segunda-feira, 10 de novembro de 2025

A angústia da folha em branco

Dá uma olhada aí na coluna do lado direito do blog. No arquivo de postagens. Olha ali em 2007, 2008, 2009... a quantidade de posts. Tem dia que tem mais de um post. Na época da faculdade, era a cabeça fervilhando, vários e vários posts na cabeça. Pensamentos, contos, crônicas, críticas. Falava o que eu queria. As coisas saíam fácil. Hoje, abro o Google Docs ou mesmo o blogger e nada sai. Com sorte, escrevo alguma coisa, não gosto, apago. Olho para a folha em branco, ela olha para mim de volta. E vem uma angústia. Uma angústia fortíssima.

Onde foi parar toda aquela criatividade?

Ela ainda existe, sabe? Tenho muitas ideias na cabeça. Ideias para textos, histórias em quadrinhos, jogos de computador ou videogame. Até mesmo ideias para músicas, apesar de eu desafinar até batendo palma. Mas simplesmente nada sai. Até mesmo os desenhos, os desenhos que sempre fiz. Nada de muito impressionante sai. E dessa falta de ação vem uma angústia.

Passei anos pensando em por que não consigo mais escrever como antes. Não conseguia pensar em nada muito satisfatório. Até pegar um livro para ler, coisa rara hoje em dia. E, lendo o livro, foram nascendo novas ideias, como acontecia ali nos anos 2000. E percebi onde está o problema. Naquela época eu lia, lia muito. Às vezes, devorava 1 livro por semana. Já teve livro de 300, 400 páginas que devorei em dois dias. Hoje, se leio um livro por ano é muito. Livros abandonados pela metade são vários. Terminados, raríssimos.

Convenhamos, trabalho hoje num regime quase 12 por 12. Às vezes, não são nem 10 horas de descanso direito. De onde vou tirar energia para ler? Ainda mais com tantos estímulos de mais fácil digestão, como podcasts e reels do Instagram?

Quando eu lia muito, escrevia muito. A forma de escrita do Roberto Drummond me inspirava bastante. As palavras leves do Felipe Peixoto Braga Netto me indicavam caminhos para seguir. As aventuras de Júlio Verne eram as minhas aventuras. Consumia, processava, transformava num estilo meu de colocar no papel (ou na tela). Hoje, não tenho energia para ler. Falta matéria prima pra escrever.

É isso. Preciso voltar a ler. Preciso tirar energia de não sei onde pra ler. Talvez assim eu tire a poeira desse blog e volte a escrever. Sinto que preciso escrever, só não consigo.

É angustiante isso.

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