conclui o poeta.
Quem já ousou, já experimentou a vertigem de um salto no escuro, sabe que a dor da rejeição é surpreendentemente menor do que a dor da dúvida. Você fez a sua parte; você agiu. Se ela não te quis, paciência. A vida é assim, e talvez não tenha sido você quem saiu perdendo.
Nunca me esquecerei de uma cena do meu filme predileto – A Sociedade dos Poetas Mortos. Lá pelo meio da história, um dos caras, apaixonado por uma menina, linda e cobiçadíssima, a patricinha-namorada-do-grandalhão-do-colégio, vai – suprema audácia – até a sala de aula e, diante da turma, lê para sua platônica amada, um poema. Ela, claro, morreu de vergonha, e não sei se a tática foi lá muito eficiente. Isso não vem ao caso.
Voltando ao encontro dos amigos – acho que de bicicleta, acho que na chuva – estes, docemente reprovadores, perguntam o que ela disse.
- Nada...
- Como, nada?
- Nada. O que importa é que eu fiz. Eu fiz, entendem?
Não há vida sem riscos. Não, pelo menos, no sentido belo e pleno da palavra. Arrisque-se, ainda que isso possa trazer alguma dor, mas não há vida sem dor. Machado de Assis resumiu: “As melhores mulheres pertencem aos homens mais ousados”. Viver é ousar, faz parte da nossa condição humana: “Os barcos estão mais seguros se permanecerem no porto. Mas eles não foram feitos para isso”.
As duvidas nos paralisam. Contar ou não contar que a ama? Vale o risco, com a sempre possível nuvem do desprezo? Por outro lado, não agir, covardemente não agir é reservar para si uma vida feita de não-acontecimentos. Na dúvida, prefira o erro à omissão.
Se pudéssemos saber o que os outros pensam, muitas dessas dúvidas estariam magicamente resolvidas. Mas aí, onde a graça da conquista, onde o mérito de vencer a dúvida, o medo, a timidez? Uma declaração de amor é sempre um ato de coragem, um salto no escuro sem que se possa saber o que nos aguarda lá embaixo. Lembro de uma frase que li certa vez: “Leve em consideração que grandes amores e grandes conquistas envolvem grande risco”. Não há vida sem riscos. Viver é muito perigoso, conclui o poeta.
Quem já ousou, já experimentou a vertigem de um salto no escuro, sabe que a dor da rejeição é surpreendentemente menor do que a dor da dúvida. Você fez a sua parte; você agiu. Se ela não te quis, paciência. A vida é assim, e talvez não tenha sido você quem saiu perdendo.
Nunca me esquecerei de uma cena do meu filme predileto – A Sociedade dos Poetas Mortos. Lá pelo meio da história, um dos caras, apaixonado por uma menina, linda e cobiçadíssima, a patricinha-namorada-do-grandalhão-do-colégio, vai – suprema audácia – até a sala de aula e, diante da turma, lê para sua platônica amada, um poema. Ela, claro, morreu de vergonha, e não sei se a tática foi lá muito eficiente. Isso não vem ao caso.
Voltando ao encontro dos amigos – acho que de bicicleta, acho que na chuva – estes, docemente reprovadores, perguntam o que ela disse.
- Nada...
- Como, nada?
- Nada. O que importa é que eu fiz. Eu fiz, entendem?
Não há vida sem riscos. Não, pelo menos, no sentido belo e pleno da palavra. Arrisque-se, ainda que isso possa trazer alguma dor, mas não há vida sem dor. Machado de Assis resumiu: “As melhores mulheres pertencem aos homens mais ousados”. Viver é ousar, faz parte da nossa condição humana: “Os barcos estão mais seguros se permanecerem no porto. Mas eles não foram feitos para isso”.
Um comentário:
uau....vc disse tudo...e suas palavras não foram ingenuas...foram sábias....
olhei pra tras agora e percebi tantas e tantas oportunidades q a vida me ofereceu e eu disse nao..pelo medo...pela timidez...pela dúvida...duvidas q sempre criamos pra descobrir chifres em cabeças de cavalo.....ou seja...coisas q nao existem.....
sensacional o texto...eu adorei!! parabens!!
Postar um comentário