Ela não aguentava mais aquele sofrimento. Desesperada por um amor não correspondido, ela queria, acima de tudo, esquecer o homem que tanto a fizera sofrer. Largou o emprego, trancou a matrícula naquela tradicional universidade. Desligou o telefone, cancelou a linha do celular, apagou seus perfis do orkut, twitter, msn e facebook. Não respondia aos e-mails ou a qualquer outra forma de comunicação. Acreditava que, incomunicável, estaria isolada em seu mundinho particular, isolada de todo sofrimento que a perseguia.
Mesmo isolada, ainda era seguida por todos os seus tormentos. Sentia que, morando naquela cidade, estava próxima demais do homem que não a amava. Decidiu então vender quase tudo que tinha, mantendo apenas algumas roupas e objetos pessoais. Tal qual os pássaros que migravam para o Norte, fugindo do inverno, ela comprou a primeira passagem para Belo Horizonte, deixando o Rio de Janeiro para trás naquela mesma noite.
Na capital mineira, ela descobriu uma nova vida. Conseguiu um bom emprego e um apartamento razoável na região central da cidade. Recomeçou sua vida do zero. Mas a angústia por não ter o amor daquele homem e a sensação de ainda estar muito próxima dele ainda a perseguia, apesar dos mais de 350 km que os separavam. Cada vez mais infeliz, e com muita saudade do mar, em pouco tempo deixou Belo Horizonte para trás, indo para Salvador.
Na capital baiana, ela se reestabeleceu mais uma vez. A experiência profissional adquirida no Rio e em Belo Horizonte pesaram na hora de conseguir um emprego e os amigos que ela tinha naquela cidade lhe ofereceram um lugar para ficar. Na Bahia, há mais de 1000 km do Rio e em outra região do país, ela imaginou que se sentiria mais confortável. Mas, numa noite de Lua Cheia, quando andava pela orla de Salvador, ela se sentiu solitária e ainda próxima demais de seu amor não correspondido.
De Salvador, ela se mudou para Recife, onde ainda estava muito perto dele. E de Recife para Fortaleza, onde também não estava longe o suficiente.
Neste momento, ela está sentada no saguão do Aeroporto Internacional de Manaus, esperando o próximo avião para a Venezuela. Talvez lá, ela acabe com essa sensação de proximidade, que a impede de esquecer o seu amor.
Lucas C. Silva
Mesmo isolada, ainda era seguida por todos os seus tormentos. Sentia que, morando naquela cidade, estava próxima demais do homem que não a amava. Decidiu então vender quase tudo que tinha, mantendo apenas algumas roupas e objetos pessoais. Tal qual os pássaros que migravam para o Norte, fugindo do inverno, ela comprou a primeira passagem para Belo Horizonte, deixando o Rio de Janeiro para trás naquela mesma noite.
Na capital mineira, ela descobriu uma nova vida. Conseguiu um bom emprego e um apartamento razoável na região central da cidade. Recomeçou sua vida do zero. Mas a angústia por não ter o amor daquele homem e a sensação de ainda estar muito próxima dele ainda a perseguia, apesar dos mais de 350 km que os separavam. Cada vez mais infeliz, e com muita saudade do mar, em pouco tempo deixou Belo Horizonte para trás, indo para Salvador.
Na capital baiana, ela se reestabeleceu mais uma vez. A experiência profissional adquirida no Rio e em Belo Horizonte pesaram na hora de conseguir um emprego e os amigos que ela tinha naquela cidade lhe ofereceram um lugar para ficar. Na Bahia, há mais de 1000 km do Rio e em outra região do país, ela imaginou que se sentiria mais confortável. Mas, numa noite de Lua Cheia, quando andava pela orla de Salvador, ela se sentiu solitária e ainda próxima demais de seu amor não correspondido.
De Salvador, ela se mudou para Recife, onde ainda estava muito perto dele. E de Recife para Fortaleza, onde também não estava longe o suficiente.
Neste momento, ela está sentada no saguão do Aeroporto Internacional de Manaus, esperando o próximo avião para a Venezuela. Talvez lá, ela acabe com essa sensação de proximidade, que a impede de esquecer o seu amor.
Lucas C. Silva
5 comentários:
(...)
Hoje, sou o que serei!
Sim, porque os sonhos se enfileiraram e tornaram-se planos com hora marcada.
Havia há tempos esquecido de ser feliz!
Esquecia-me de ser eu! Como pode?
E agora eu não me contento em mim!
Tantas idéias!
Tanta inspiração!
A cabeça tomba para o lado e as palavras caem-me pelo ouvido,
As letras pipocam em minhas digitais,
A paixão aflora-me aos lábios... hum...
(...)
Olá Lucas,
Total identificação com seu texto...=/
E certas vezes fugir é a única alternativa de tentar arrancar alguma coisa, que de certa forma, se entranhou em nós.
E uau...adorei o poema da Tatiane....
Beijo Luquinhas..
Acho que esse negócio de amor a gente não esquece nem no Saguão de embarque da NASA, com passagem comprada pra Marte!
Boa sorte pra moça!
Opa,
voltei.
Noossa super me indentifiquei com o texto. E digo mais,fugir nunca é o melhor caminho, no entanto a sensação de recomeço nos torna de alguma forma pessoas melhores, nem que seja naquele momento de vida. E nao existe lugar que acabe com essa sensação de proximidade, que nos impeça de esquecer os amores vividos.. a menos que o tempo possa, nesses casos ser considerado um lugar ¬¬
Nossa, belo texto e bem parecido com alguém que conheço. Muito lindo, parabéns!!
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