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Vista do Murinho da Urca (Foto: Lucas Conrado) |
- Onde você vai trabalhar, Paulo? - perguntou Clarissa.
- Cara, é numa agência de comunicação. Consegui uma vaga no setor de Novas Mídias.
- É a área que você gosta, né? - comentou Maurício.
- É, sim!
- Então, com a Copa do Mundo chegando, o setor de turismo tá crescendo em Minas. Pelo que me disseram, a gente vai administrar os sites de alguns hoteis e hostels de Belo Horizonte e das cidades históricas, tipo Ouro Preto, Mariana e tal...
- E quando você vai embora mesmo? - perguntou Lara.
- O voo parte amanhã. Duas e meia.
- Galeão ou Santos Dumont?
- Santos Dumont!
- Ah, Paulo... vou sentir saudade de você... - disse Janaína, dando um abraço no amigo - não quero que você vá embora...
Paulo sorriu sem graça. Retribuindo o abraço, falou com carinho.
- Relaxa, Jana, Belo Horizonte é aqui do lado. Pega um avião e, em meia hora, tá descendo lá. Não tem desculpa pra não me visitar.
- Não é perto! Você vai morar longe...
- Que nada!
- Por falar em morar longe - comentou Gustavo com uma risada - agora acabou essa história de namoro a distância, né?
- Aí, Mineiro - comentou Maurício, chamando Paulo por seu apelido - agora você pode namorar as mineiras sem se preocupar com a distância!
- Verdade! - disse Clarissa - Por falar nisso, e a Beatriz? Já voltou da Itália?
- Já, mas ela foi embora de novo. Conseguiu uma bolsa de estudos nos Estados Unidos...
- Ela não para mais no Brasil? - perguntou Júlia, rindo.
- Bem, mas agora não tem mais por que não dar certo com as mineiras! Já tem alguma em vista? - disse Maurício.
- Que nada! Nem tô pensando nisso agora... - disse Paulo. O rapaz olhou ao redor e resmungou - Cara, tem meia-hora que pedi meu refri! Cadê o garçom?
Um garçom passou por ali. Paulo, Maurício e Gustavo fizeram sinais que foram completamente ignorados.
- Vou lá pegar minha Citrus!
- Traz uma pra mim?
Apesar dos protestos de Maurício, Paulo se levantou e foi ao balcão. Minutos depois, voltava com duas latas de Schweppes Citrus na mão, uma para ele mesmo e outra para Júlia. O bar estava tão cheio que o rapaz não se sentou à mesa. Deixou a lata com a amiga e foi ao murinho, dar uma respirada.
Ao encostar no murinho, Paulo percebeu uma garota sorrir para ele. Bonita, olhava para ele com um olhar amigável e bem familiar. De onde Paulo a conhecia?
- É seu aniversário? - ela perguntou.
- Não... festa de despedida.
- Vai voltar pra Minas?
- Ahn... vou... como é que você sabe?
- Paulo! Sou Lívia, sua caloura. Você fotografou meu trote, não tá lembrado?
- Desculpa, Lívia... sou péssimo para guardar fisionomia. Ainda mais de um dia que fotografei umas 100 pessoas e todas pintadas! - disse Paulo, com um sorriso sem graça.
- Tudo bem. Mas, então, tá indo pra Minas pra estudar?
- Não, já me formei. Vou a trabalho mesmo.
- Que legal...
- O Paulo disse onde iria? - perguntou Maurício.
- Só falou que iria ali fora rapidinho - respondeu Júlia.
- Mas já faz quase 20 minutos que ele saiu... - comentou Maurício.
- Talvez ele esteja falando com alguém pelo celular... ajeitando as últimas coisas da viagem - sugeriu Janaína.
- Vou ver se acho ele.
Maurício se levantou, virando-se para a saída do bar. Janaína também se levantou e acompanhou o amigo. Ao chegarem na porta, viram Paulo, do outro lado da rua, abraçado a Lívia. A garota falou algo para Paulo que concordou com a cabeça. Ele riu e a beijou.
- Maurício...
- É, eu tô vendo!
- Mas, ele não vai pra Minas amanhã?
- Vai...
- E por que ele tá beijando aquela menina?
- Jana, alguns camaradas não têm jeito...
@OLucasConrado
- E quando você vai embora mesmo? - perguntou Lara.
- O voo parte amanhã. Duas e meia.
- Galeão ou Santos Dumont?
- Santos Dumont!
- Ah, Paulo... vou sentir saudade de você... - disse Janaína, dando um abraço no amigo - não quero que você vá embora...
Paulo sorriu sem graça. Retribuindo o abraço, falou com carinho.
- Relaxa, Jana, Belo Horizonte é aqui do lado. Pega um avião e, em meia hora, tá descendo lá. Não tem desculpa pra não me visitar.
- Não é perto! Você vai morar longe...
- Que nada!
- Por falar em morar longe - comentou Gustavo com uma risada - agora acabou essa história de namoro a distância, né?
- Aí, Mineiro - comentou Maurício, chamando Paulo por seu apelido - agora você pode namorar as mineiras sem se preocupar com a distância!
- Verdade! - disse Clarissa - Por falar nisso, e a Beatriz? Já voltou da Itália?
- Já, mas ela foi embora de novo. Conseguiu uma bolsa de estudos nos Estados Unidos...
- Ela não para mais no Brasil? - perguntou Júlia, rindo.
- Bem, mas agora não tem mais por que não dar certo com as mineiras! Já tem alguma em vista? - disse Maurício.
- Que nada! Nem tô pensando nisso agora... - disse Paulo. O rapaz olhou ao redor e resmungou - Cara, tem meia-hora que pedi meu refri! Cadê o garçom?
Um garçom passou por ali. Paulo, Maurício e Gustavo fizeram sinais que foram completamente ignorados.
- Vou lá pegar minha Citrus!
- Traz uma pra mim?
Apesar dos protestos de Maurício, Paulo se levantou e foi ao balcão. Minutos depois, voltava com duas latas de Schweppes Citrus na mão, uma para ele mesmo e outra para Júlia. O bar estava tão cheio que o rapaz não se sentou à mesa. Deixou a lata com a amiga e foi ao murinho, dar uma respirada.
Ao encostar no murinho, Paulo percebeu uma garota sorrir para ele. Bonita, olhava para ele com um olhar amigável e bem familiar. De onde Paulo a conhecia?
- É seu aniversário? - ela perguntou.
- Não... festa de despedida.
- Vai voltar pra Minas?
- Ahn... vou... como é que você sabe?
- Paulo! Sou Lívia, sua caloura. Você fotografou meu trote, não tá lembrado?
- Desculpa, Lívia... sou péssimo para guardar fisionomia. Ainda mais de um dia que fotografei umas 100 pessoas e todas pintadas! - disse Paulo, com um sorriso sem graça.
- Tudo bem. Mas, então, tá indo pra Minas pra estudar?
- Não, já me formei. Vou a trabalho mesmo.
- Que legal...
* * *
- O Paulo disse onde iria? - perguntou Maurício.
- Só falou que iria ali fora rapidinho - respondeu Júlia.
- Mas já faz quase 20 minutos que ele saiu... - comentou Maurício.
- Talvez ele esteja falando com alguém pelo celular... ajeitando as últimas coisas da viagem - sugeriu Janaína.
- Vou ver se acho ele.
Maurício se levantou, virando-se para a saída do bar. Janaína também se levantou e acompanhou o amigo. Ao chegarem na porta, viram Paulo, do outro lado da rua, abraçado a Lívia. A garota falou algo para Paulo que concordou com a cabeça. Ele riu e a beijou.
- Maurício...
- É, eu tô vendo!
- Mas, ele não vai pra Minas amanhã?
- Vai...
- E por que ele tá beijando aquela menina?
- Jana, alguns camaradas não têm jeito...
@OLucasConrado
3 comentários:
Muito bom. Os diálogos estão ótimos!
Hahaha, bem legal.
Não é autobiográfico não, né?
A ironia me fez sorrir.
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