30 segundos de exposição, abertura 29, 30. Suficiente para pegar os rastros dos aviões que pousavam no Rio de Janeiro, cujos prédios se iluminavam para ele. Após algumas fotos, afixou a câmera no tripé e apontou para o Cristo Redentor. Naquela noite em especial, o céu estava fantástico. A lua nova, já havia descido no horizonte. O ponto mais brilhante, um planeta, talvez Júpiter, Saturno ou Vênus estava brilhando bem perto do monumento.
Ele mirou, Ajustou o foco, ajustou a iluminação, apertou o obturador. 30 segundos de espera. Foto tremida, muito clara, não era o que ele queria. Ainda não havia aprendido a ajustar aquela câmera.
Ele, então, ajustou a abertura do diafragma. Deixou o mais fechado que podia, para que a foto ficasse mais escura e o Cristo Redentor aparecesse nitidamente, não apenas uma mancha branca no visor. Ajustou o foco, disparou o obturador novamente, mais 30 segundos de espera até ver o resultado.
Enquanto esperava pela foto, ele olhava ao redor. Estava com a mente longe, talvez no relatório que tinha para entregar no trabalho, no dia seguinte, talvez na menina belo-horizontina que não amava mais, talvez nos documentos sobre OVNIs liberados pelo governo na noite anterior. Olhou então para o Cristo Redentor e teve uma surpresa.
Atrás da estátua, uma luz descia em velocidade constante. Não era um avião, não era um helicóptero, muito menos um balão. Descia em linha reta, cortando o céu com um brilho dourado. Ele arregalou os olhos. Seu queixo caiu. Tinha certeza, aquela luz cortara o céu, não era obra de sua imaginação.
O obturador da câmera continuava aberto, era inacreditável, ele estava tirando foto daquele fenômeno. Não sabia o que era, poderia ser uma estrela cadente, poderia ser um disco voador, poderia ser um satélite caindo, a nave Coração de Ouro, pouco importava. Fosse o que fosse, aquela coisa veio do espaço, esteve no espaço. Aquela era a foto de sua vida! Após mais alguns segundos, que pareciam uma eternidade, o obturador se fechou.
Ele correu a pegar a câmera, apertou o botão de rever as fotos. Decepção. Outra foto tremida, outro Cristo Redentor superexposto, nenhuma luz estranha no céu. Apenas as duas estrelas próximas, também tremidas. Ele xingou baixinho. Era o único naquela metrópole de 6 milhões de pessoas que havia visto aquilo e, sem a foto para provar, se contasse, ninguém acreditaria.
Decepcionado, guardou a câmera, desceu até seu apartamento, ligou o computador e escreveu em seu blog uma ficção sobre um fotógrafo que não conseguiu registrar um, para todos os efeitos, objeto voador não identificado, cruzando o céu do Rio de Janeiro...
Talvez como uma ficção, não pensassem que ele era louco, ou mentiroso.
Lucas C. Silva
Um comentário:
Estamos para dividir experiência ovnísticas, entonces ahuhahahauuahuahhahaha
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