sábado, 28 de agosto de 2010

Cinderela Descalça

Por Tássia Veríssimo

O texto de hoje seria classificado pelo Lucas (o dono de blog que gentilmente me cedeu este espaço) como um texto “menininha” e ele é, mas não só. O motivo de eu ter tido vontade de publicar um texto foi que estou cansada dessa padronização das lojas que adotaram um modelo médio de fabricação de roupas e calçados que exclui todos que não se enquadram nele.

Sou do time das “baixinhas”, mas acredito que não são só as meninas pequenas que tem tido dificuldades com esse modelo vigente. Os altos(as) demais, Gordinho (as) e as meninas de pés acima da média também possuem dificuldades para se enquadrarem no modelo P,M,G que nos cerca.


É claro que não dá para achar que vão fazer modelos que caibam em todas as pessoas do mundo, mas era vital que ao menos incorporassem um PP e um GG nas fabricações. E eu digo PP com tamanho de PP e GG com tamanho de GG, porque o que eu vejo é fazerem PP de um tamanho que definitivamente não é PP.

Sei que a altura média do brasileiro aumentou, sei que as pessoas estão mais gordinhas, mas e eu? E as várias meninas magras que tem por aí? E as baixinhas? É realmente frustrante entrar numa loja e ouvir da vendedora que não tem NADA ali que caiba em você.

PeloAmorDeDeus! Eu tenho vinte um anos e a mulher me sugere comprar em loja infantil?! Não dá, né? E sapatos então. Parece que a forma média do número 34 só faz aumentar e nada das lojas se sensibilizarem de fazer numeração 33. Calçados 40 para as mulheres de pés grandes também dificilmente rola. A mim mandam nas sapatarias infantis e a elas? Será que tem de buscar sapatos masculinos para não andarem descalças?

Algumas lojas espertas já sacaram essas dificuldades e tem investido em tamanhos extra grandes, mas difícil é achar uma loja que invista em tamanho pequenos. Na boa? A Cinderela hoje em dia não teria sapato para ir ao baile, gente! O que adianta dizer que pés pequenos são delicados e bonitos e ignorar a necessidade de calçá-los.

O que eu proponho com este texto desabafo é que as meninas que como eu se sentem descriminadas pelas lojas (não importa se por ser gorda, magra, baixa ou alta) se unam e comecem a lutar por mudanças. Da minha parte eu vou encher o saco de todos que puder em busca de padronagens menos fixas no P, M e G. Pode ser que me ignorem e que não dê em nada, mas isso não desmerece o meu esforço de tentar. Quem se identificar com a causa e achar que vale a pena eu peço que se junte a mim.

É preciso mostrar que tem muita gente “fora do padrão”, mas que também é consumidor e que merece ser respeitado. Não quero ser vista pelos outros como uma menininha, uma bonequinha. Quero que me tratem como adulta e me respeitem, inclusive no direito de vestir/ calçar o que eu quiser.

Comentário do autor do blog: Não é texto de menininha! Concordo plenamente!

Um comentário:

Jonas Drumond disse...

Nossa tenho uma amiga que aconteceu isso com ela, ficou extremamente furiosa por levar ela na parte infantil....